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03/08/2016

Como 'Pokémon Go' transformou vida de jovem autista que não conseguia sair de casa



Um jogo para celular que atraiu a atenção do mundo parece ter causado um grande impacto em pacientes com autismo, distúrbio que afeta a interação social, comunicação e comportamento. Veja o vídeo aqui
O jogo "Pokémon Go", lançado no mês passado no Reino Unido, envolve a “caça” aos Pokémons virtuais em ambientes reais.
A mistura de realidade e ambiente virtual tem ajudado a quebrar muitas das barreiras sociais que pacientes autistas sentem quando estão em público.
É o caso de Adam, um adolescente britânico de 17 anos que passou os últimos cinco anos em casa, jogando um game de guerra, o "Minecraft".
Adam não aguentava ficar na rua: começava a tremer e se sentir mal, com dor de estômago. Isso apenas por estar entre pessoas, com barulho, falando alto, segundo a mãe do jovem, Jan Barkworth.
O jogo estimulou o adolescente a sair de casa, e Adam passa horas em busca dos animais virtuais. Segundo a mãe, a novidade vem ajudando Adam a interagir com outras pessoas e reforçando os laços com a família.

Fonte: BBC
Foto: BBC

04/04/2016

Como a bioinformática está ajudando no tratamento da esquizofrenia, autismo e câncer.

Ferramentas de bioinformática têm sido usadas por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP) para modelar redes de interação entre genes, desvendar relações funcionais e, dessa forma, identificar potenciais alvos para o tratamento de doenças complexas, como esquizofrenia, autismo e câncer.
Avanços nessa área foram apresentados pelo professor do Centro de Matemática, Computação e Cognição (CMCC) da UFABC David Corrêa Martins Junior, no dia 31 de março, em Columbus, Estados Unidos, durante a programação da FAPESP Week Michigan-Ohio. O evento, que terminou na sexta-feira (1º/4), teve o objetivo de fomentar a colaboração entre pesquisadores paulistas e norte-americanos.
Parte dos resultados também foi publicada em artigos nos periódicos Information Sciences BMC Bioinformatics.
"Uma mesma doença complexa pode se manifestar de formas muito diferentes em cada paciente, com diversos graus de gravidade. O objetivo desse tipo de estudo é poder oferecer um tratamento individualizado, considerando essas particularidades", explicou Martins Junior em entrevista à Agência FAPESP.
Os estudos são baseados tanto em dados clínicos – de expressão gênica, interação entre proteínas e metilação de DNA – depositados em bancos públicos, como em dados de pacientes atendidos por colaboradores, como, por exemplo, a professora Helena Brentani, do Instituto de Psiquiatria da USP, que trabalha com portadores de autismo.
Conceitos da teoria de grafos e de redes complexas, aliados a ferramentas de bioinformática, permitem, por exemplo, comparar em portadores de uma determinada doença e em indivíduos controle a expressão dos genes e sua centralidade nas redes gênicas. Também é possível comparar dados de pacientes com a mesma doença, mas com diferentes graus de gravidade, ou, ainda, avaliar como a expressão dos genes e a estrutura de uma rede gênica em uma mesma pessoa se modifica em diferentes contextos e momentos. A ideia é tentar desvendar como os genes estão conectados e como esse circuito controla as diversas funções celulares.
"Quando não sabemos a função de um gene, podemos tentar comparar a expressão dele ou a estrutura de sua vizinhança na rede gênica com outros que apresentam um sinal parecido e cuja função é conhecida e, assim, formular hipóteses. Se temos um gene-alvo e queremos saber em que medida a sua expressão depende do sinal de outros genes, podemos usar ferramentas como inferência de redes gênicas ou priorização gênica", contou Martins Junior
Segundo o pesquisador da UFABC, genes que já foram associados a doenças em estudos anteriores podem servir como ponto de partida para as análises. "Podemos avaliar quais outros genes estão mais associados a eles em termos de expressão e em termos da estrutura conectiva. Provavelmente eles também estarão envolvidos na doença em questão", disse.
Em um trabalho desenvolvido durante o doutorado de Sergio Nery Simões no programa de pós-graduação em Bioinformática da USP, foi desenvolvida uma ferramenta chamada NERI (NEtwork Medicine Relative Importance), que integra dados de expressão gênica, redes de interação entre proteínas e dados de estudos de associação (genes sabidamente associados a uma determinada doença) para identificar novos genes que também podem estar associados à enfermidade em análise.
"Fizemos um estudo de caso usando bancos de dados públicos de esquizofrenia e vimos que muitos dos genes obtidos pela ferramenta NERI estavam associados à chamada via glutamatérgica, responsável pela transmissão e recepção de neurotransmissores durante as sinapses neuronais. Tal via é bastante citada na literatura como associada à doença. Isso sugere que outros genes identificados pela ferramenta também têm potencial para estar relacionados com a esquizofrenia", explicou Martins Junior.
As pesquisas do grupo são apoiadas pela FAPESP por meio de dois Projetos Temáticos – um coordenado por João Eduardo Ferreira no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e outro por Roberto Marcondes Cesar Junior, também no IME-USP. Há ainda um Auxílio à Pesquisa – Regular coordenado por Raphael Yokoingawa de Camargo no CMCC-UFABC.
Análise de redes sociais
No mesmo painel dedicado ao tema "Bioinformática e Análise de Dados", o professor de Ciência da Computação e Engenharia da The Ohio State University Srinivasan Parthasarathy falou sobre como informações coletadas em redes sociais, como o Twitter ou o WhatsApp, podem ser usadas para ajudar a prever ou mitigar problemas relacionados a desastres naturais e epidemias.
Em parceria com pesquisadores de diversos países, inclusive brasileiros vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Parthasarathy coleta e analisa informações de mensagens curtas enviadas durante eventos climáticos extremos, como furacões e enchentes, ou durante surtos epidêmicos e usa o conteúdo para alimentar modelos computacionais. O objetivo é identificar problemas antes que eles se tornem críticos e fornecer informações que possam auxiliar as equipes que prestam socorro no local a planejar estratégias de controle.
"Se eu tenho 5 mil pessoas disponíveis para prestar socorro, preciso identificar as áreas mais afetadas e que precisam ser priorizadas. Para isso, usamos essas informações coletadas nas mídias sociais em conjunto com dados físicos que tradicionalmente alimentam os modelos de prevenção de furacão ou de enchentes, como velocidade do vento e pressão atmosférica, que são uma forma mais tradicional de sensoriamento", contou o pesquisador.
O grande desafio, segundo Parthasarathy, é conseguir filtrar as mensagens que realmente são relacionadas com o problema em questão. "Há muito ruído nas redes sociais. Por exemplo, se nosso objetivo é monitorar uma epidemia de dengue em uma determinada cidade, temos de ser capazes de isolar os tuítes que foram originados naquela região e incluir aquela informação em nosso modelo. Essa integração de sensores sociais e físicos pode produzir melhores resultados", comentou o pesquisador.
Também participaram do painel realizado durante a FAPESP Week Álvaro Montenegro, professor do Departamento de Geografia da The Ohio State University, e João Luiz Filgueiras de Azevedo, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Fonte: Karina Toledo, de Columbus (EUA) | Agência FAPESP

02/04/2016

Sala Multissensorial abre novos horizontes para crianças deficientes


Audição, olfato, tato, paladar e visão. Estimular os sentidos para potencializar a capacidade de aprendizado de crianças com necessidades especiais é o objetivo da Organização Não-governamental (ONG) Lumen et Fides com seu novo projeto que foi inaugurado nesta sexta-feira (1º), às 8h: a Sala Multissensorial.

Composta por várias cores, formas, tamanhos e ações, tudo ali é voltado para estimular os alunos com qualquer tipo de deficiência múltipla, disfunções neuromotoras ou autismo. Atualmente, 150 pessoas, entre crianças, adolescentes e jovens, são atendidas pela entidade e, a partir da segunda quinzena de abril, os alunos já poderão utilizá-la normalmente.

A construção de um sonho
O sonho de ver todo o projeto construído surgiu durante uma visita a uma entidade de Curitiba (PR), que atende ao mesmo público, feita pelo professor de educação física da Lumen. “O professor João foi para lá atrás de um projeto, porém, ele conheceu essa sala e me trouxe a proposta. Eu fiquei encantada na hora e ali começou o sonho de construir tudo isso”, explica a diretora pedagógica da entidade, Perlla Cristina Roel.

Para que se tornasse realidade, o projeto entrou numa espécie de concurso organizado por um banco, que iria contemplar a melhor proposta. A concorrência era de cerca de 330 entidades de todo o Brasil, mas a instituição filantrópica de Presidente Prudente foi escolhida e os R$ 70 mil necessários para a construção da sala vieram. “Sem esse apoio, teria sido difícil arrecadar todo esse dinheiro. No final, deu tudo certo e o sonho está realizado”, conta Roel.

A coordenadora pedagógica da Lumen, Ana Paula Bianque, relatou que durante um dos testes realizados com a sala o resultado foi surpreendente. “Trouxemos um aluno com déficit de atenção para a ‘torre borbulhante’ e, depois de um tempo, o levamos para fazer uma atividade num brinquedo de encaixe, que exigia concentração. E ele conseguiu”, explica Ana Paula.
'Superou minhas expectativas'

A dona de casa Tatilaine Figueirado é mãe do pequeno Lorenzo, de dois anos, que está há oito meses na Lumen e aprovou a sala ao conhecê-la. “Quando fizeram a reunião com os pais e nos apresentaram o projeto da sala, eu achei que seria algo totalmente tecnológico. Agora que conheci a sala, achei muito bonita e superou minhas expectativas. Acredito que esses equipamentos e atividades proporcionarão um bom desenvolvimento para os alunos”, enfatiza.

O neurologista Antônio Ferrari explica que terapias como essa podem, sim, surtir efeito em pessoas com deficiência. “Os estímulos que chegam ao sistema nervoso central provocam a formação de novas sinapses, que são uma espécie de caminhos entre os neurônios cerebrais e possibilitam o aprendizado de novas ações”, afirma.

Serviço – Quem desejar conhecer a Lumen et Fides, basta entrar em contato com a entidade pelo telefone (18) 3908-1076 e agendar um horário para visita.

Fonte: G1
Foto: Fábio Reis/TV Fronteira

Especialista da UFSCar orienta como identificar o autismo em crianças


No Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo, lembrado neste sábado (2), o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Celso Goyos orienta como identificar o transtorno em crianças. O distúrbio é uma condição comportamental que alguns indivíduos apresentam, caracterizada pela presença ou ausência total de comportamentos que surgem nos primeiros anos do desenvolvimento. O diagnóstico é quase sempre feito pelo pediatra da criança.

Os comportamentos, em geral, se apresentam em duas ou três áreas, que podem estar funcionalmente relacionadas com comportamentos ligados à comunicação, linguagem ou oralidade. Sendo assim, podem se apresentar em uma ausência total de fala ou falas rebuscadas, mas sem muita funcionalidade.

“Em geral, observa-se que estes indivíduos não reagem ou reagem bastante deficitariamente à presença de outras crianças ou outros indivíduos, mesmo às pessoas de grande proximidade, como os pais e irmãos”, explicou Goyos.

Diagnóstico e tratamento
De acordo com o especialista, o transtorno do espectro autista (TEA), conhecido como autismo, é um espectro, e dentro dele há inúmeras maneiras da condição individual se manifestar. Raramente se encontra dois indivíduos com autismo que sejam idênticos.
O tratamento, no entanto, é comportamental e o mais indicado é que seja precoce e intensivo, oferecido por profissionais com formação sólida em Análise do Comportamento.
Os pais jamais devem aguardar muitos meses ou anos para ter o diagnóstico e deve estar atentos ao preparo dos profissionais. O apoio dos familiares e da escola é fundamental.

Causas
O especialista explicou que não existem causas genéticas ou ambientais conhecidas que geram o autismo. Também não há nenhum tipo de exame genético, tomografia ou qualquer outro que detecte a existência da síndrome. “O diagnóstico é feito com base nos comportamentos exibidos pela criança”, relatou Goyos.

O professor explicou que o autismo se manifesta dependendo do comportamento da criança e ocorre com mais frequência em meninos do que em meninas, na proporção de 4 para 1.

É preciso ficar atento aos sinais, como se a criança não balbucia ou não exibe os primeiros sons, imitações e palavras aproximadamente na mesma época em que outra criança na mesma faixa etária e mesma condição sócio cultural.

“Ou se a criança não olha em direção aos olhos do adulto, e fixa o olhar em objetos que movimentam, giram ou objetos luminosos, ou ainda se a criança não reage apropriadamente quando ela é chamada pelo nome pelos pais ou irmãos”, disse.

Caso na região
A fisioterapeuta Fernanda Braga Vaz da Silva, de 33 anos, contou que sofreu quando teve o segundo filho diagnosticado com autismo. “Meu filho não tem um diagnóstico completo, quando ele tinha dois meses não se movimentava, apresentava uma hipersensibilidade e não gostava do contato nos braços e nas pernas. Levei-o à pediatra porque havia alguma coisa errada”, contou.

Após passar por muitos médicos e diagnósticos desestimulantes, a fisioterapeuta encontrou na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP) uma neuropediatra que começou a cuidar do caso mais de perto. “Foram realizados muitos exames, neurológicos e genéticos e nada de anormal era encontrado. Assim, agarramos no diagnostico do autismo e então começamos a procurar um tratamento”, disse.

Terapias
Desde os sete meses, a criança passa semanalmente com profissionais de terapia ocupacional, fonoaudiologia, ecoterapia e fisioterapia. Além disso, o menino frequenta duas vezes por semana um centro particular que o ampara com terapia comportamental.

“Já vejo melhoras com contato visual e coordenação motora. Meu filho era uma criança que não sorria, era apático, acho que sempre foi feliz, mas não conseguia demonstrar”, relatou.
Rotina
Fernanda teve que deixar de trabalhar todos os dias. Agora ela atende três vezes por semana para conseguir conciliar o tempo com as necessidades do filho. Ela conta com a ajuda da sogra e do marido, que trabalha em período integral, mas também a ajuda em casa.

A criança passa por uma dieta de glúten, lactose e soja. “Existem pesquisas que demonstram que essas substâncias alteram o comportamento do autista. O glúten não deixa o organismo absorver os nutrientes necessários e a lactose agride o intestino e causa toxicidade em áreas do cérebro”, disse.

Interação
A interação entre os filhos de Fernanda no começo foi um pouco delicada. Ela contou que o menino mais velho sofreu febres psicológicas com a chegada do irmão. “Atualmente existe até um contato grande entre os dois, eles ainda não brincam juntos, mas ele imita o irmão.

Ele vê o mais velho pintando e já começa a pegar o lápis ou o carrinho, é um exemplo”.
“Ele é carinhoso, gosta de colo, já da pra perceber que está tentando se comunicar. Além disso, adora uma casa cheia e bagunça”, contou Fernanda.

Escola
Um dos problemas enfrentados pela família foi na hora de escolher uma escola para a criança de 4 anos. “O autista tem necessidade e direito por lei de ter uma cuidadora durante as aulas para auxiliar e muitas instituições não oferecem, sejam particulares ou públicas”, relatou a mãe.

Na escola pública em Araraquara, Fernanda conseguiu uma vaga, mas não tinha cuidadora. Atualmente o menino frequenta uma escola particular. “Ele não interage da forma convencional com as crianças, a forma de comunicação dele é outra, até na hora da alfabetização vai ser diferente o método de ensino”, disse.

A fisioterapeuta espera que o dia da conscientização faça com que isso deixe de ser apenas uma data e desperte dentro das pessoas uma vontade de aprender e aceitar pessoas diferentes.

Curso especial
A UFSCar formou a primeira turma do primeiro curso de especialização em comportamento autista do país. Em janeiro deste ano, 73 alunos receberam o diploma após dois anos de estudos.

Segundo professor, o curso surgiu pela alta incidência de casos de autismo e pela necessidade de tratamentos para tornar necessária a capacitação de grande número de profissionais para atuarem de forma competente com questões comportamentais associadas com autismo.

Lei
O apoio de cuidadores está previsto na legislação. A Lei 9.394/96 diz que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial”.

Já a lei nº 12.764 institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno o Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.

Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.

"A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência".

Fonte: G1
Foto: Reprodução/TV Morena

15/03/2016

Amizade com gata 'abre mundo' para menina autista




O prognóstico que a britânica Arabella Carter-Johnson recebeu dos médicos de sua filha não era otimista.
Iris Grace, hoje com seis anos, foi diagnosticada com um grau elevado de autismo.
"Eles disseram que ela talvez nunca falasse nem conseguisse se relacionar", conta Arabella. Isso porque a garotinha havia passado muito tempo, pelo menos metade de sua vida, fechada em seu próprio mundo.
Mas tudo mudou com a chegada de Thula, uma gata da raça Maine Coon, conhecida por ser grande e calma. VEJA O VÍDEO.

"Ela passou a se comunicar conosco para dizer o que queria. E isso começou com a Thula: Iris Grace dizia 'mais, gata', 'senta, gata'; dava instruções a ela", afirma a mãe.
Arabella relata que, desde então, passou a ver o autismo de uma outra forma.
"Pode ser desafiador, bastante desafiador às vezes. Mas sinto que, se você estimular a criança, trabalhar com as coisas que interessam a ela, verá um progresso, verá mudanças."

Foto: Cortesia Arabella Carter-Johnson
Fonte: BBC


26/01/2016

Cientistas usam macaco transgênico para melhorar tratamento do autismo

Macaco da espécie 'Macaca fascicularis', mesma usada no estudo que modificou genes de macacos para reproduzir sintomas similares aos do autismo (Foto: André Ueberbach/Creative Commons)

Cientistas na China conseguiram modificar genes de macacos pela primeira vez para poder estudar o comportamento autista em humanos e a transmissão para seus descendentes, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (25) pela revista "Nature".
Um dos principais desafios na pesquisa dos diferentes espectros de autismo está na falta de modelos animais que possam reproduzir fielmente os sintomas desta condição detectados em pacientes humanos.

Embora nos últimos anos tenham sido alcançados grandes avanços neste campo em experimentos com roedores, não houve até agora modelos de primatas não-humanos, os quais refletem com mais precisão doenças neuronais complexas.
Os cientistas da Academia Chinesa de Ciências, com o especialista Zilong Qiu à frente, conseguiram desenvolver um modelo de primatas afetado pela síndrome de duplicação do gene MeCP2, um gene epigenético que controla a atividade de muitos outros genes.

Esta desordem se apresenta na infância e compartilha alguns dos sintomas principais com alguns espectros do autismo, explicaram os autores do estudo.

Neste sentido, estudaram oito macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), modificados geneticamente a partir de lentivírus que apresentavam uma superexpressão no cérebro do gene MeCP2, associado ao autismo.

As funções cognitivas destes primatas transgênicos, afirmaram os cientistas, eram relativamente normais, mas foram observadas várias mudanças em seu comportamento.

Entre outros, detectaram nos oito sujeitos um aumento das condutas motoras repetitivas e dos comportamentos relacionados com a ansiedade, ao mesmo tempo em que diminuiu a interação social entre eles.

Descendentes também afetados
Além disso, demonstraram a existência de uma transmissão do gene aos descendentes de um dos macacos macho, os quais também apresentaram uma deterioração em suas interações sociais quando foram pesquisados como casais.

Os especialistas da Academia Chinesa de Ciências de Pequim puderam assim determinar que tanto os primatas como sua descendência chegaram a apresentar mudanças em seu comportamento, o que demonstra que é possível experimentar com primatas não-humanos modificados geneticamente para estudar desordens do desenvolvimento neuronal.

Segundo destacam os autores, este trabalho poderia contribuir ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas para tratar os sintomas de algum dos espectros do autismo.

Fonte G1

24/01/2016

UFSCar forma a 1ª turma do 1º curso de especialização em autismo do país


A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) formou a primeira turma do primeiro curso de especialização em comportamento autista do país. Os 73 alunos receberam o diploma neste sábado (23), após dois anos de estudos. A capacitação é importante já que muitas famílias ainda têm que lidar com a falta de informação sobre esse transtorno de comportamento.

O coordenador do curso, Celso Goyos, explica que a doença atinge uma em cada 68 pessoas no mundo. “O curso foi criado porque a incidência do autismo é muito grande. As características do tratamento são muito específicas e há uma ausência de capacitação para atendimento dessa população”, destacou.

Características
A pedagoga Gabriela Molina Moura, uma das alunas do curso, explica que os autistas têm três características principais. “Atraso na linguagem, aquela rigidez na rotina que se você muda você percebe que a criança fica em conflito e a questão da interação social, é aquela criança que fica no mundinho dela”, disse.

Uma das dificuldades é enfrentar a crise de uma criança. “Uma coisa que eu percebi de errado é quando uma criança está tendo alguma crise a gente retirar a criança do ambiente. Aqui no curso eu aprendi que isso não é o mais correto. Tem que se fazer uma avaliação, ver o que está causando aquele comportamento, para tentar melhorar e não simplesmente retirando do ambiente”, explicou a pedagoga Gisele de Souza, que também se formou no curso.

Situações
O curso não chamou a atenção apenas de quem é especialista no atendimento a essas pessoas especiais. A pedagoga Giselle Voltarelli tem um filho de 3 anos com autismo. O diagnóstico de Enzo veio quando ele tinha um ano e meio. “Eu não sabia lidar com certas situações como a birra dele. Você conversa com ela e ela vai parar, mas ele não tinha essa compreensão”, disse.

Ela ainda não terminou o curso, mas já aprendeu muita coisa. “Se ela estiver fazendo birra o certo é você não reforçar aquele comportamento dando atenção para ele. Se eu dar atenção eu vou estar reforçando aquela birra. Ele vai entender que se ele fizer birra ele vai conseguir o que quer”, destacou.

Inscrições
O curso oferecido é presencial aos sábados (quinzenalmente), com aulas em sala, valorizando a socialização dos conhecimentos e os contatos pessoais. As inscrições estão abertas até o dia 31 de março através do e-mail autismoufscar@gmail.com. Outras informações pelo site www.lahmiei.ufscar.br

Fonte: G1


10/01/2016

19 filmes que trazem o Autismo e o Asperger: preparados para assistir?

Mary e Max: Uma Amizade Diferente (2009)

Filmes são sempre uma boa pedida e, consequente, uma boa dica. Estão prontos para nossa lista com 19 filmes sobre Autismo? Alguns são mais antigos e abordam o tema da relação com os pais, outros relatam algumas outras relações valiosas, como com animais e com esportes.
Listamos dos mais antigos aos mais recentes:

1. Rain Man (1988)

O insensível Charlie Babbitt espera receber uma grande herança após a morte de seu pai, a quem ele não vê há anos. Mas Raymond (Dustin Hoffman), seu irmão mais velho, internado em uma instituição médica, alguém cuja existência Charlie ignorava até então, é quem recebe toda a fortuna. Raymond é um “autista sábio” com habilidades mentais seriamente limitadas em algumas áreas, mas com capacidade de gênio em outras. Quando Charlie rapta Raymond, a longa e maluca viagem atravessando o país, rumo a Los Angeles, ensina a ambos algumas lições sobre a vida

2. Gilbert Grape: Aprendiz de Um Sonhador (1993)

Na pequena cidade de Endora, Gilbert cuida de seu irmão autista Arnie e de sua mãe extremamente obesa. A cidade é calma e a vida segue seu rumo, até que Becky aparece, e Gilbert se apaixona por ela. Agora ele terá que lidar com a problemática família ao mesmo tempo em que quer aprender os segredos da moça.

3.Testemunha do Silêncio (1994)

Não há pistas, nem motivos, nem suspeitos. E a única testemunha ocular sabe que nem tudo poderá ser dito. Ele é uma criança autista de nove anos cujas memórias do brutal massacre de seus pais estão seladas dentro dele, a não ser que um determinado e carinhoso psicólogo infantil possa acessá-las.

4. À Sombra do Piano (1996)

Franny luta por mais de trinta anos para dar apoio e respeito a Rosetta, sua irmã mais nova, que é autista. Ela acredita que Rosetta tenha uma intensa vida emocional e intelectual escondida sob o seu rosto impassível. O principal obstáculo é a mãe, Regina, uma cantora lírica que abandonou a carreira para se dedicar à família e agora, amarga e ressentida, é obcecada por controle e carente de adulação.

5. Código Para o Inferno (1998)

Art Jeffries (Bruce Willis), um renegado agente do FBI, combate inescrupulosos agentes federais para proteger Simon, um garoto autista de 9 anos, que desvendou um “indecifrável” código secreto. Ele consegue ler o Mercury, um avançado código criptográfico do governo americano, tão facilmente, quanto outros garotos lêem inglês. Essa habilidade, torna vulnerável esse código de 1 bilhão de dólares, especialmente se os inimigos do governo descobrirem Simon e o capturarem. Nick Kudrow (Alec Baldwin), chefe do projeto Mercury, ordena que a “ameaça” seja eliminada, sem imaginar que Jeffries está envolvido.

Leia mais sobre Autismo

6. Ressurreição (1998)

Conta a história de uma jovem mulher (Loretta), que vive em Chicago com sua mãe e dois filhos, uma delas (Tracy) tem autismo. Por insistência da mãe, Loretta vai passar o verão com as filhas em uma cidadezinhade interior, onde vivem seu tio e sua tia (que têm alzheimer). Durante sua estadia, aprende a lidar melhor com os problemas dos filhos e os seus próprios.

7. Experimentando a Vida (1999)

Elisabeth Shue interpreta Molly, uma jovem autista que sai do período de internação e fica sob os cuidados de seu irmão, Buck (Aaron Eckhart). Ele permite que a irmã inicie um tratamento experimental. Molly se transforma em um gênio, com inteligência superior, para a surpresa de Buck. Mas esse progresso acaba sendo relativo, já que Molly não se livra completamente da sua extrema concentração autista. Buck e sua irmã enfrentam agora outro grande desafio.

8. Uma Viagem Inesperada (2004)

Quando Corrine descobre que seus dois filhos gêmeos são autistas, ela fica inconformada, mas acaba aceitando o veredito. Ela então conta ao marido sobre o fato, e ele lhe diz que não quer lidar com o problema do autismo. Por isso, Corrine o abandona, e passa a criar os meninos sozinha. Ela os coloca numa escola e não informa sobre problema dos meninos. Mas a atitude estranha das crianças faz com que os professores a acusem de maus tratos e, quando Corrine conta a verdade, eles a mandam procurar outra escola.

9. Loucos de Amor (2005)

Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha Mitchell) sofrem da síndrome de asperger, uma espécie de autismo que provoca disfunções emocionais. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa seguir um padrão em sua vida, para que possa levá-la de forma normal. Entretanto, ao conhecer Isabelle em seu grupo de ajuda tudo muda em sua vida.


10. Um Certo Olhar (2006)

Alex Hughes, um ex-presidiário, está viajando para Winnipeg para ver um velho amigo. Ao longo do caminho, ele encontra o chato, mas vivaz, Vivienne Freeman que consegue pegar uma carona com ele, mas o veículo de Alex sofre um sério acidente, que mata Vivienne. Alex decide então falar com a mãe de Vivienne e vai até sua casa. Lá, ele descobre que a mãe, Linda, é uma mulher autista de alta funcionalidade. Ela o convence a ficar mais tempo, após o funeral e, naqueles dias, Alex descobre novas amizades e aprende mais sobre a singularidade de Linda mesmo enquanto ele se esforça para lidar com sua própria dor.

11. O Nome dela é Sabine (2007)

A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz em um hospital psiquiátrico, passa a viver em uma estrutura adaptada a ela. E, dessa forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de algumas instituições especializadas e as dramáticas conseqüências que podem causar aos doentes.

12. Ben X: A Fase Final (2007)

Ben é um jovem que sofre da síndrome de asperger e que se isola em sua própria realidade no mundo de Archlord, um jogo virtual. Seu modo de vida causa estranheza em seus colegas de classe, que o julgam e não o aceitam.

13. Sei Que Vou Te Amar (2008)

Thomas Mollison é um jovem de 16 anos que quer apenas ter uma vida normal. Seu irmão mais velho, Charlie, tem autismo e TDAH e o funcionamento de toda sua família gira em torno de lhe oferecer um ambiente de vida seguro. Ao se mudar para uma nova casa e uma nova escola, Thomas conhece Jackie Masters e começa a se apaixonar por ela. Quando sua mãe fica confinada na cama devido à gravidez, Thomas então deve assumir a responsabilidade de cuidar de seu irmão, o que pode custar a sua relação com Jackie, especialmente quando isso desencadeia um violento confronto na família em sua festa de aniversário.

14. Mary e Max: Uma Amizade Diferente (2009)

Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com síndrome de asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. Mary e Max é exploram a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais.

15. O Menino e o Cavalo (2009)

O jornalista britânico Rupert Isaacson se apaixonou pela americana Kristin Neff, professora de psicologia, quando viajava pela Índia. Sete anos depois, em 2001, nasceu seu filho Rowan. O mundo parecia perfeito até o menino ser diagnosticado com autismo. Tendo recorrido a todo tipo de terapia, sem sucesso, Rupert decide apostar numa jornada espiritual. Percebendo o amor do filho por cavalos, ele pesquisa como conciliar este fato com a busca por uma técnica de cura ancestral. A família parte assim para a Mongólia, onde, cavalgando por milhas, irão atrás do xamã mais poderoso da região.

16. A Mother’s Courage: Talking Back to Autism (2009)

Narrado por Kate Winslet, este inspirado filme mostra a busca de uma mulher para desbloquear a mente de seu filho autista. Margret encontra os principais especialistas e advogados no assunto e se conecta com várias outras famílias tocadas pelo autismo. À medida em que se depara com terapias inovadoras, Margret encontra a esperança de que seu filho possa ser capaz de se expressar em um nível que nunca pensou ser possível.

17. Adam (2009)

Adam, um rapaz com síndrome de asperger, é apaixonado por astronomia, e passa a morar sozinho após a morte do pai. Tem um único amigo para apoiá-lo, Harlan. O filme trata do seu relacionamento com uma nova vizinha, a professora Beth. Foi escrito e dirigido por Max Mayer, que teve a ideia quando ouviu uma entrevista de um homem que sofria da síndrome. Foi premiado no Sundance Film Festival e no Method Fest Independent Film Festival do ano seguinte.

18. Temple Grandin (2010)

É baseado no livro Uma Menina Estranha, da própria Temple, uma mulher com autismo que acabou se tornando uma das maiores especialistas do mundo em manejo de gado e planejamento de currais e matadouros

19. Um Time Especial (2011)

Baseado no livro The Legend of Mickey Tussler, o filme conta a história de um técnico de uma liga juvenil de beisebol que chama um garoto com autismo para ser seu lançador. Os dois terão que vencer preconceitos e a rejeição de alguns jogadores do time para seguir em frente.


Por Ana Leite  (Reab)
Publicado em Deficiente Ciente