A sonda Juno “instalou-se” na órbita de Júpiter esta segunda-feira, após uma viagem de cinco anos. Das oito missões que já tinham passado pelo planeta, apenas uma, a Galileu, tinha estado em órbita. Pela primeira vez, a sonda Juno vai poder estudar detalhes nunca antes analisados no maior planeta do sistema solar. O El País reuniu os três principais mistérios que a missão pretende resolver.
Será que Júpiter tem um planeta rochoso gigante no interior?
É sabido que Júpiter é um planeta gigante gasoso. Mas pouco se sabe sobre as suas origens. Uma das teorias mais fortes é que o planeta seria um planeta rochoso gigante (ou seja, um planeta telúrico, ou terrestre, semelhante à Terra ou a Marte, por exemplo) que, pelo seu tamanho, conseguiu gerar um campo gravitacional suficiente para acumular matéria da nuvem primordial que esteve na origem do sistema solar.
O planeta poderá também ter sido criado por um processo mais comum neste tipo de corpos, pelo colapso de uma nuvem de gás e pó. A sonda Juno irá analisar o campo gravitacional e o campo magnético de Júpiter, e tentar resolver este mistério.
O que há debaixo da atmosfera?
A atmosfera de Júpiter, composta por nuvens de gás extremamente espessas, não permite perceber bem o funcionamento interno do planeta. Ora, como a elevada força gravítica do planeta fez com que Júpiter tenha conservado a sua composição ao longo dos tempos, desde a origem do sistema solar, penetrar dentro da sua atmosfera pode dar pistas importantes sobre a história do sistema em que também nós vivemos.
Importa saber se há água no planeta. Porquê?
A atmosfera de Júpiter é composta sobretudo por hidrogênio e hélio. Além de uma série de moléculas, como metano ou amoníaco. Acredita-se que exista água, talvez em pouca quantidade, mas não se sabe. A sonda Juno irá procurar indícios da existência de água e analisar a quantidade em que o composto existe no planeta.
A importância dessa conclusão? Por um lado, permitirá entender se Júpiter se formou no local em que está atualmente, ou noutro lugar, o que influencia a história dos outros planetas do sistema solar. Além disso, a quantidade de água existente em Júpiter poderá indicar a quantidade de água que existia na altura da formação do sistema solar. E esses dados serão relevantes para conhecer, inclusivamente, de onde veio a água que originou a vida na Terra.
Por: El País
Fonte: Observador
Foto: AFP