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23/04/2016

USP e Samsung vão capacitar desenvolvedores de aplicativos



A Escola Politécnica (Poli) da USP acaba de ganhar um novo laboratório voltado para o desenvolvimento de tecnologias, principalmente nas áreas de comunicação móvel (celular), internet das coisas (conexão entre os aparelhos usados do dia a dia à rede mundial de computadores), realidade virtual e games. A cerimônia de inauguração aconteceu na manhã desta quinta-feira (14 de abril) na Poli.

O laboratório é uma parceria com o projeto Ocean Samsung, idealizado pela empresa para oferecer infraestrutura e capacitação tecnológica a diversos públicos: estudantes, desenvolvedores e interessados em geral. A primeira unidade do Ocean foi instalada em 2014, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

O espaço será utilizados tanto pela USP quanto pela empresa: haverá atividades dos cursos de graduação e pós-graduação da Poli, e treinamentos gratuitos para o público externo. Esses cursos serão promovidos pela Samsung para incentivar empreendedores e criação de startups (empresas para soluções inovadoras).

O Ocean fica em um prédio do Departamento de Engenharia de Produção da Poli que foi reformado e equipado pela Samsung com móveis, aparelhos de TI, como computadores, smartphones, Smart TV (televisão com acesso à internet), hardwares, sensores etc.

“A infraestrutura do Ocean irá apoiar as aulas dos cursos de graduação da Poli que precisam de laboratórios e estejam relacionadas a essas tecnologias”, explica Eduardo Zancul, professor da Poli e coordenador do laboratório Ocean.
Zancul acredita que o acesso a hardwares e o conhecimento da Samsung sobre tecnologias, como a internet das coisas, permitirá a ampliação das pesquisas do Departamento de Engenharia de Produção da Poli. Ele cita como exemplo uma tendência na área industrial de máquinas com sensores comandarem os processos de produção e “conversarem” entre si.
“Isso é a chamada indústria 4.0 ou quarta revolução industrial. Essa tecnologia é baseada na internet das coisas que será desenvolvida no laboratório e possibilitará avançarmos nossas pesquisas com esse tema”.

Guilherme Selber, gerente do Ocean São Paulo, também destacou que a tecnologia de internet das coisas será tema de atividades desenvolvidas em conjunto com a USP. “A Samsung tem uma perspectiva de conexão de tudo que ela produz nos próximos anos, ou seja, todos os dispositivos se conectando entre eles e as pessoas, e é um tema muito atual na Poli e em outras unidades da USP. Percebemos uma sinergia muito grande nesse assunto”.

Entre os equipamentos produzidos pela empresa estão celulares, tablets, wearables (aparelhos de comunicação “vestíveis”), televisores, câmeras fotográficas, computadores, impressoras, suprimentos, refrigeradores, lavadoras, ar-condicionado.


Ocean
Selber explica que o conceito do projeto surgiu na Coreia do Sul, país de origem da Samsung, entre 2010 e 2014. Além do país asiático, apenas o Brasil possui unidades do Ocean. “A ideia é ser um polo de atração de parceiros, como estudantes, desenvolvedores, empresas (startups na maioria dos casos) para promoção de tecnologias e ferramentas de desenvolvimento a serem aplicadas em soluções para os nossos equipamentos”.
O Ocean instalado na Poli possui dois laboratório, cada um deles com capacidade para 40 pessoas, podendo ser integrados para um único ambiente; um miniauditório para 30 pessoas; uma sala para técnicos de Tecnologia da Informação (TI); sala para servidores; e uma área de convivência.

A empresa não informa os valores gastos com a implantação do projeto por questões de políticas globais, mas a assessoria de imprensa da Samsung informou que o Ocean faz parte da sua política de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e possui recursos da Lei da Informática. Uma lei que concede incentivos fiscais para empresas produtoras de alguns hardwares específicos. O incentivo concedido é uma diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Como contrapartida, a empresa deve investir um percentual de seu faturamento decorrente dos produtos incentivados em atividades de P&D.

A instalação do Ocean na universidade foi realizada por meio do programa “Parceiros da Poli”, um projeto que permite empresas de realizar doações para melhorias da infraestrutura da unidade.

Cursos gratuitos
Além das atividades de graduação e pós-graduação da USP, o espaço dos laboratórios também poderá ser utilizado pela população por meio de cursos oferecidos gratuitamente pela Samsung.
Segundo Selber, são basicamente dois programas. Os de curta duração — de 3 a 4 horas — com aulas teóricas, de laboratório e mentorias dadas por técnicos da empresa. Esses cursos abrangem temas desde desenvolvimento de aplicativos a modelos de negócios para a criação de startups. “Esses cursos serão divulgados no site e no aplicativo do Ocean Samsug, as pessoas fazem a inscrição e participam gratuitamente, além de receber certificado”.

Já o programa de longa duração – de 5 a 6 meses – requer processo seletivo e é destinado a grupos ou startups que possuem ideias interessantes e estão começando a empreender. São selecionados 8 a 10 equipes, compostas por no máximo seis pessoas, a ideia é que o curso seja uma pré-aceleração.

“Damos os primeiros passos para a criação de uma startup, explicamos o que é uma ideia e se ela é boa ou não, modelo de negócio, plano de monetização, público, mercado, concorrentes etc. E como somos empresa de tecnologia, ensinamos como desenvolver aplicativo e os grupos saem desse processo com um protótipo funcional”, avisa Selber.

Fonte: Hérika Dias / Agência USP de Notícias
Foto: Joelma Sanmelo / Divulgação UEA

17/02/2016

Tecnologia sem fio substitui chaves por smartphones para abrir portas


Um conjunto de dispositivos e softwares desenvolvidos por pesquisadores egressos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) dispensa as tradicionais chaves e o intermédio de recepcionistas para permitir acesso de convidados a espaços físicos restritos, bastando que seja enviado um convite por meio de um aplicativo de smartphone e que o aparelho seja aproximado das portas para abri-las.

Desenvolvida com o apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), no âmbito do projeto Airkey: controle de acesso social utilizando dispositivos móveis, a tecnologia foi batizada comercialmente como Magikey e faz com que smartphones funcionem como “chaves virtuais” para portas, portões, catracas e afins.

O anfitrião usuário do sistema pode controlar o acesso de pessoas ao ambiente remotamente, permitindo que algumas, como funcionários, entrem e permaneçam em horários específicos ou, no caso de visitantes, liberando o acesso na chegada e monitorando sua permanência.

“A partir da autorização feita por meio do aplicativo, é estabelecida uma comunicação direta entre o visitante e o local de acesso, sem intermediários. É possível controlar a porta segundo agendamentos e definir as pessoas que estão autorizadas a entrar e em quais horários, conforme a necessidade do anfitrião. É como se a porta soubesse exatamente quem está passando por ela e, mais importante, quem pode passar”, explica Raul Mariano Cardoso, cofundador da Advance Soluções em Informática Ltda., responsável pelo desenvolvimento do produto.

Compatível com os sistemas Apple iOS e Android, o Magikey possibilita o controle, por exemplo, de portas de escritórios, fazendo com que o usuário saiba em tempo real quando e por quem elas foram abertas. Por meio do aplicativo, são criadas e distribuídas chaves de acesso para visitantes e empregados.

O sistema tem três componentes principais: os smartphones em que são instalados o Magikey, os dispositivos nas portas e um software na nuvem que contém um banco de dados. Os dispositivos embarcados se conectam a esse aplicativo centralizado na nuvem e a interface dos usuários com o sistema é realizada por meio de dispositivos inteligentes.

A comunicação do smartphone com os dispositivos que abrem e fecham as portas é feita por near field communication (NFC), tecnologia que permite a troca de informações sem fio e de forma segura entre dispositivos compatíveis que estejam próximos um do outro. Dessa forma, logo que os dispositivos se aproximam, a comunicação é estabelecida automaticamente, sem a necessidade de configurações adicionais. Também é possível estabelecer a comunicação por bluetooth.

Por meio de notificações de push, enviadas do aplicativo para o celular, o anfitrião pode ainda se comunicar diretamente com o visitante, solicitando, por exemplo, que aguarde ou se dirija a outro ambiente.

Internet das coisas

De acordo com Cardoso, a capacidade de criar e gerenciar chaves virtuais é essencial para novas tecnologias de acesso que têm como base a chamada “Internet das coisas”, conceito utilizado para designar a tendência de objetos inteligentes se comunicarem para executar tarefas específicas, de eletrodomésticos a equipamentos de uso comum espalhados pela cidade. Estima-se que 50 bilhões de dispositivos estarão conectados à Internet até 2020.

“Essa tecnologia permite levar a inteligência a esses objetos para que eles se comuniquem e gerem dados que seus usuários possam utilizar para automatizar processos e aumentar a inteligência dos sistemas. Essa inovação chega agora ao modo como abrimos as portas e acessamos espaços físicos. A tecnologia mais utilizada para controlar esse acesso tem mais de 4 mil anos de idade”, conta, referindo-se às chaves e fechaduras convencionais, utilizadas desde a civilização egípcia antiga.

Mesmo a versão “moderna” das chaves, patenteada em 1841, tem mais de 150 anos no mercado. Desde então surgiram outras tecnologias de acesso, como o controle remoto de portões, em 1970, que usa radiofrequência, e os códigos de barra. Para o pesquisador, as chaves virtuais são o próximo passo.

“O Magikey unifica todas as formas de acesso no smartphone, compartilhando as chaves virtuais num aplicativo social. O objetivo é fazer com que a experiência de acesso seja o mais simples e natural possível.”

Caso não tenha o aplicativo instalado, o usuário convidado recebe uma mensagem solicitando que se cadastre, dispensando o papel do recepcionista. O anfitrião tem todas as informações em uma página na internet, em tempo real e a qualquer momento. 

O protótipo do Magikey foi instalado em quatro empresas de Campinas e os desenvolvedores pretendem lançar o produto comercialmente em julho. Uma nova versão em desenvolvimento deverá contar com novos recursos para monitoramento.

Um artigo com os resultados da pesquisa que deu origem ao produto foi publicado na InternationalJournal of Computer Science and Network Security e pode ser acessado em paper.ijcsns.org/07_book/201508/20150802.pdf.

Mais informações em www.magikey.com.br

Fonte: Diego Freire  |  Agência FAPESP