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12/07/2016

Projeto transforma lixo orgânico em ração para peixes



Segundo o pesquisador, para cada tonelada de lixo orgânico é possível produzir até 900 quilos de proteína. Já a sobra que as larvas não conseguirem comer, pode ser usada na agricultura com a transformação de adubo.
“É um processo totalmente sustentável que pode ser uma solução para essa quantidade de lixo desperdiçada por meio da transformação em proteína de ração para peixes e, posteriormente, para animais e criações diversas”, reforçou Nunes.
Ainda de acordo com o pesquisador, a partir do momento que as larvas são processadas, é possível ter uma proteína com alta palatabilidade por conta dos insetos serem o alimento natural dos peixes na natureza.
“É um alimento que para o peixe é protetor por conter alguma propriedade que são saudáveis para estas espécies. Além disso, é uma fonte barata”, acrescentou.
O projeto foi um dos vencedores do Prêmio Samuel Benchimol, em 2015.  Carlos Gustavo Nunes explicou também que existem trabalhos semelhantes a esse em outras partes do mundo. O diferencial da pesquisa realizada no Amazonas, segundo ele, é que as tecnologias e inovações são distintas e voltadas para região amazônica.
“Em outras partes do mundo é preciso aquecer as estufas para que os insetos sobrevivam nesse clima temperado. Na Amazônia não precisamos disso, pois o clima é de verão o ano todo. Por isso, é possível ter uma produção diária desses insumos”, disse Nunes.
Sinapse de Inovação
A ração para peixes é um dos 40 projetos aprovados no âmbito do Programa Sinapse da Inovação, fruto da parceria firmada entre a Fapeam com a Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), que visa transformar os resultados de projetos de pesquisa de universidades e instituições de ciência, tecnologia e inovação em produtos inovadores competitivos, além de fortalecer o empreendedorismo inovador.
Essa é a primeira vez que o empresário Nelson Poli é comtemplado no edital desse segmento pela instituição. Ele disse que apoio da Fapeam é essencial para transformar a ideia em bom negócio para indústria e para população amazonense.
“O apoio da Fapeam é fundamental para que as coisas saiam do papel e tomem proporções reais, com as dimensões que queremos tomar. Esse apoio é essencial para que os estudos sejam feitos e viabilizem a produção em larga escala”, finalizou o empresário.
Fonte: Esterffany Martins/Agência Fapeam
Foto: Érico Xavier/Agência Fapeam

30/04/2016

Cultura indígena será integrada ao ensino de História em instituição no interior do Amazonas


A professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), Letícia Alves, está desenvolvendo um estudo, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), com o objetivo de integrar os saberes indígenas às metodologias de Ensino dos conteúdos de História nas turmas de ensino Técnico e Tecnológico do Ifam de São Gabriel da Cachoeira.

De acordo com a professora, a integração irá permitir uma produção conjunta do conhecimento, promovendo a interdisciplinaridade enquanto prática de ensino.

“Viabilizar um espaço de interlocução entre alunos e professores dará a chance de efetivar os saberes indígenas no ensino de História, baseado em uma metodologia integrada para o Alto Rio Negro constituindo assim, um ensino e aprendizagem que forme verdadeiramente cidadãos capazes de “restituir” a dignidade da condição humana”, afirmou Letícia.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), São Gabriel da Cachoeira é o município amazonense com a maior parte dos habitantes de etnias indígenas e o município brasileiro com a maior concentração de diferentes etnias, como, por exemplo, os Arapaço, Baniwa, Barasana, Baré, Desana, Hupda, Karapanã, Kubeo, Kuripako, Makuna, Miriti-tapuya, Nadob, Pira-tapuya, Siriano, Tariano, Tukano, Tuyuka, Wanana, Werekena e Yanomami.

O projeto foi dividido em dez fases, dentre elas, foi realizada uma entrevista com os professores e alunos do Ifam do município para verificar o conteúdo referente ao conhecimento de saberes indígenas. Atualmente, Letícia está na fase de execução de oficinas sobre o Ensino de História com professores indígenas.

Segundo Alves, o diferencial do estudo está no trabalho que vem sendo realizado com 22 povos indígenas que vivem na região. “De acordo com o levantamento feito até o momento, posso salientar que não existem projetos de pesquisa que trabalhem o ensino de História articulado com os saberes indígenas de 22 etnias distintas culturalmente, etnicamente e linguisticamente, como o que estamos desenvolvendo agora”, disse.

O estudo visa contribuir com outras instituições fora do Amazonas, dada sua especificidade, pois irá inserir um ensino mais próximo à realidade do aluno indígena, ajudando na melhoria da compreensão, interpretação e contextualização dos conteúdos desenvolvidos em todo o ano letivo.

Para a pesquisadora, o estudo possibilitará, ainda, que os estudantes vejam o ensino de História a partir da perspectiva de sua cultura, como forma de subsidiar projetos de sustentabilidade social, cultural e ambiental das comunidades indígenas.

“A proposta da pesquisa está centrada na construção de uma metodologia para o ensino de História que articule os saberes indígenas com os conteúdos de História. Portanto, o nosso objetivo primordial é subsidiar a formação de professores para trabalhar com essa realidade pluriétnica, que demanda novas práticas pedagógicas a respeito dessas identidades”, disse Letícia Alves.

Fonte:Ada Lima / Agência Fapeam

Foto: Seduc-AM

09/01/2016

Guaraná da Amazônia pode gerar biocombustível



A partir da caracterização física, química e térmica pode-se afirmar que o resíduo de semente do fruto do guaraná pode ser utilizado para obtenção de biocombustíveis

Utilizado como matéria-prima em indústrias farmacêuticas e de bebidas, o guaraná (Paullinia cupana kunth) também poderá ser usado para obtenção de biocombustíveis, segundo o projeto de pesquisa desenvolvido com apoio do governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) pela mestranda Janainna Chaves Pereira.

Segundo a pesquisadora, o projeto de pesquisa tem como objetivo avaliar o potencial dos resíduos do fruto, especificamente as sementes, como biomassa para a geração de energia através de processos de conversão termoquímica.

Os estudos são realizados no âmbito do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-graduados do Estado do Amazonas (RH-Mestrado) e devem ser concluídos até abril de 2016.

“O trabalho trata-se de um estudo inicial com pesquisas exploratórias e deve beneficiar a sociedade nas questões do reaproveitamento da biomassa para tornar o meio ambiente mais sustentável, na obtenção de energia limpa a partir de uma fonte renovável e na contribuição para o desenvolvimento regional com a obtenção de um biocombustível. Pequenos e grandes produtores da cultura do fruto do guaraná poderão utilizar o resíduo como uma fonte de combustível renovável em sistemas de geração de energia (elétrica, térmica e mecânica) para o próprio processamento das sementes de guaraná”, disse a pesquisadora.


Aplicação das sementes


Segundo pesquisadores, as sementes do guaraná
 são comumente descartadas no meio ambiente.


Os materiais do guaraná, casca e casquilho, não utilizados são disponibilizados de forma sazonal entre os meses de novembro a janeiro pela agroindústria amazonense.

A equipe de pesquisa verificou que há a geração de resíduo de semente do processo de extração para a obtenção do extrato de guaraná. Estas sementes são comumente descartadas no meio ambiente. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, a estimativa da produção, por ano, de sementes secas de guaraná no Brasil variou entre 2,9 e 4,6 toneladas nos últimos dez anos.

“As sementes podem ou não ser reincorporadas à própria cultura do guaranazeiro como fertilizante. Este material, diferente da casca e do casquilho, pode ser gerado ao longo do ano. Desse modo, o resíduo de semente do fruto do guaraná passou a ser o alvo de investigação da pesquisa por sua ampla disponibilidade e sem aplicação imediata de reaproveitamento”, disse Janainna Pereira.

Segundo a pesquisadora, a partir da caracterização física, química e térmica e do estudo cinético da reação de decomposição térmica da biomassa residual, pode-se afirmar que o resíduo de semente do fruto do guaraná tem potencialidade de ser utilizado para obtenção de biocombustíveis a partir da aplicação do processo de conversão térmica.

A conversão térmica (denominada de pirólise) é considerada como a decomposição térmica direta dos componentes orgânicos da biomassa na ausência de oxigênio.

Os produtos correspondem a uma variedade de componentes químicos e distribuem-se entre sólido (carvão vegetal), líquido (bio-óleo) e gases combustíveis. Converter a biomassa em um combustível líquido através da pirólise é vantajoso, segundo a pesquisadora, por simplificar o manuseio com transporte e armazenamento deste produto, que possui maior densidade energética quando comparado à biomassa residual.

Por Francisco Santos / Agência Fapeam

05/01/2016

Lista mostra todas as espécies conhecidas da fauna brasileira



O Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira confirma a maior biodiversidade do planeta. Resultado de esforço conjunto entre MMA e MCTI, o estudo enumera 116 mil animais nativos – 9% do total mundial

Uma lista com a enumeração de todas as espécies conhecidas da fauna nativa do Brasil está disponível, pela primeira vez, e comprova que o País possui a maior biodiversidade do planeta. Lançado na última segunda-feira (21), o primeiro Catálogo Taxonômico da Fauna Brasileira resulta do esforço conjunto dos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O estudo lista as mais de 116 mil espécies de animais encontradas em território nacional, o que representa 9% da fauna mundial. Ao todo, 500 cientistas de diversos países catalogaram 28 ramos de categorias de seres vivos em um processo que durou mais de dois anos para construção do sistema e levantamento e organização dos dados.

Trata-se de uma ferramenta online com enfoque acadêmico e que dispõe de uma área destinada à consulta pública. Essa iniciativa se alinha ao Portal da Biodiversidade, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr, coordenado pelo MCTI), a partir do qual o catálogo também poderá ser acessado.

Nas fases subsequentes do projeto, a relação será revisada e ampliada com informações sobre as sinonímias, distribuição, hábitats e outros dados relacionados à ecologia de cada espécie, além de imagens e ferramentas para identificação das linhagens.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) estão entre as instituições que apoiaram a pesquisa nesta etapa.

Publicado por FAPEAM