Uma nova tecnologia criada por neurocientistas da
Universidade Northwestern, tem permitido aos pesquisadores lerem a mente de
moscas.
A ferramenta faz com que os cérebros das moscas
acendam quando seus neurônios se comunicam sobre as experiências sensoriais
como, por exemplo, quando eles cheiram bananas. Tal avanço poderia ajudar a
fornecer insights sobre os processos computacionais que ocorrem em cérebros
humanos.
O que faz uma mosca pensar?
No estudo, o qual foi publicado na Nature Communications, os pesquisadores trabalharam com Drosophila melanogaster, um modelo animal comumente utilizado para
estudar o cérebro e como ele se comunica. Eles modificaram algumas das conexões
neurais das moscas, para que quando o sentido do olfato, seu sistema visual, ou
seu ativado sistema termo sensorial
que são os caminhos que apresentam fluorescência.
O resultado se deu através da modificação dos genomas
das moscas com um gene a partir de medusa que expressa a proteína verde
fluorescente. Esta molécula de incandescência foi dividida ao meio e colocados
em partes separadas através das sinapses,
ou o momento de comunicação entre neurônios. Quando os neurônios tornam-se
ativos e se comunicam com os outros, as duas metades se juntam, se iluminam e
permanecem assim por até três horas.
Foram modificadas as proteínas fluorescentes para
aparecer verde, amarelo ou azul para ajudar a diferenciar áreas sensoriais, e,
em seguida, as moscas foram expostas a experiências sensoriais, como o calor,
luz ou cheiro. Mais tarde, usando um microscópio, as marcas fluorescentes
revelaram que as conexões neurais tinham sido ativadas durante a experiência
sensorial.
"Grande parte da computação do cérebro acontece
no nível das sinapses, onde os neurônios estão conversando entre si",
disse Marco Gallio, que liderou o estudo. "Nossa técnica nos dá uma janela
de oportunidade para ver qual sinapse esta envolvida na comunicação durante um
determinado comportamento ou experiência sensorial. É um rótulo de
retrospectiva única."
Por exemplo, examinando a fluorescência, os
pesquisadores foram capazes de dizer se uma mosca tinha sido exposta ao calor
ou frio durante 10 minutos até uma hora depois do ocorrido. Eles também
poderiam ver a diferença entre as vias que iluminavam para cheiro de uma banana
contra o perfume de jasmim.
"Nossos resultados mostram que podemos detectar
um padrão específico de atividade entre os neurônios no cérebro, gravando
trocas instantâneas entre eles como sinais persistentes, que podem
posteriormente serem visualizados com um microscópio", disse Gálio.
Ou em outras palavras: eles podem "ler" o
que uma mosca fez vendo os seus cérebros horas depois.
Por Susanna Pilny
Publicado no redOrbit