Estudo encontra no intestino dezenas de agentes patogênicos que podem ser benéficos para o organismo
No entanto, é preciso cautela com os resultados, admite Young. Este campo ainda é muito novo, e, como no caso de centenas de estudos sobre o microbioma, por enquanto existe apenas uma correlação entre a presença dos vírus e a saúde, não uma relação de causa e efeito.
Além disso, é preciso estudar muito mais gente para confirmar os resultados. “É necessário fazer estudos muito mais extensos, mas tudo o que este trabalho diz faz bastante sentido”, opina Manuel Zúñiga, pesquisador do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha especialista em bactérias lácticas e probióticos. “Estes vírus dependem das bactérias para sobreviver”, detalha. “Sabemos que as doenças alteram a comunidade bacteriana e, portanto, a comunidade viral que vive delas também muda”, ressalta. Assim como as bactérias do trato digestivo são usadas como terapia nos transplantes de fezes, os fagos também são promissores como tratamento. Estes vírus são muito seletivos, e cada espécie se alimenta de um tipo muito específico de micróbios. Um possível uso terapêutico seria empregá-los no combate a infecções, substituindo os antibióticos, o que permitiria reduzir significativamente os efeitos colaterais (aniquilar a flora bacteriana benéfica) e solucionar a preocupante falta de novos antibióticos. A equipe de Young pretende agora analisar que papel desempenham os vírus bacteriófagos nos transplantes de fezes.
Fonte e imagem: El país