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01/06/2016

Tecnologia na irrigação ajuda a economizar em até 40% da água na lavoura do arroz


A utilização de novas tecnologias nas lavouras de arroz como o uso de pivôs e de politubos na irrigação contribuem na economia da água e ajudam a reduzir custos de produção. O tema foi destaque nesta terça-feira, dia 30, na segunda noite de palestras da Nona Semana Arrozeira que debate os altos custos enfrentados pelo setor.

O produtor e engenheiro agrícola Geovano Parcianello, da Agropecuária Parcianello, de Alegrete (RS), apresentou os resultados da aplicação em sua lavoura desses novos métodos e as vantagens em relação ao sistema convencional de irrigação. Chamando de reengenharia da lavoura, Parcianello destacou a importância em conhecer como influenciam os principais gargalos da lavoura, como mão de obra, energia, uso eficiente da água, custos e tecnologia.Segundo Parcianello, numa área de 94 hectares, o investimento para a colocação de politubos chega a cerca de R$ 19.789 mil, ou seja, R$ 219 por hectare. “O valor ainda é alto, mas se essa tecnologia for aproveitada em duas ou três safras, esse custo reduz para R$ 109 por hectare, correspondente até 1,6% do custo de produção", explica.

Parcianello também destacou o uso de pivôs centrais para a irrigação, experiência já testada por produtores de Uruguaiana e São Borja. Ele utilizou o sistema nesta safra em 25 hectares e obteve uma economia de 43% no uso de água em relação ao arroz irrigado convencionalmente. “É importante ressaltar que embora a produtividade tenha ficado 20% menor na comparação com as outras áreas da propriedade, houve redução de custos na hora da colheita, além da qualidade superior do produto", salientou Parcianello.

Na segunda noite de palestras da Semana Arrozeira, o presidente da Emater/RS, Clair Kunh, e o assistente técnico regional Luis Bohn, apresentaram uma nova alternativa para a captação de energia elétrica, a energia solar Fotovoltaica. Conforme Kunh, a empresa vem buscando novas tecnologias que diminuam os custos das propriedades. “A energia é um dos principais gargalos para o campo. Falta capacidade energética, a luz é muito fraca para fazer irrigação. E a Emater está apresentando como alternativa a Fotovoltaica, uma energia limpa e sustentável", destacou.

O técnico da Emater explicou que a energia fotovoltaica transforma a energia solar em elétrica por meio de painéis. Estes equipamentos podem produzir energia por até 50 anos e possuem garantia de produção de pelo menos 25 anos. A energia elétrica produzida pode ser armazenada em baterias ou injetadas diretamente na rede convencional.

Bonh citou como exemplo um produtor de arroz do município de Mostardas(RS) que utilizou painéis fotovoltaicos para sua lavoura de 32 hectares e já no primeiro mês conseguiu uma redução na conta de energia elétrica. “O investimento fica em torno de R$ 59 mil e o retorno para o produtor se dá entre sete e dez anos", lembrou Bonh.

A Semana Arrozeira é realizada pela Associação dos Arrozeiros de Alegrete com co-participação da Unipampa e tem o patrocínio do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Sicredi, Fertilizantes Heringer, Super Tratores, CAAL, Kepler Weber e Caixa Econômica Federal. Mais informações sobre o evento estão no site www.semanaarrozeira.com.br.

Fonte: Cultivar
Imagem: Freepik

07/05/2016

Pesquisa obtém água com 'coletor de névoa' no deserto chileno do Atacama


Como já fizeram antes as comunidades indígenas, na região chilena do Atacama o deserto mais árido do mundo é alvo do recolhimento das gotas de sua camanchaca, a névoa costeira que cobre durante a madrugada estes céus límpidos.

Os "coletores de névoa" são telas de polipropileno instaladas entre dois postes que se erguem sobre locais áridos do deserto do Atacama como cartazes publicitários. As gotas d'água da camanchaca se condensam na malha, antes de deslizarem para os recipientes localizados abaixo para acumular, gota a gota, o precioso líquido.

Localizadas em direção contrária ao vento, estas telas são de uma tecnologia simples e eficiente, patenteada no Chile e exportada a muitas latitudes: Peru, Guatemala, República Dominicana, Equador, Nepal, Eritreia, Namíbia ou as Ilhas Canárias na Espanha. Outros países utilizam as árvores para capturar a água da névoa.

Um metro quadrado pode recolher em um dia até 14 litros de água, explica à AFP Camilo del Río, pesquisador do Instituto de Geografia da Universidade Católica, que desenvolve em Alto Patache - a 40 km da cidade de Iquique - um centro de pesquisa sobre esta tecnologia. A coleta média é de 7 litros diários.

Nos meses de inverno e primavera o acúmulo é maior, e diminui no outono e no verão. Por isso, a chave desta fonte hídrica é o armazenamento, afirma à AFP Pablo Osses, chefe de projeto deste instituto.

Um campo de 100 coletores de névoa de 4.000 m2 pode recolher diariamente 30.000 litros de água, segundo Osses.

A água que é recolhida, do mesmo sabor que a água da chuva, não é 100% potável, devido aos minerais que arrasta a partir do mar e, entre eles, alguma bactéria, mas "a transformação em potável não é complexa ou cara, se o objetivo for utilizar a água para consumo humano; para outras atividades não há nenhum problema" em usá-la da forma como ela chega, afirma Del Río.

Em Alto Patache, os coletores de névoa abastecem completamente a estação de pesquisa científica da Universidade Católica, composta de seis domos de cor branca que servem de dormitórios, cozinha, banheiro. A água recolhida sai normalmente das torneiras.

No local também há uma estação meteorológica e vários instrumentos de medição da névoa.

Tradição ancestralUsada pelos antigos habitantes do deserto, que recolhiam a água que deslizava pelas laterais das rochas recobertas de mofo e líquen, o uso dos coletores de névoa se apresenta como uma solução para abastecer de água pequenas comunidades costeiras do norte chileno, que sofrem com a aridez extrema de uma região em que quase não chove em todo o ano.

A camanchaca, escuridão em aimara, é um tipo de névoa costeira espessa e baixa que cai de madrugada no deserto chileno, dissipando-se à medida em que transcorre o dia, quando abre caminho aos céus mais limpos e ensolarados do planeta, onde se assentam grande parte dos maiores telescópios mundiais.

O fenômeno é explicado pela grande quantidade de radiação solar que o oceano Pacífico recebe nesta zona ventosa, produzindo grande evaporação de água. Em seu caminho ao continente, esta massa de ar esfria ao se chocar com a corrente de Humboldt e com os altos cumes da cordilheira andina, provocando a camanchaca.

"Esta névoa é uma benção. Estamos em um ambiente desértico hiperárido (...), mas temos esta umidade proveniente do mar", afirma Del Río.

Atualmente, 40 telas deste tipo funcionam no deserto do Atacama. Suas dimensões variam, mas em geral são de 4 metros de altura por 8 ou 10 de comprimento.

Para o uso em massa dos coletores de névoa no Chile, é preciso dotar de maior previsibilidade a tecnologia, para que os habitantes das comunidades que os usam saibam com quantos recursos hídricos podem contar.

"O desafio do estudo da névoa é poder levá-lo às mesmas comunidades; perto da estação há pequenos povoados que não têm água potável e devem estar constantemente abastecidos por caminhão-pipa que vêm da cidade, com problemas na distribuição", explica à AFP Nicolás Zanetta, coordenador da estação de Alto Patache.

"A ideia futura é ver a factibilidade de implementar sistemas como este em nosso entorno", acrescenta.

O sistema de coletores de névoa já é utilizado com êxito na região de Coquimbo (situada mais ao sul), onde abastece uma comunidade de 2.000 pessoas e inclusive foi criada uma cerveja artesanal elaborada pelas gotas de água recolhidas na névoa.

Assim como as energias alternativas, como a solar ou a eólica, é preciso que as empresas comercializadoras de água integrem esta fonte barata e eficiente em sua paleta de opções, diz Osses.

Fonte: AFP
Foto: Martin Bernetti/AFP

14/04/2016

Estudante vietnamita inventa máquina que produz água potável


Um estudante vietnamita diz ter inventado uma máquina que produz água doce a partir de água salgada e que se chegar à fase de produção industrial poderia custar menos de US$ 45 a unidade, informa nesta quarta-feira a imprensa local.

O inventor é Nguyen Tan Loi, de 17 anos, estudante do Instituto Nguyen Dinh Chieu da cidade de Ben Tre, capital da sulina província do mesmo nome, situada a 71 quilômetros ao sudoeste de Ho Chi Minh (antiga Saigon), segundo o site "VietnamNet Bridge".

A ideia ocorreu após visitar uma zona do Vietnã de população humilde e onde a água potável é escassa.

Loi começou a trabalhar em maio de 2015 e em janeiro já tinha construído uma máquina que produz água doce a partir de água salgada e que obtém de um painel solar a energia que necessita para funcionar.

"A primeira máquina tem pouca capacidade porque só tem um cano de plástico. Só proporciona a água suficiente para beber. Penso em criar uma máquina com sete canos de plástico que produzirá 30 litros de água diários", explicou Loi ao citado meio.

O inventor acredita que quando o artifício entrar em uma linha de "produção industrial, seu custo poderia ser menos de um milhão de dongs (US$ 45)".

Cerca de 884 milhões de pessoas no mundo carecem de um acesso seguro à água potável, segundo dados da ONU, organismo que reconheceu em 2010 como um direito humano o acesso à água potável e ao saneamento.

Fonte: EFE
Imagem: Freepik

13/04/2016

Aquecimento poderá reduzir em 44% a grande circulação das águas do Atlântico

Devido às mudanças climáticas, a gigantesca circulação de águas, que leva calor do Atlântico Sul para o Atlântico Norte, poderá diminuir quase pela metade ainda neste século. Se isso ocorrer, as consequências serão dramáticas, tanto em escala global quanto, principalmente, nas porções litorâneas dos três continentes banhados pelo Atlântico: América, Europa e África.
Para se ter ideia da importância dessa circulação oceânica, conhecida como Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, basta considerar que sua potência (quantidade de energia liberada por segundo) é quase 100 mil vezes maior do que a da usina hidrelétrica de Itaipu, com todas as turbinas funcionando. A estimativa mais pessimista do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é que essa potência, de 1,3 petawatt (1,3 x 1015 W), venha a ser reduzida em 44% até 2100.
Nesse caso, 44% da energia térmica atualmente transportada para as águas frias das altas latitudes do Atlântico Norte ficarão retidas e serão redistribuídas no Atlântico Sul e no Oceano Austral, impactando os centros de alta e baixa pressão, o regime dos ventos, a intensidade e duração das chuvas etc.
Uma forma de aferir a acurácia dessas projeções e desenhar com maior precisão o cenário futuro é olhar para o passado. Isto é, “rodar o modelo para trás” e comparar os resultados obtidos pela simulação com os dados concretos colhidos por meio da pesquisa de campo.
Tal é o propósito do projeto “Resposta da porção oeste do Oceano Atlântico às mudanças na circulação meridional do Atlântico: variabilidade milenar a sazonal”, conduzido pelo paleoclimatólogo Cristiano Mazur Chiessi, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). O projeto é apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores.
“Nosso projeto procura avaliar os impactos que as mudanças ocorridas há milhares de anos na circulação oceânica do Atlântico tiveram, na época, sobre o clima da América do Sul e sobre a porção oeste do Atlântico Sul. Um desses impactos, que aconteceu quando a célula teve sua intensidade drasticamente reduzida ou até mesmo colapsou, foi um período prolongado de chuvas torrenciais sobre a região nordeste do atual território brasileiro”, disse Chiessi à Agência FAPESP.
Nas condições atuais, a Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico é uma circulação oceânica de larga escala, que recolhe águas quentes de grande salinidade, situadas no topo da coluna de água do Atlântico Sul, e as leva até altas latitudes do Atlântico Norte.
“Ao longo do trajeto, a intensa evaporação, que ocorre nas baixas latitudes, causa um aumento ainda maior da salinidade. Posteriormente, o resfriamento, nas altas latitudes, provoca uma contração de volume. Conjugados, esses dois fatores, aumento de salinidade e contração de volume, tornam as águas mais densas. E a maior densidade faz com que elas afundem na coluna de água e retornem ao Atlântico Sul em camadas profundas e frias, até alcançar as imediações da Antártica”, explicou o pesquisador. Veja a animação: 

Em maior detalhe, o processo é o seguinte. A corrente quente desloca-se para norte, próxima do litoral leste da América, desde a altura de Salvador, no Brasil, até a altura de Nova York, nos Estados Unidos, aproximadamente. Lá, sofre uma inflexão para leste, rumo à Islândia e à Noruega. E, depois de alcançar o norte europeu, retorna ao sul, já como corrente fria e profunda, fluindo paralela à margem leste da América, até chegar às imediações da Antártica.
A grande perda de calor para o meio, que faz a corrente afundar, ocorre em dois sítios específicos: o Mar de Labrador, entre o Canadá e a Groenlândia, e o Mar da Noruega, entre a Groenlândia, a Islândia e a Noruega. “Devido a essa liberação de calor, a temperatura média da superfície oceânica perto do sul da Noruega ou do norte da Inglaterra é muito mais alta do que na porção da costa canadense situada na mesma latitude”, informou Chiessi.
A célula exerce uma influência muito grande sobre o clima, não apenas do oceano, mas também de todos os continentes situados ao redor do Atlântico “Isso vale especialmente para as porções desses continentes banhadas pelo oceano. Na América do Sul, tudo o que está a leste da Cordilheira dos Andes é altamente influenciado pelo fenômeno”, acrescentou o pesquisador.
Ele acredita que, em função das mudanças climáticas, a diminuição da intensidade desse processo oceânico já esteja acontecendo.
“O aquecimento global arrefece a circulação de duas maneiras. Em primeiro lugar, por uma intensificação das chuvas nas altas latitudes do Atlântico Norte, exatamente nos locais em que as águas precisam de maior densidade para poder afundar e retornar ao Sul. Se chove muito nessas regiões, a salinidade das águas superficiais diminui, reduzindo, por consequência, sua densidade e dificultando o afundamento. Em segundo lugar, pelo derretimento da calota de gelo sobre a Groenlândia, liberando água doce, de salinidade extremamente baixa, exatamente nos sítios de formação das águas profundas”, afirmou.
Chuvas torrenciais e prolongadas no Nordeste
Segundo o pesquisador, existe ainda uma grande margem de incerteza nas projeções. Os modelos atuais funcionariam muito bem para algumas variáveis. Mas não tão bem para outras. Daí a proposta de investigar, no passado, períodos em que a circulação esteve bastante diminuída ou até mesmo colapsada, para identificar quais foram as consequências, especialmente na margem oeste do Atlântico Sul.
“O período icônico mais recente de redução da circulação oceânica ocorreu entre 18 mil e 15 mil anos antes do presente, na última grande deglaciação. Com o aquecimento do planeta, as geleiras existentes nas altas latitudes do Hemisfério Norte, especialmente sobre o território canadense, derreteram e lançaram uma enorme quantidade de água doce no Mar de Labrador, arrefecendo ou até paralisando a Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico”, relatou Chiessi.
Para estimar a magnitude do degelo, é preciso recuar mais um milênio, até 19 mil anos antes do presente. Nessa época, no máximo glacial, a concentração de CO2 na atmosfera, atualmente maior do que 400 partes por milhão (ppm), estava muito baixa, na faixa de 175 ppm. E o nível do mar encontrava-se 130 metros abaixo do atual. Toda a água correspondente permanecia aprisionada nas geleiras continentais, principalmente sobre o Canadá e o norte dos Estados Unidos.
Em várias regiões do planeta, a linha da costa havia avançado centenas de quilômetros sobre a área hoje ocupada pelos oceanos. Era possível ir a pé das Ilhas Malvinas ao atual território da Argentina; do sul da Inglaterra à França; do nordeste da Ásia ao noroeste da América do Norte. Não havia o Canal da Mancha, nem o Estreito de Bering, pois estas regiões encontravam-se emersas.
“Entre 18 mil e 15 mil anos atrás, com o aquecimento, as geleiras começaram a lançar uma extraordinária quantidade de icebergsno Mar de Labrador, diminuindo a salinidade das águas superficiais e, portanto, a intensidade da Célula de Revolvimento. Acredita-se mesmo que possa ter havido um colapso total da circulação. A potência de 1,3 petawatt de calor teve que ser redistribuída ao redor do Atlântico Sul e do Oceano Austral. E chegou a aquecer expressivamente a Antártica”, informou o pesquisador.
Devido a isso, a chamada zona de convergência intertropical, localizada onde a superfície do oceano é mais quente, e, consequentemente, a evaporação e a concentração de nuvens alcançam os valores mais altos, deslocou-se para o sul. Hoje, ela está situada em média entre 5 e 10 graus ao norte da linha equatorial. Naquela época, migrou para o sul do Equador, provocando chuvas torrenciais e prolongadas sobre o nordeste do território brasileiro.
“Um de nossos trabalhos, publicado em Earth and Planetary Science Letters no ano passado, evidenciou tal fenômeno”, disse Chiessi, referindo-se ao artigo Origin of increased terrigenous supply to the NE South American continental margin during Heinrich Stadial 1 and the Younger Dryas.
A pesquisa constatou um colossal aumento da taxa de sedimentação no fundo oceânico, em decorrência da erosão causada pelas chuvas e do arraste de sedimentos pelos rios, mar adentro. À frente da foz do rio Parnaíba, no Piauí, mas já em alto-mar, a mais de um quilômetro de profundidade, a taxa de sedimentação alcançou o valor de 100 centímetros em mil anos. Este é o padrão de sedimentação do Amazonas, que é um rio gigantesco. No entanto, foi igualado pelo Parnaíba, um rio de porte incomparavelmente menor.
“Devido às chuvas que incidiram sobre o Nordeste, o Parnaíba depositou em alguns locais uma quantidade de sedimentos equivalente àquela depositada pelo Amazonas. No mesmo período, há registros de uma grande diminuição das precipitações ao norte, na Venezuela e na América Central”, comentou Chiessi.
“Nós coletamos e analisamos entre oito e nove metros de coluna sedimentar em dois sítios marinhos: um deles ao largo da desembocadura do Parnaíba, o outro ao largo da Guiana Francesa. O primeiro foi coletado a 1.367 metros de profundidade. O segundo, a 2.510 metros”, detalhou.
Conforme descreveu o pesquisador, o processo de coleta é o seguinte. Primeiro, com o emprego de ecossonda de penetração, é feita a imagem do subfundo oceânico. Isso informa como estão as camadas sedimentares, se existem ou não distúrbios de sedimentação. Em regiões onde não há distúrbios, é enviado, então, do navio para baixo, um equipamento com mais de 5 toneladas chamado “testemunhador a gravidade”.
Por gravidade, o “testemunhador” chega ao fundo oceânico e penetra suavemente na camada de sedimentos não consolidada, recolhendo, sem distúrbios, de oito a dez metros de coluna sedimentar. Depois, já no laboratório, cada fração da coluna é analisada, obtendo-se, a partir disso, miríades de informações.

Fonte: José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP
Imagem: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio