07/04/2016

Exposições brasileiras estão em ranking das mais visitadas em 2015

Exposições brasileiras voltaram a figurar entre as mais visitadas do mundo no mais recente ranking da revista britânica especializada The Art Newspaper, fenômeno que se repete desde 2011. Para elaborar a classificação, o periódico considerou o volume de público registrado por museus e outros centros culturais em 2015.
Três exposições exibidas no Brasil aparecem entre as 20 mais visitadas do mundo no ano passado. Outras quatro mostras de arte figuram no “Top 100” dedicado à visitação a museus de arte. Exposições brasileiras também ocupam posições nos “Top 10” específicos de Arte Pós-Impressionista e Moderna (cinco); Arte Contemporânea (duas); e Arquitetura e Design (duas).
Destaques
Com público de 620.719 visitantes, “Picasso e a Modernidade Espanhola”, que ficou em cartaz entre os meses de junho e setembro no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, é a exposição brasileira que aparece em melhor colocação no ranking geral, figurando em décimo lugar. Outra exposição organizada pelo CCBB RJ, “Kandinsky: tudo começa num ponto”, aparece na décima segunda posição. A terceira exposição a figurar no Top 20 é “Salvador Dalí”, exibida pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo (SP), que ocupa o décimo quinto lugar.
As três exposições citadas, nesta ordem, também levaram o Brasil a ocupar, no Top 10 específico de Arte Pós-Impressionista e Moderna, nada menos que as três primeiras colocações. As edições brasiliense e paulista das mostras “Kandinsky: tudo começa num ponto” e “Picasso e a Modernidade Espanhola”, recebidas pelas unidades locais do CCBB, também figuram neste Top 10, ocupando a sexta e décima posições.
Além do Instituto Tomie Ohtake e das unidades do CCBB no Rio de Janeiro, outros espaços figuram no ranking mundial de exposições mais visitadas, são eles: Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu de Arte de São Paulo (MASP); o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba (PR); o Museu Nacional de Brasília, o Museu Histórico Nacional e o Centro Cultural Correios, também no Rio de Janeiro. 
Fonte: Brasil.gov.br

Descoberta de mineral pode inspirar novos materiais



Em razão de suas propriedades físicas e estruturais, acredita-se que um novo mineral chamado melcherita pode ter aplicações tecnológicas importantes. O citado mineral, que foi caracterizado em 2014 por um pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP e pelo professor Daniel Atencio, do Instituto de Geociências (IGc) da USP, foi descoberto pelo engenheiro de minas, Luiz Alberto Dias Menezes Filho (1950-2014), na mina de Jacupiranga, em Cajati (SP).

A melcherita, um dos setenta minerais já descobertos em território brasileiro, foi encontrada em 2014, mas sua descoberta se tornou oficial apenas em 2015, através da aprovação da Associação Mineralógica Internacional (IMA, na sigla em inglês).

O nome melcherita é uma homenagem ao falecido professor Geraldo Conrado Melcher (1924-2011), que chefiou o Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da Escola Politécnica (Poli) da USP e que atuou na mina de rocha fosfática de Cajati, através da empresa de mineração Serrana S. A., tendo trabalhado também com Luiz Menezes Filho.

O novo mineral foi encontrado em uma cavidade muito pequena de uma rocha de carbonatito, que é rica em calcita e dolomita, retirada da mina de Jacupiranga. É nesse tipo de cavidade que se localizam os minerais raros.

Para descobrir a melcherita, os pesquisadores analisaram a rocha com as técnicas de difração de Raios-X e de Espectroscopia Raman, consistindo esta última na incidência de um laser que, ao atingir uma espécie mineral, faz com que os átomos ou íons de sua estrutura vibrem. O espectro característico dessas vibrações funciona como uma “digital”. Portanto, com base no comportamento dos átomos, é possível distinguir cada mineral presente em uma rocha. “A estrutura da melcherita é muito versátil. E até pouco tempo só havíamos encontrado essa estrutura em compostos produzidos em laboratório, e não na natureza”, diz Marcelo Barbosa de Andrade, pesquisador responsável pelo Centro de Caracterização de Espécies Minerais (CCEM/IFSC), que participou dessa descoberta.


A Melcherita

A melcherita foi o segundo hexaniobato (tipo de composto) a ter sido descoberto no mundo. Ao contrário de outros compostos sintéticos, ou seja, aqueles produzidos em laboratório, a melcherita contém nióbio, substância bastante utilizada na fabricação de aço. Por ter características diferentes dos compostos sintéticos, a possibilidade de aplicação tecnológica desse mineral, segundo Marcelo, é fantástica. O nióbio, por exemplo, origina octaedros – estruturas que contêm oito faces – que se unem formando um “super-octaedro”.

O pesquisador explica que já existem estudos envolvendo o aprisionamento de vírus, a partir dessas estruturas formadas pelo nióbio. Nesse sentido, já há pesquisas sendo desenvolvidas com o intuito de usar essa metodologia para aprisionar substâncias químicas letais, como, por exemplo, as do gás sarin, que, de acordo com um relatório divulgado no último dia 4 de janeiro pela Organização das Nações Unidas (ONU), foram utilizadas em ataques ocorridos na Síria.

Por se tratar de um mineral recém-descoberto, o pesquisador do IFSC explica que ainda será feita uma série de estudos com foco nas propriedades físicas desse mineral, a fim de analisar outras possíveis aplicações da melcherita, até porque esse mineral ainda não foi encontrado em nenhuma outra região do mundo, a não ser em Cajati. “A pesquisa ainda está em desenvolvimento. E, em razão de podermos substituir os elementos que existem no mineral, alterando suas propriedades físicas, esperamos apresentar muitas novidades”, afirma Marcelo, acrescentando que algumas partes dos estudos foram feitas em parceria com o professor Robert T. Downs, do Departamento de Geociências, da Universidade do Arizona (Estados Unidos), e com John Spratt, do Museu de História Nacional, em Londres (Inglaterra).

Com a finalidade de preservar o novo mineral, os pesquisadores já depositaram a melcherita no Museu de Geociências da USP e no Museu Mineralógico da Universidade do Arizona, onde as amostras do material estão acessíveis aos especialistas interessados em desenvolver novos estudos com o mineral recentemente descoberto.

Fonte: Rui Sintra / Assessoria de Comunicação do IFSC
Foto: Assessoria de Comunicação do IFSC

A "cara de não" é uma expressão facial universal



Um grupo de investigadores da Universidade do Ohio, nos EUA, identificou que a expressão de desaprovação ou desacordo é universalmente compreendida. A expressão foi chamaram-lhe "not face", ou "cara de não", e descobriram que era reconhecida como tal por pessoas de diversas pares do mundo e diferentes idiomas.

O estudo foi publicado na revista científica Cognition e descreve a "not face" como uma expressão facial com a sobrancelha franzida, lábios juntos e tensos e o queixo elevado. Nada mais é que a cara que fazemos quando estamos em desacordo com algo. Os pesquisadores concluíram que essa expressão é utilizada instintivamente como se como se fosse parte de uma linguagem falada ou gestual. 


Foto: Ohio University
Fonte: Sci-News

Cientistas encontram buraco negro gigante em galáxia inesperada


Astrônomos descobriram um buraco negro supermassivo -- com massa equivalente a 17 bilhões de vezes a do nosso Sol -- em um lugar improvável: o centro de uma galáxia que se encontra em um "bairro tranquilo" do Universo. Como informa, em nota, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), a descoberta pode indicar que "monstros" como este podem ser mais comuns no Universo do que se pensava.
Até agora, os maiores buracos negros supermassivos - aqueles com mais de 10 bilhões de vezes a massa do nosso Sol - só tinham sido encontrados nos núcleos de galáxias muito grandes nos centros de aglomerados de galáxias maciças. Agora, usando o telescópio espacial Hubble, a esuipe internacional de astrônomos descobriu um buraco negro no centro da galáxia NGC 1600, considerada bastante isolada.
Os buracos negros são regiões do espaço com uma concentração de massa tão elevada que seu campo gravitacional não permite que nada escape, nem mesmo a luz, o que dificulta medições diretas de suas propriedades.
A NGC 1600 é uma galáxia elíptica que não se localiza em um aglomerado de galáxias, mas em um grupo menor de cerca de vinte galáxias. O grupo está localizado a 200 milhões de anos-luz de distância, na constelação Erídano. Encontrar um buraco negro supermassivo gigantesco numa galáxia maciça dentro de um aglomerado de galáxias é de se esperar, mas encontrá-lo num grupo médio de galáxias como a NGC 1600 é muito mais surpreendente.
Surpreendidos
"Ainda que já tivéssemos indicações de que a galáxia poderia hospedar um objeto extremo em seu centro, fomos surpreendidos pelo fato de que o buraco negro na NGC 1600 é dez vezes mais massivo do que o previsto pela massa da galáxia," explica o autor principal do estudo, Jens Thomas, do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, na Alemanha.
Encontrar esse buraco negro extremamente maciço em NGC 1600 leva os astrônomos a se perguntarem se esses objetos são mais comuns do que se pensava. "Há um tanto de galáxias do tamanho da NGC 1600 que residem em grupos de galáxias de tamanho médio", explica o co-autor Chung-Pei Ma, Universidade da Califórnia em Berkeley. "Estimamos que esses grupos menores são cerca de cinquenta vezes mais abundante do que os aglomerados de galáxias grandes e densas. Portanto, a questão agora é: temos a ponta de um iceberg? Talvez existam muito mais buracos negros monstros lá fora".
Fonte: G1
Foto: NASA,/ESA/ D. Coe, J. Anderson e R. van der Mare/Divulgação

06/04/2016

Ciências ao gosto de crianças

Em busca de respostas a questões do tipo “será que o gelo consegue flutuar em qualquer líquido?”, Saleb e Setra contam com a ajuda de um professor para formular experiências sobre flutuabilidade, testar hipóteses e aprender sobre o método científico.
O título, lançado em 2 de abril, é o primeiro de ciências da série “Para gostar de...”, do Sesi-SP Editora, voltada a estudantes do ensino fundamental.
A série tem dois volumes publicados sobre Matemática – Brincando com o conta-gotas e Descobrindo a cada passo – e estão previstos novos títulos tanto de Matemática como de Ciências.
Mais informações: www.sesispeditora.com.br 
Fonte: Agência Fapesp
Imagem: Divulgação

Cocô de cavalo mostra caminho que Aníbal usou para invadir Roma


A rota pelos Alpes que Aníbal utilizou com seu exército de elefantes para invadir Roma foi alvo de um debate histórico que durou mais de 2.000 anos, mas cientistas que analisaram amostras de excrementos de cavalo milenares afirmam que têm a resposta.
Mais de 15 mil cavalos e 37 elefantes acompanharam o poderoso exército composto por 30 mil homens que atacaram Roma no ano 218 antes de Cristo, que desencadeou um sangrento conflito que durou anos.
Conduzir um exército com tantos animais não foi uma tarefa fácil e os historiadores debateram durante anos sobre qual foi a rota exata que os cartagineses de Aníbal utilizaram.
"Agora parece que conseguimos, tudo graças à ciência moderna e a um pouco de cocô de cavalo", declarou Chris Allen, um microbiologista da Queen's University de Belfast.
Allen integrou uma equipe internacional liderada por Bill Mahaney da Universidade de York, em Toronto. Os cientistas descobriram um depósito de excremento animal na estreita passagem montanhosa de Col de la Traversette, perto da fronteira entre França e Itália.
As análises dos isótopos de carbono revelaram que as mostras datam do ano 200 antes de Cristo, e nelas os cientistas encontraram rastros da presença de clostridia, uma bactéria detectada nos excrementos dos cavalos.
Para os investigadores, esta pode ser a primeira evidência tangível de atividade tanto humana quanto animal na época em que Aníbal invadiu a Itália.
"Embora não possamos determinar de maneira conclusiva que a evidência pertence a Aníbal, os resultados coincidem com a passagem de uma grande quantidade de animais e pessoas, que devido à altitude não constituem uma prática habitual na zona", afirmou o estudo publicado na revista Archaeometry.
Os cientistas afirmaram que são necessários mais estudos em terra para encontrar ferramentas como fivelas de cinto, adagas ou moedas para confirmar a presença de Aníbal.

Fonte: AFP
Imagem: © 1932 by Phaidon Verlag (Wien-Leipzig) - "Römische Geschichte", gekürzte Ausgabe (1932)

05/04/2016

Pesquisador cearense desenvolve dessalinizador de baixo custo


O cearense vem sofrendo com a falta de chuva desde 2012, quando o estado apresentou o menor índice pluviométrico dos últimos quatro anos. O Açude Castanhão, o maior reservatório de água do Ceará, opera hoje com o volume abaixo de 10%. A situação dos outros açudes do estado é semelhante. Segundo o boletim hidrográfico da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) do dia 21 de março de 2016, 127 açudes monitorados estão com volume abaixo de 30%.

Professor do Departamento de Química Analítica e Físico-Química da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ronaldo Ferreira do Nascimento está desenvolvendo o projeto “Ampliar oferta de água potável em comunidades difusas do semiárido cearense aplicando concentrador solar térmico”. O intuito é desenvolver uma solução para amenizar as consequências da seca.

Desenvolvida no município de Tauá com o apoio da Funcap, a pesquisa busca desenvolver e avaliar o desempenho de um dessalinizador térmico de baixo custo. Além disso, visa o tratamento de água salobra de modo a enquadrá-la aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde, ampliando a oferta de água potável na região semiárida.

O projeto está sendo desenvolvido há dois anos, na localidade do Belém, distrito de Barra Nova, onde se encontra a nascente do rio Carrapateiras, o maior dos três rios que formam o rio Jaguaribe. O experimento está utilizando água proveniente de poços perfurados em Belém, atualmente inadequada ao consumo pela elevada concentração de sais.

“A pesquisa apresenta relevância no sentido de ampliar a oferta de água em comunidades difusas do semiárido cearense, viabilizando o emprego de tecnologia social. Tal iniciativa deve ser entendida de forma mais abrangente, incluindo a melhoria do índice da qualidade da água e volume ofertado, bem como a melhoria da qualidade de vida das populações atendidas”, explica Ronaldo Ferreira.

O concentrador solar térmico de baixo custo já foi construído, produzido a partir de uma antena parabólica. O pesquisador afirma que a adequação das instalações e a otimização dos  parâmetros operacionais do concentrador solar térmico para o tratamento de água, operando em regime contínuo, já foram concluídas. A pesquisa se encontra em fase final, faltando apenas testes experimentais para ser concluída.

O projeto conta com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) por meio do Edital 12/2013 - Programa Infraestrutura Laboratorial – Áreas Estratégicas: Semiárido.

Fonte: Funcap
Foto: Divulgação