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19/06/2016

Novos testes indicam baixa eficácia da 'pílula do câncer'



Novos testes realizados pelo Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP) concluíram que a fosfoetanolamina, composto que ficou conhecido como "pílula do câncer", não teve eficácia para destruir ou inibir o crescimento de células de câncer de pâncreas ou melanoma. No entanto, a substância foi capaz de reduzir a viabilidade celular em 10,8% e a proliferação em 36,1% no caso do câncer de pulmão. As informações são do G1.

Mas os pesquisadores observaram que a mudança de pH resultante do acréscimo da substância por si só já teria tido esse efeito contra as células de câncer de pulmão. Pos isso, acreditam que esse efeito parece estar relacionado com a redução do pH do meio de cultura e não com a fosfoetanolamina em si.

Para realizar os testes, os pesquisadores utilizaram a fosfoetanolamina sitentizada pelo Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os testes avaliaram a atividade citotóxica e antiproliferativa da substância.

O estudo é parte de uma iniciativa federal, cujo objetivo é estudar a possível eficácia do composto contra o câncer, coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Outros testes semelhantes já apontavam para o baixo potencial da substância.

PROIBIÇÃO JUDICIAL

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, por liminar, a Lei 13.269, que liberava a fabricação e a distribuição da fosfoetanolamina sintética, chamada de pílula do câncer. A substância ficará proibida em todo o país até a corte julgar o assunto de forma definitiva, o que não tem data prevista para acontecer. Sancionada pela presidente agora afastada Dilma Rousseff, a norma permitia que pacientes diagnosticados com a doença usassem a substância por livre escolha.

Fruto de pesquisas de um professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, a fosfoetanolamina foi distribuída localmente durante anos, até junho de 2014, quando uma portaria da própria USP proibiu o repasse. Porém, em outubro de 2015, o ministro Edson Fachin, do STF, concedeu liminar autorizando o acesso por uma paciente em estado terminal. A partir de então, diversos doentes conseguiram liminares semelhantes no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Em novembro, uma nova decisão do TJ-SP proibiu mais uma vez a distribuição.

A procura pela substância foi motivada por relatos de pacientes dando conta de que as pílulas funcionam. Entretanto, a fosfoetanolamina nunca passou pelos testes obrigatórios para todo e qualquer medicamento. E por isso mesmo, também não foi sequer avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão federal responsável por autorizar o uso de remédios no país.

O clamor pelo acesso à substância, porém, continuou. Em março deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que liberava a fosfoetanolamina sintética mesmo sem testes ou o aval da Anvisa. O texto foi aprovado também pelo Senado e, em seguida, sancionado por Dilma Rousseff.

Desde a aprovação na Câmara, cientistas renomados vêm se posicionando publicamente contra a liberação da fosfoetanolamina. A Associação Médica Brasileira (AMB) argumentou que a “pílula do câncer” não passou pelos testes clínicos em seres humanos, que, de acordo com a Lei 6.360, de 1976, precisam ser realizados antes da concessão de registro pela Anvisa.


Fonte: O Paraná

01/06/2016

Fosfoetanolamina falha em novos testes com tumores em roedores



O Ministério da Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou em seu site sobre a fosfoetanolamina dois novos estudos feitos pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará que concluíram que o composto que ficou conhecido como "pílula do câncer" não teve efeito inibidor sobre dois tipos de tumores em roedores.

Nas pesquisas conduzidas pelo professor Manoel Odorico de Moraes Filho, dois grupos de animais, um de ratos e outro de camundongos, foram inoculados com tumores de rápida proliferação --carsinossarcoma 256 de Walker e sarcoma 180, respectivamente. Em seguida, parte dos animais recebeu doses de fosfoetanolamina durante 10 dias.

Em ambos os casos, comparando-se a evolução das cobaias que receberam o suposto remédio e os que não o receberam, chegou-se à conclusão de que a substância não teve efeito inibidor dos tumores.

Leia mais em G1
Fonte: Dennis Barbosa/G1
Foto: Cecília Bastos/USP Imagem

05/04/2016

STF decide que USP pode suspender fornecimento de fosfoetanolamina


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que a Universidade de São Paulo (USP) deverá fornecer a fosfoetanolamina somente "enquanto remanescer o estoque" do composto.
Depois disso, o fornecimento poderá ser suspenso tendo como justificativa a ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de estudos publicados sobre os benefícios de sua utilização na cura do câncer, a falta de estudos que atestem sua segurança e o desvio de finalidade da instituição de ensino.
A decisão foi tomada depois de a USP apresentar um pedido ao STF contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que determinou o fornecimento da fosfoetanolamina para pacientes com câncer sob pena de multa.
Em sua decisão, Lewandowski afirmou que "não caberia ao Poder Judiciário respaldar a prática de uma medicina não baseada em evidências". A decisão suspende todas as decisões judiciais proferidas em âmbito nacional que tenham determinado à USP o fornecimento da substância até que elas sejam julgadas em definitivo.

Fonte: G1
Foto: Ely Venâncio/EPTV

31/03/2016

USP denuncia pesquisador que criou a 'pílula do câncer' por curandeirismo


A Procuradoria da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, denunciou à Polícia Civil o químico Gilberto Chierice, pesquisador que desenvolveu a fosfoetanolamina sintética, a chamada 'pílula do câncer', nos laboratórios do Instituto de Química. A universidade alega que ele cometeu crime de curandeirismo, que é a prática de prescrever, ministrar ou aplicar substância para cura de doenças.

O pesquisador foi chamado para prestar depoimento na delegacia na tarde desta quarta-feira (30). A USP foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto até a publicação da reportagem. Chierice preferiu não comentar a denúncia.

Desenvolvida para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecido.

Inquérito apura dois crimes
Segundo documentos obtidos pela EPTV, a USP denunciou o pesquisador por curandeirismo e por expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto iminente, previstos como crimes nos artigos 284 e 132 do Código Penal, respectivamente. A pena para o primeiro é de prisão de 6 meses a 3 anos e, para o segundo, de 3 meses a 1 ano.

A denúncia foi feita inicialmente para a Polícia Federal, que encaminhou o caso para a Polícia Civil de São Carlos. O delegado seccional Geraldo Souza Filho informou que um inquérito foi aberto no dia 15 de fevereiro para apuração.
Além de Chierice, foram ouvidos também o pesquisador Salvador Claro Neto e o diretor do Instituto de Química, Germano Tremiliosi Filho. Também devem ser ouvidos pacientes com câncer que usaram a substância.

Leia mais em G1
Fonte: G1
Foto: Wilson Aiello/ EPTV

20/01/2016

MCTI recebe primeiros resultados da pesquisa sobre a fosfoetanolamina

Foto: crfsp

Celso Pansera se encontrou com pesquisadores que conduzem testes antes de lançar o portal de divulgação com todas as informações sobre os estudos com a molécula.

Na terça-feira (19), o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, se encontrou com os pesquisadores João Batista Calixto, do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), e Eliezer Barreiro, do Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lassbio/UFRJ), para tratar do andamento das pesquisas com a fosfoetanolamina. Durante o encontro foram apresentados os resultados dos primeiros testes com a molécula, conduzidos pelo Lassbio. Também participou da reunião o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da Pasta, Jailson de Andrade.

Os especialistas do Lassbio experimentaram a substância cedida pela Universidade de São Paulo (USP), além de seguir os passos de desenvolvimento da fosfoetanolamina com base na patente depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPE) e de sintetizar a substância pura.  Nos próximos dias serão divulgados os resultados consolidados desta primeira parte da pesquisa.

Com esses elementos, em breve se inicia a fase de testes clínicos em células cancerígenas e em animais, a ser conduzida pelo CIEnP e pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC). Esta etapa servirá para avaliar uma possível toxicidade da fosfoetanolamina para o uso humano.

"Vamos trabalhar com a análise dessas substâncias pelo CIEnP e pelo NPDM e vamos trabalhar com a parte de análise de células, usando células humanas e também animais de laboratório. Isso está dentro da nossa expectativa, de no prazo mais curto possível ter a resposta de que tenhamos, ao menos, a segurança de que ela não é tóxica para o uso humano", explicou o ministro Celso Pansera.

Lançamento
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou um site sobre os estudos realizados com a fosfoetanolamina (FOS) para determinar a segurança e a eficácia da substância no tratamento do câncer. Pelo site é possível acompanhar as etapas das pesquisas desenvolvidas pelos institutos credenciados para conduzir os estudos, além dos relatórios do Grupo de Trabalho (GT) instituído pelo Ministério da Saúde, no ano passado. 

O GT foi criado a partir da ampla repercussão da distribuição da fosfoetanolamina para fins terapêuticos no tratamento do câncer pelo Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP). Além do Ministério da Saúde, participam do Grupo de Trabalho representantes do MCTI, Instituto Nacional do Câncer (Inca), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pesquisadores responsáveis pelo pedido de patente da FOS no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Prestação de contas
Relatório de Atividades do Grupo de Trabalho sobre a Fosfoetanolamina, publicado no site, cita o repasse de R$ 2 milhões pelo MCTI para três laboratórios credenciados financiarem as etapas iniciais das pesquisas. São eles o Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), de Florianópolis (SC), o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC) e o Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASSBio/UFRJ). No total, o MCTI vai investir, em três anos, R$ 10 milhões nos estudos da fosfoetanolamina.

De acordo com o documento, os laboratórios selecionados possuem infraestrutura de "padrão internacional e estão capacitados para desenvolver pesquisas em conformidade com os critérios estabelecidos pelas principais agências regulatórias internacionais". 

Desde a criação do GT, cinco reuniões foram realizadas para discutir um plano de ação envolvendo as etapas de síntese, estudos pré-clínicos e ensaios clínicos com a FOS. Um cronograma foi definido para a conclusão de 80% dos estudos pré-clínicos em sete meses, a partir da distribuição de amostras da molécula aos laboratórios credenciados, o que ocorreu em dezembro de 2015. 

"Esses estudos serão rigorosamente desenvolvidos para fornecer dados científicos concretos acerca da segurança e da eficácia da FOS", diz o relatório divulgado pelo GT.

O documento também esclarece que "não será atribuição do Ministério da Saúde e do MCTI participar das etapas de formulação, produção, qualidade e do desenvolvimento dos estudos clínicos para fins do registro da FOS como medicamento". 

Fonte: MCTI