08/09/2016

Pesquisa científica de aluno do CEPTI Cândido Borges vence mais uma feira nacional

A pesquisa do piauiense concorreu com 127 projetos do Brasil, Argentina, México e Colômbia

O projeto de pesquisa científica Classificação Operacional Predominante em Hanseníase no município de Campo Maior – PI ganhou o prêmio do VII Movimento Científico Norte e Nordeste/I Mostra Científica do Cariri (VII MOCINN/I MOCICA 2016), organizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), que ocorreu de 22 a 26 de agosto, em Juazeiro do Norte – CE.
Depois de vencer o Movimento Internacional para atividades de lazer em Ciência e Tecnologia – MILSET BRASIL 2016, no início desse mês, Kaio Martins e Silvana Orsano, aluno e professora do Centro Estadual de Ensino Profissional de Tempo Integral (CEPTI) Cândido Borges Castelo Branco e idealizadores do projeto, disputaram o prêmio do VII MOCINN/I MOCICA 2016 com 127 outros projetos, desenvolvidos por jovens cientistas de todo o Brasil, da Argentina, do México e da Colômbia.
“Éramos os únicos representantes do Piauí nessa feira, e ganhar esse prêmio nos deixa ainda mais empolgados para dar continuidade a esse estudo. Agradeço demais a minha professora por ter me estimulado a dar passos largos no caminho da pesquisa científica”, declarou o aluno Kaio Martins.
Essa série de conquistas pode não parar por aqui, pois como parte da premiação do VII MOCINN/I MOCICA 2016, Kaio e Silvana ganharam a credencial para a Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia/Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (MOSTRATEC 2016), prevista para acontecer de 24 a 30 de outubro, em Novo Hamburgo – RS.
Como diz a música, toda pedra no caminho você pode retirar... é preciso saber viver. E é com esse lema que a professora Silvana Orsano tem transformado os ideias de vida dos alunos do CEPTI Cândido Borges Castelo Branco, em Campo Maior.
“Nas Feiras de Ciências é que encontraremos os futuros transformadores de nosso planeta nos diversos segmentos e nas escolas elas são instrumentos para a prática da atividade científica e grande oportunidade para a interação entre escola e sociedade, além de ser um momento que contribui para despertar nos estudantes o interesse pela ciência e tecnologia. O Piauí ainda está carente de pesquisadores e professores envolvidos com a área científico-tecnológica, daí a importância do incentivo, realização e participação dos alunos em Feiras de Ciências”, destaca a professora.
No calendário de disputas em feiras científicas, o projeto de pesquisa Classificação Operacional Predominante em Hanseníase no município de Campo Maior – PI ainda concorrerá na edição 2017 da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia – FEBRACE 2017, que acontecerá no mês de março, em São Paulo.

O projeto de pesquisa científica Classificação Operacional Predominante em Hanseníase no município de Campo Maior – PI
A Classificação Operacional Predominante foi realizada através de pesquisa nos nove postos de saúde do município de Campo Maior. Foram diagnosticados 26 casos no universo de 46 mil habitantes, enquanto o Ministério da Saúde preconiza o registro de 1 caso para cada 10 mil habitantes, o que trouxe à tona o fato de que em Campo Maior a doença é endêmica.
A partir disso, aluno e professora desenvolveram ações para incentivar na população a busca pelo diagnóstico precoce. Dos 26 casos de hanseníase registrados em Campo Maior, 95% são do tipo da doença que é transmitida por vias aéreas.
“O nosso objetivo com o diagnóstico precoce é evitar que a doença se espalhe na cidade. Se conseguirmos o diagnóstico da hanseníase paucibacilar – tipo não transmissível – poderemos evitar a evolução da doença para a hanseníase multibacilar – transmitida por vias aéreas – e reduzir o número de novos casos registrados, até que esse percentual chegue a zero”, disse a professora Silvana Orsano.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa (transmissível por meio de tosses e espirros), cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, no entanto poucos adoecem. A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas.
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação obrigatória. O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase, atrás somente da Índia. Em 2014 foram diagnosticados 24.612 novos casos de hanseníase. Apesar do número elevado, os índices vêm diminuindo anualmente desde 2003, segundo dados do Ministério da Saúde.

Fonte: http://www.piaui.pi.gov.br/