O estudo, que sairá na edição
desta semana da revista americana "PLOS ONE", foi feito pelo
arqueólogo argentino Gustavo Politis, do Centro Nacional de Pesquisas
Científicas e Técnicas (CONICET), da Argentina, e pesquisadores da Universidade
Nacional do Centro da Província de Buenos Aires. A pesquisa se
baseia nas ferramentas e ossadas achadas no sítio arqueológico conhecido como
Arroyo Seco 2, situado perto da cidade de Tres Arroyos, na província de Buenos
Aires, onde foram encontrados 50 esqueletos humanos, alguns outros de mamíferos
do período Pleistoceno e instrumentos líticos.
Entre os restos de animais extintos há ossos quebrados que
contêm as fraturas provocadas por ferramentas humanas, conclusão possível a
partir de análise microscópicas, enquanto as técnicas de datação por
radiocarbono determinaram que eles têm 14 mil anos. "Os materiais
achados foram datados entre 14.064 e 13.068 anos, e por isso os autores colocam
a hipótese de que o sítio Arroyo Seco 2 pode ter sido ocupado por seres humanos
durante esse tempo", defende o estúdio.
Esta datação indica que os seres humanos chegaram ao Cone Sul
antes dos Clovis, mas depois da aparição do último período glacial, que
aconteceu de 19 mil a 20 mil anos atrás, segundo a pesquisa. A cultura Clovis,
identificada na região do Novo México, no sul dos Estados Unidos, data de
10.600 a 11.250 anos atrás, e durante muito tempo foi considerada a cultura indígena
mais antiga do continente americano, embora investigações recentes revelaram
povos ameríndios mais antigos.
Em áreas específicas do sítio arqueológico de Arroyo Seco 2, os
pesquisadores encontraram ossos das extremidades dos mamíferos extintos, o que
pode indicar que os humanos as transportavam e depositavam para o consumo em
acampamentos temporários. Enquanto as
características de alguns destes materiais arqueológicos poderiam ser explicadas sem a
intervenção humana, a combinação de evidências sugere fortemente o envolvimento
humano. A chegada dos seres humanos no Cone Sul há 14 mil anos pode representar
o último passo na expansão do Homo sapiens no mundo todo e a colonização final
continental", conclui o texto.
Fonte: Terra
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