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27/06/2016

Observatório europeu divulga espetacular imagem detalhada de Júpiter antes de chegada de sonda ao planeta



Na reta final para a chegada da sonda Juno à Jupiter, astrônomos divulgaram uma imagem inédita do maior planeta do Sistema Solar.

O objetivo do registro, feito pelo poderoso telescópio VLT (Very Large Telescope), do consórcio internacional ESO (Observatório Europeu do Sul, na sigla em inglês), é criar mapas de alta resolução do gigante gasoso para subsidiar a missão da sonda.

A imagem, colorida artificialmente, é resultado da seleção e combinação dos melhores registros obtidos por um equipamento do VLT que consegue estudar a luz infravermelha de objetos celestes.

Lançada pela Nasa em agosto de 2011, a Juno iniciará no próximo dia 4 de julho uma missão científica de 16 meses, com a tarefa de explicar melhor o Sistema Solar a partir da origem e evolução de Júpiter.

A sonda fará uma série de voos a menos de 5 mil km da espessa camada nublada do planeta, batendo o recorde anterior de aproximação, de 1974 - 43 mil km da sonda americana Pioneer 11.

Os instrumentos de sensoriamento remoto da sonda irão analisar as várias camadas do gigante gasoso e medir propriedades como composição, temperatura e movimento.

A sonda também tentará verificar se Júpiter possui ou não um núcleo sólido, mapeará seu campo magnético, medirá água e amônia na atmosfera e observará suas auroras (as mais energéticas do Sistema Solar), entre outras ações.

Espera-se que a missão traga novas informações sobre as faixas coloridas que envolvem Júpiter, bem como revelações sobre a origem da chamada Grande Mancha Vermelha (Great Red Spot), uma tempestade gigantesca que se mantém há séculos no planeta.

Uma tarefa chave da missão será medir a abundância de água na atmosfera - indicador da quantidade de oxigênio presente na região de Júpiter quando o planeta se formou, e da possível rota de migração do gigante gasoso dentro do Sistema Solar.

Fonte: BBC
Foto: ESO/L. Fletcher

24/06/2016

Novo instrumento capta pela primeira vez o centro da Via Láctea


O centro da Via Láctea foi pela primeira vez captado em imagens graças ao Gravity, um potente e inovador instrumento do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).

"Estes resultados dão uma ideia da inovadora ciência que o Gravity será capaz de produzir", descreveu o ESO em seu comunicado, que aponta para os novos horizontes "sem precedentes" que a comunidade científica poderá alcançar graças a este novo aparelho.

O inovador instrumento combina a luz de quatro Unidades de Telescópio de 8,2 metros (equivalente à precisão e resolução que alcançaria um telescópio de 130 metros de diâmetro), por isso que capta "medições extraordinariamente precisas de objetos astronômicos".

Segundo os pesquisadores, o Gravity - instalado no Deserto do Atacama, Chile - permitirá obter observações muito detalhadas dos campos gravitacionais próximos ao buraco negro supermassivo, que fica no centro da Via Láctea.

Embora desde 2002 se conheça a posição e massa deste buraco negro, os pesquisadores acolheram as observações com entusiasmo por causa de sua precisão e porque permitirá testar a validade da teoria geral da relatividade de Einstein a partir das medições "ultraprecisas" dos percursos orbitais da estrela S2.

Por enquanto, o grupo de astrônomos estudou a órbita da estrela S2 ao redor deste buraco negro com uma acuidade "equivalente a medir a posição de um objeto na Lua com centímetros de precisão".

Além disso, em 2018 a estrela S2 orbitará em seu ponto mais próximo ao buraco negro, um fato que se repetirá somente dentro de 16 anos, por isso que as expectativas em relação a esta inovadora ferramenta são muito altas.

Fonte: EFE
Foto: ESO/L. Calçada

20/06/2016

Metanol é detectado pela primeira vez em disco planetário


Com a ajuda do potente radiotelescópio Alma, localizado no norte do Chile, uma equipe de astrônomos detectou, pela primeira vez, moléculas de metanol (álcool metílico) em um jovem disco de formação planetária, uma descoberta essencial para compreender os processos químicos na gênesis do universo.

A detecção da molécula orgânica de metanol é de grande importância por ter sido encontrada em um disco protoplanetário - disco de gás e poeira que orbita uma estrela recém-formada - de uma jovem estrela (TW Hydrae), disseram astrônomos do Alma em um comunicado divulgado na quarta-feira em Santiago.

Para os pesquisadores, o sistema do disco protoplanetário da estrela TW Hydrae é parecido com o nosso sistema solar durante a sua formação, há mais de quatro bilhões de anos.

"A presença de metanol em estado gasoso no disco é um indicador inequívoco dos ricos processos químicos orgânicos que têm lugar em uma etapa inicial da formação de estrelas e planetas", afirmou Ryan A. Loomis, do centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, coautor do estudo.

A descoberta, publicada na revista científica Astrophysical Journal, "tem um impacto na nossa compreensão sobre como a matéria orgânica se acumula em sistemas planetários muito jovens", acrescentou o cientista.

O estudo contribuirá para a busca de exoplanetas que possam abrigar vida, ressalta o Alma.

O rádio-observatório Atacama Large Millimeter Array (Alma), é composto por mais de 60 antenas instaladas nos Observatórios do Llano de Chajnantor, no norte do Chile, a mais de 5.000 metros de altura.

O Alma é uma associação entre o Observatório Europeu Austral (ESO), a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos e os Institutos Nacionais de Ciências Naturais do Japão, em cooperação com o Chile.

Fonte: AFP

03/05/2016

Astrônomos descobrem planetas 'potencialmente habitáveis' em órbita de estrela anã fria


Astrônomos do ESO (Observatório Europeu do Sul) localizaram três planetas potencialmente habitáveis a apenas 40 anos-luz da Terra.
Os planetas têm tamanhos e temperaturas semelhantes aos de Vênus e da Terra e, de acordo com os astrônomos, são a melhor aposta na busca por vida fora do Sistema Solar. Os planetas orbitam uma estrela anã muito fria - são os primeiros planetas descobertos em torno de uma estrela tão pequena e de brilho tão fraco.
A pesquisa, liderada por Michaël Gillon, do Instituto de Astrofísica e Geofísica da Universidade de Liège, na Bélgica, foi publicada na edição desta segunda-feira da revista científica Nature.
Os astrônomos suspeitaram da existência de planetas no entorno da estrela, quando, usando o telescópio robótico TRAPPIST, de La Silla, no Chile - operado de uma sala de controle na Universidade de Liège, na Bélgica -, perceberam que a luz da estrela diminuía um pouco em intervalos regulares, indicando que havia objetos passando entre a estrela e a Terra.
Após outras observações feitas com o supertelescópio VLT, também no Chile, os astrônomos descobriram que a estrela anã, rebatizada de Trappist-1, é muito mais gelada e vermelha que o Sol, porém pequena, um pouco maior do que Júpiter.
Eles descobriram também que os planetas que orbitam a Trappist-1 são de tamanhos parecidos aos da Terra. A órbita de dois deles é de 1,5 dia e 2,4 dias, respectivamente. Já o terceiro planeta tem um órbita menos constante, que varia de 4,5 a 7,3 dias.
"Com tempos de órbitas tão curtos, eles estão entre 20 e 100 vezes mais perto da estrela do que a Terra do Sol. A estrutura deste sistema planetário está muito mais próxima em escala do sistema das luas de Júpiter do que do Sistema Solar", diz Michaël Gillon.

Aquário

Este tipo de estrela é muito comum na Via Láctea e vive por muito tempo, mas os cientistas nunca tinham descoberto planetas ao redor delas. Apesar de estar muito perto da Terra, a Trappist-1 não pode ser vista a olho nu ou com um telescópio simples, porque é muito escura e vermelha. Ela fica na constelação de Aquário.
O estudo traz novas perspectivas na busca por planetas habitáveis, já que cerca de 15% das estrelas próximas ao Sol são deste tipo.
"Por que estamos tentando detectar planetas como a Terra ao redor das menores e mais geladas estrelas nas vizinhanças do Sistema Solar? O motivo é simples: sistemas em torno destas pequenas estrelas são os únicos locais onde podemos detectar vida em um exoplaneta do tamanho da Terra com a tecnologia disponível atualmente", diz Michaël Gillon, principal autor do estudo.
"Se quisermos encontrar vida em outro lugar no Universo, é aí que podemos começar a procurar", conclui.
O coautor Emmanuël Jehin explica que, até então, a existência de "mundos vermelhos" orbitando essas estrelas supergeladas era puramente teórica.
"Isso realmente é uma mudança de paradigma em relação à população do planeta e os caminhos para acharmos vida no Universo", afirma. "Temos não só um adorável planeta em torno de uma estrela vermelha mas um sistema completo, com três planetas!"

Buscando pista sobre habitabilidade (na luz)

Os astrônomos tentarão buscar sinais de vida ao estudar o efeito que a atmosfera do planeta (quando este fica entre a estrela anã e a Terra) tem sobre a luz que chega à Terra. Esse efeito costuma ser imperceptível em planetas do tamanho da Terra que orbitam estrelas maiores, por causa do brilho destas. Mas, como esta estrela é fraca e fria, o efeito pode ser detectado.
Mas apesar de orbitarem muito próximo à estrela, os dois planetas mais internos do sistema recebem bem menos radiação do que a Terra recebe do Sol - já que a estrela emite menos luz que o Sol. Com isso, ele ficam fora da chamada "zona de habitabilidade" do sistema. Os astrônomos acreditam, porém, na possibilidade de algumas partes deles serem habitáveis.
Já o terceiro planeta, mais externo, pode se encontrar na zona de habitabilidade - sua órbita ainda não é suficientemente conhecida para garantir isso. Mesmo assim, é provável que receba menos luz que a Terra.
"Graças a vários supertelescópios atualmente em construção, logo poderemos estudar a composição atmosférica desses planetas e ver primeiro se possuem água e depois se apresentam traços de atividade biológica", diz Julien de Wit, do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos EUA, um dos coautores do trabalho. "Trata-se de um enorme passo na procura de vida no Universo."
Fonte: BBC
Foto: ExtremeTech