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15/05/2016

Mel, lúpulo e outros remédios naturais que combatem bactérias



O uso desses itens com esse propósito não é novo. Mas na medida em que os microorganismos aumentam a "resistência" aos antibióticos, muitos especialistas dizem ser necessário buscar formas alternativas para combatê-los.


"Grande parte do que fazemos é baseado na ciência e na nova tecnologia, mas há muito o que aprender com a história", afirma à BBC o professor Les Baillie, da Faculdade de Farmácia e Ciências Farmacêuticas da Universidade de Cardiff.
Mas então como os remédios naturais podem nos ajudar a combater as infecções e qual é o uso deles hoje em dia?

1- Mel, antibiótico natural

Poucos remédios naturais têm um uso tradicional tão longevo como o mel.
"O mel foi foi utilizado durante milhares de anos para tratar feridas e, de fato, já é usado em hospitais para tratar pacientes com infecções quando antibióticos não são o suficiente", explica Les Baillie.
Depois de provar centenas de mostras enviadas por apicultores de toda a região em Cardiff, a equipe descobriu um tipo de mel em uma cidade galesa chamada Twywyn com a mesma potência antibacteriana do que o famoso mel Manuka da Nova Zelândia.

De acordo com Les Baillie, a pesquisa do mel em climas mais exóticos, como na Floresta Amazônica, poderia permitir um novo enfoque na busca por "plantas exóticas que permitam curar doenças".

2- O lúpulo da cerveja

Foi esse espírito investigador que levou o cientista James Blaxland a visitar cervejarias locais em busca de agentes antibacterianos.
Blaxland pesquisa como o lúpulo, um dos ingredientes principais da cerveja, pode ser utilizado para combater patógenos.
"O lúpulo é utilizado há centenas de anos como aditivo aromatizante da cerveja", diz Blaxland à BBC.
"No início do século XVIII, esses lúpulos que eram adicionados à cerveja evitavam que ela azedasse, por isso as pessoas começaram a pensar que talvez eles poderiam ter efeitos antibacterianos", completa.

"Temos avançado nos últimos cinco anos e analisamos mais de 50 mostras diferentes em todo o mundo."

Blaxland está buscando componentes derivados possam ser efetivos na luta contra infecções fortes, como a causada pelo estafilococo, que é resistente à meticilina, ou soluções para o "grande problema" da tuberculose bovina.

3- Um chá que mata bactérias

Uma bebida muito popular principalmente entre os britânicos também possui propriedades antibacterianas: o chá.
"É até surpreendente a quantidade de gente que sabe que o chá contém compostos chamados polifenóis, que matam bactérias", explica Les Baillie.
Em colaboração com a Universidade de Aberystwyth, os pesquisadores de Cardiff trabalharam no desenvolvimento de um chá para tratar a Clostridium Difficile (o C. Difficile), um tipo de bactéria que vive nos intestinos de muitas pessoas e que, quando cresce de forma descontrolada, pode provocar infecções.
De acordo com Les Baillie, essa bactéria é suscetível a certos polifenóis que se encontram no chá.

"Levando em conta de que se trata de uma doença intestinal e que, quando bebemos chá, ele vai para o intestino, chama a nossa atenção a possibilidade de termos um 'super chá' que seja suficientemente alto em polifenóis para conseguir matar a C. Difficile", diz o cientista.
Na busca por esse "super chá", os pesquisadores analisaram mostras de 37 plantas em todo o mundo, com a colaboração com uma empresa de chá.
"Podemos dizer que até agora o chá verde do leste do Quênia foi o mais efetivo", explica Les Baillie.

4 – Esponjas marinhas

Outra possibilidade encontrada pelos cientistas foram as esponjas marinhas encontradas na costa galesa de Swansea, que também podem combater as bactérias.
As esponjas marinhas já foram utilizadas como produtos farmacêuticos há alguns anos.
Na década de 1950, uma espécie encontrada no Caribe foi usada como base para o medicamento contra o câncer, Cytarabine.

"Esses organismos de zonas temperadas se adaptam facilmente a condições mais difíceis. Isso significa que algumas moléculas podem obter certa vantagem competitiva", diz Alex White, da Universidade de Cardiff.
E assim foi como as esponjas se converteram em especialistas na criação de "potentes moléculas", que são efetivas para matar células.

"Estamos no início de nossa pesquisa, mas fomos capazes de encontrar várias moléculas anti-bacterianos e testá-las contra os agentes existentes", afirma White.
Mas uma pesquisa mais aprofundada é necessária para verificar a eficácia destes produtos naturais, defende Les Baillie.
"Ainda que algumas receitas antigas não passem de placebos, é provável que, nesse caso, nossos antepassados tenham descoberto algo que realmente funciona."

Fonte: BBC 
Foto: thinkstock






11/03/2016

Cientistas descobrem bactéria capaz de desintegrar plástico de garrafa PET


Cientistas japoneses anunciaram nesta quinta-feira (10) a descoberta de uma bactéria capaz de decompor completamente o polietileno tereftalato -- o plástico do qual são feitas as garrafas PET, um dos problemas mais graves de poluição no planeta.

O microrganismo, que oferece uma perspectiva mais viável para tratar o acúmulo desse material no ambiente, foi encontrado em uma usina de reciclagem de lixo. A bactéria, batizada de Ideonella sakaiensis, se alimenta quase que exclusivamente de PET.

Segundo os cientistas, a descoberta é de certa maneira surpreendente, porque a bactéria aparenta ter adquirido a capacidade de degradar esse tipo de plástico em um processo que durou poucas décadas. Na escala da evolução biológica, é um piscar de olhos.

Em estudo na revista "Science", o grupo liderado pelo biólogo Shosuke Yoshida, do Instituto de Tecnologia de Kioto, descreve como uma colônia microrganismo conseguiu degradar uma folha fina de PET em 6 semanas. Pode parecer muito tempo, mas é rápido para um tipo de plástico que leva centenas de anos para se decompor espontaneamente.

Para decompor o PET, a bactéria produz duas enzimas -- moléculas biológicas que promovem reações químicas -- cuja função específica é degradar esse plástico. O PET é composto por uma estrutura molecular de carbono altamente estável, que quando atacada pela bactéria se rompe em componentes menores, que podem ser incorporados ao ambiente sem problemas.

O trabalho dos cientistas japoneses envolveu a análise de 250 amostras de bactéria encontradas na usina de reciclagem. A descoberta é importante, afirmam, mas é preciso descobrir ainda meios práticos de produzir essas enzimas e usá-las em larga escala para tratar resíduos plásticos que poluem ambiente, sobretudo nos oceanos.

De um jeito ou de outro, estudos sobre a Ideonella sakaiensis devem acelerar esse processo, já que tudo o que se conhecia antes era alguns fungos capazes de decompor PET parcialmente. Usar bactérias que aniquilam totalmente o plástico para desenvolver um tratamento biológico para esse tipo de lixo deve ser bem mais fácil, dizem os cientistas.

O planeta produz hoje cerca de 50 milhões de toneladas de PET por ano, e menos de 15% do material é reciclado. O que não é contido em aterros sanitários nem incinerado acaba indo parar em rios e mares -- fragmentado em pequenos pedaços -- e é extremamente nocivo para criaturas aquáticas.

Fonte: G1
Foto: Twentyfour Students/CC