Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens

03/05/2016

Grupo de pesquisadores da UnB 'traduz' poesias para sistema braille



Projeto desenvolvido por dois professores e uma aluna de doutorado da Universidade de Brasília (UnB) pretende converter clássicos da poesia mundial para o sistema braille, utilizado por pessoas com deficiência visual. Chamada de "Poesia Sensorial", a iniciativa pretende oferecer os textos na web em arquivos acessíveis para usuários de todo o país.

A poesia escolhida para iniciar o projeto foi "Un coup de dés jamais n'abolira le hasard" ("Um lance de dados jamais vai abolir o acaso", em tradução livre), do escritor francês Stéphane Mallarmé. O texto é um exemplo de poema tipográfico, em que o formato dos versos e a disposição na página também compõem parte da mensagem.

"Nossa proposta é fazer as pessoas cegas recitarem e cantarem as poesias", afirma o professor de Tradução Eclair Almeida, um dos responsáveis pela iniciativa. Ele diz que o projeto buscou inspiração no "Musibraille", criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para ensinar noções de música aos deficientes visuais.

Ritmo e tom
Para dar ritmo à leitura e simbolizar os diferentes tipos de letras usados no poema visual, a transcrição para o braille incluiu notas musicais e cinco tamanhos de fontes. Com esses dados, o deficiente visual poderá recitar o texto em voz alta, sem perder as dicas oferecidas pela visão. O livro deve ser lançado no segundo semestre deste ano.

O projeto é capitaneado por Almeida em parceria com o professor Augusto Rodrigues e a doutoranda Josina Nunes. O suporte técnico para as transcrições em braille é dado pela mestranda Carolina Dias Pinheiro, que converte as letras para o sistema tátil. Além das poesias, o projeto pretende incluir romances, partituras musicais e outros gêneros de texto.

Com a ideia, o grupo de pesquisa espera garantir o acesso dos cegos às mesmas obras de arte que, hoje, estão disponíveis para apreciadores com visão regular. Entre os próximos "escolhidos" pelo Poesia Sensorial, estão os textos do poeta americano E. E. Cummings e do filósofo francês Paul Valéry.

Fonte: G1 DF
Foto: Raquel Morais/G1

27/04/2016

Arte e reflexões sobre o social são incentivadas desde cedo na escola



A música é porta de entrada para cativar alunos do ensino fundamental em relação à literatura, à poesia e às questões sociais. Esta foi a experiência do projeto Arte e Intervenção Social, do professor de Língua Portuguesa Daniel Carvalho de Almeida, realizado na Escola Municipal de Educação Fundamental (EMEF) Aurélio Arrobas Martins, em Itaquera, zona leste de São Paulo. O projeto despertou nos alunos o interesse e o gosto pela literatura, a poesia e a criação literária. Agora, eles escrevem poesias e outro gêneros de texto, e já publicaram dois livros.

Confira no vídeo a seguir:


Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Fonte: Valéria Dias/USP Online

01/04/2016

Estudo do Antigo Testamento revela talento literário dos escritores bíblicos


A riqueza dos gêneros literários contidos na Torá tem atraído alunos de várias áreas do conhecimento para estudar a Bíblia Hebraica na USP. A matéria ,que é oferecida no curso de Língua e Literatura Judaica do Departamento de Letras Orientais, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, tem matrículas de alunos de engenharia, direito, história, comunicação e economia, dentre outros. O curso propõe uma análise multidisciplinar das narrativas bíblicas dos cinco primeiros livros Pentateuco – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – textos centrais do judaísmo e dos profetas.
O motivo da pluralidade de público se deve, em parte, ao interesse por assuntos cósmicos e às características religiosas de formação do brasileiro. Porém, Suzana Schwartz, professora que ministra as aulas de estudos bíblicos, ressalta que o curso não tem caráter religioso algum e logo nos primeiros encontros esse viés é desconstruído. No curso, a Bíblia é objeto de estudo e a abordagem acadêmica acomoda elementos da crítica literária, antropologia e arqueologia.
Para a professora, estudar os originais da Bíblia Hebraica amplia os horizontes do conhecimento e proporciona uma melhor compreensão da formação das culturas ocidental e oriental, que se estruturaram a partir desses textos seminais. A elucidação do passado do Oriente Médio antigo fornece, ainda, subsídios para uma reflexão sobre os conflitos étnicos e religiosos que vive a região na atualidade.
Segundo Suzana, a leitura aprofundada dos textos originais em hebraico revela o talento literário dos escritores bíblicos, que já naquela época demonstravam estar na vanguarda no uso da estética da linguagem. Eles foram responsáveis, por exemplo, pela criação da prosa, o gênero literário que expressa clareza, objetividade e simplicidade, para transmitir suas mensagens ao povo judeu. A prosa permitia que a comunicação chegasse ao interlocutor direto e sem ruído.
Tanto a bíblia hebraica quanto os textos do Oriente Médio antigo são ricos na coleção de gêneros e formas literárias. Nos escritos bíblicos, é possível notar a presença de recursos polissêmicos e semânticos do hebraico bíblico – a multiplicidade dos sentidos da palavra, a interpretação do significado de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Além do uso da prosa havia o jogo do silêncio e das pausas como recursos comunicacionais.
Bíblia Hebraica ou Torá
A Torá ou Bíblia Hebraica corresponde aos cinco primeiros livros do Pentateuco – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio -, e constitui também a primeira grande parte da Bíblia Cristã, ou Antigo Testamento. Embora, não haja identificação clara do autor, a teologia atribui a escrita da Torá à Moisés, o profeta escolhido para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito, segundo a tradição.
No curso de Bíblia Hebraica, são estudados textos selecionados da Torá, escritos entre o século XVIII AEC (antes da era cristã) e o século I EC (era cristã). Os livros narram a história de população judia israelita desde sua origem como grupo familiar, passando por tribos e monarquia até chegar a escravização deles pelo Egito e posterior libertação. Os relatos tratam das crenças judaicas, sua visão de mundo e historia religiosa e devido a importância desses escritos, a Bíblia é o conjunto de livros mais lido, traduzido, copiado, interpretado e reinterpretado do mundo.
Por não conseguir abarcar todo o conteúdo que deseja na disciplina de Bíblia Hebraica do curso de graduação em Letras, Suzana criou um grupo de estudos para discutir o tema. Os integrantes do Grupo de Estudos do Judaísmo Antigo dos Períodos Persa, Grego e Romano se reúnem uma vez por semana na sala 19 do Prédio da História, na FFLCH (Cidade Universitária). A reunião é aberta ao público interessado.
Fonte: Ivanir Ferreira/USP
Foto: Cecília Bastos
Mais informações: (11) 2648-0870, no Departamento de Letras Orientais da FFLCH, email flo@usp.br

31/03/2016

Unicef lança "contos que não são de fadas" sobre crianças refugiadas


O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lançou três filmes de animação que contam histórias reais de crianças fugindo de conflitos e explicam o horror que as colocou nesta situação.
A série "Contos que Não São de Fadas", em tradução livre, faz parte da iniciativa #actofhumanity, ou "ato de humanidade".

Direitos
A campanha enfatiza que crianças são crianças, não importa de onde venham, e que cada uma delas tem direitos e merece uma chance justa.
A chefe de comunicação do Unicef, Paloma Escudero, fez um alerta: "não importa aonde estejam no mundo, quando uma criança refugiada ou migrante chega a seu destino, isto é o início de uma outra jornada, não o fim do caminho".

Atos de Humanidade
Escudero afirmou que todos os dias, em todos os lugarem, pessoas estão ajudando esses menores com pequenos "atos de humanidade".
Ela ressaltou que essas ações raramente se tornam notícia, mas estão fazendo "toda a diferença do mundo" para crianças refugiadas e migrantes. Segundo a chefe de comunicação da agência, o Unicef "quer exibir esses atos de humanidade para inspirar outros e mostrar o caminho a seguir".

Histórias
Uma das histórias que compõem a série, "Ivine e o Travesseiro", ilustra a história verdadeira de uma menina de 14 anos. Depois de uma fuga perigosa da Síria, Ivine se estabelece em um campo de refugiados na Alemanha, onde tem outros desafios.
"Malak e o Barco" conta a história de uma menina de sete anos em um barco furado. A terceira animação descreve a história de Mustafa, um menino que após deixar sua casa, se pergunta quem sobrou para ser seu amigo.

Casa
Paloma Escudero lembrou que as histórias dessas três crianças não são incomuns.
Pelo menos 65 milhões de crianças e jovens em todo o mundo estão em movimento, fugindo de conflitos, pobreza e condições climáticas extremas e "buscando uma vida mais estável e um lugar para chamar de casa".

Redes Sociais
O Unicef quer envolver o público com mensagens nas redes sociais e pretende produzir mais animações.
O pedido da agência é simples: mostre um ato de humanidade a crianças e jovens refugiados e migrantes; use a hashtag #actofhumanity para compartilhar histórias e inspirar outras pessoas.

Fonte: Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Imagem: Reprodução de Ivine e o Travesseiro

19/03/2016

Projeto Ribeirão Cultural utiliza literatura e artes visuais na aprendizagem


O Ribeirão Cultural é um projeto dedicado a incentivar o contato e o desenvolvimento da literatura e artes visuais por alunos e professores da rede pública e privada de Ribeirão Preto e região. O projeto foi idealizado, e hoje coordenado, pelos professores Camilo André Mércio Xavier, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP); Elaine Assolini, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP); e Alexandre Pereira Salgado Júnior, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP. O projeto promove, há seis anos, reuniões de estudos e atividades práticas com os professores das redes pública e privada de Ribeirão Preto utilizando a literatura e as artes visuais no processo de aprendizagem.
Os trabalhos desenvolvidos pelos professores participantes do projeto já deram origem a três livros e, segundo esses participantes, seus alunos já demonstraram melhor desempenho na sala de aula. A equação para se chegar a esse resultado foi simples: na medida em que o projeto ofereceu a possibilidade de atualização profissional, os professores tiveram liberdade para reformular conteúdos e utilizar na sala de aula as atividades que receberam do projeto, tudo de forma que fizesse sentido para eles e, principalmente, para seus alunos. O aperfeiçoamento desses professores aconteceu por meio da atualização pedagógica, revisão de fundamentos teóricos e metodológicos. A professora Heloísa comemora os resultados. “Foi maravilhoso. Os alunos se identificam muito com os exercícios. É emocionante vê-los se descobrindo”.
“As poesias são dádivas que podem transmitir emoções e sentimentos através do próprio ser. Escrever não é fácil, é preciso tocar o interior e descobrir a verdadeira essência do ser humano”, assim define a arte de escrever o jovem Luiz Gustavo Pompeo, 17 anos, recém-formado no ensino médio pela tradicional escola de Ribeirão Preto Otoniel Mota.
Pompeo não sabia que podia escrever poemas. Até que um dia sua professora de Língua Portuguesa, Heloísa Alves, passou essa atividade na sala de aula. “Escrever poesias permitiu que eu conhecesse vários escritores, além de ter aprendido a extravasar sentimentos. Hoje, coloco no papel aquilo que sinto e me sinto mais livre, é como um desabafo”, diz o aluno. Uma das poesias do jovem Pompeo foi premiada pelo Projeto Ribeirão Cultural, onde teve início todo o processo que levou a professora Heloísa a incluir a atividade na sala de aula.

Expansão

Focadas, a princípio, em professores das escolas da rede pública de Ribeirão, a procura pelo projeto foi tão grande, que passaram a atender professores das escolas particulares, não apenas da cidade, mas da região, como Cravinhos, Serrana, Franca e Sertãozinho. O projeto já passou por quatro fases, sendo as duas primeiras voltadas para a Literatura e as duas últimas, para as Artes Visuais. Nas duas primeiras fases, com dez oficinas, foram trabalhados textos da literatura ocidental com diferentes temas, como: meio ambiente, água, democracia, amor, felicidade, animais, escolas, todos acompanhados de dinâmicas, declamações, dramatizações, jogos e teatros. Nessa fase, os professores produziram poemas individualmente ou em grupos.
Todos os poemas eram compartilhados, comentados, discutidos entre os participantes e, em seguida, apresentados a seus alunos em sala de aula, onde a experiência foi replicada. O resultado da sala de aula era trazido na próxima oficina do Ribeirão Cultural. “Conheci diversas escolas. Fiz reuniões com professores, coordenadores, pais e comunidades, para mostrar a produção dos professores e alunos”, conta Elaine.  Todos os poemas feitos pelos alunos na primeira fase foram publicados no livro Ribeirão Cultural–Iniciação Poética.
Na segunda fase, outro livro foi produzido, Ribeirão Cultural – Iniciação Poética II, agora com textos coletivos, não só dos estudantes, mas dos professores também. Na terceira e quarta fases, voltadas para as artes visuais foram trabalhados vários autores, Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, com a participação de artistas plásticos de Ribeirão Preto e região. Nessas oficinas o método também contemplou teoria e prática. O grupo pintou, desenhou, “elaborou e ressignificou as vivências com a arte de maneira ampla, e a arte de maneira particular”, diz Elaine.
A quarta fase, em andamento, ainda terá mais uma oficina, que resultará em livro impresso, com entrevistas, artigos científicos, trabalhos dos estudantes da escola Otoniel Motta, de Ribeirão Preto, e e-book com o mesmo conteúdo, mais gravuras e entrevistas com artistas plásticos. Todos os livros são distribuídos gratuitamente para as escolas da rede pública e foram digitalizados na página do Ribeirão Cultural para downloads.
Os encontros do Ribeirão Cultural são divulgados com antecedência, o próximo será em maio na FFCLRP. São gratuitos e destinados a professores, coordenadores pedagógicos, diretores de escola e interessados em Arte. Estudantes de graduação e de pós-graduação podem participar.
Fonte: Gabriela Vilas Boas / Serviço de Comunicação da PUSP-RP
Foto: Ribeirão Cultural
Mais informações: (16) 3315-4545; email elaineassolini@uol.com.br

27/02/2016

Exposição “Retratos literários” apresenta retratos de escritores.


O Centro de Documentação "Alexandre Eulálio" (Cedae) organiza no dia 29 de fevereiro, das 11 às 20 horas, no Centro Cultural do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, a exposição “Retratos literários”. A mostra apresenta retratos de escritores presentes no acervo da unidade, incluindo-se os fotográficos.
Busca-se  evidenciar com esta seleção de documentos, traços, qualidades, defeitos, reações e atitudes sugeridas nas linhas sutis de um desenho ou de uma caricatura, em um autorretrato poético, um depoimento ou uma crônica.
“Retratos literários” é, antes de tudo, um encontro com Cecília Meireles, Bernardo Élis, Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Jorge de Lima, Hilda Hilst, Carlos Drummond de Andrade, Menotti Del Picchia e Flávio de Carvalho.
A exposição é aberta ao público em geral. Mais detalhes pelo e-mail cedae@iel.unicamp.br ou telefone 19-3521-1523.
(Hélio Costa Júnior)
Edição de imagens: Paulo Cavalheri
Fonte: Unicamp

20/01/2016

Contos de fadas têm origem pré-histórica, diz pesquisa


Pesquisadores britânicos e portugueses usaram técnicas de análise da biologia e identificaram origem de histórias como 'A Bela e a Fera' e 'João e o Pé de Feijão' na Idade do Bronze.

Contos de fadas como A Bela e a Fera podem ter milhares de anos, segundo pesquisadores de universidades em Durham, na Inglaterra, e em Lisboa, em Portugal.

Empregando técnicas mais comuns a biólogos, os acadêmicos investigaram as ligações entre diferentes histórias pelo mundo e descobriram que algumas possuem raízes pré-históricas.

Alguns contos, segundo a investigação, são mais velhos do que os registros literários mais antigos - um deles remonta à Idade do Bronze (iniciada por volta do ano 3000 a.C.).

Em geral, acreditava-se que essas histórias datassem dos séculos 16 e 17.

Contos compartilhados
No século 19, os irmãos Grimm - Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) - acreditavam que muitos dos contos de fadas que eles ajudaram a popularizar tivessem raízes em uma história cultural compartilhada que remonta ao nascimento das línguas indo-europeias.

Pensadores depois mudaram essa concepção, ao dizer que algumas histórias eram bem mais recentes, tendo sido transmitidas pela tradição oral após serem criadas nos séculos 16 e 17.

O antropólogo Jamie Tehrani, da Universidade de Durham, que trabalhou com a pesquisadora de folclore Sara Graça da Silva, da universidade Nova de Lisboa, disse ter reunido evidências que mostram que os irmãos Grimm estavam certos.

"Algumas dessas histórias são muitos mais antigas do que os primeiros registros literários, e até mais do que a mitologia clássica - algumas versões dessas histórias aparecem em textos gregos e latinos, mas nossas descobertas sugerem que são bem mais antigas do que isso."

Histórias milenares
O estudo, publicado na revista científica Royal Society Open Science, utilizou análise filogenética, desenvolvida pela biologia para investigar relações entre espécies.

Também analisou uma árvore de línguas indo-europeias para rastrear a origem de contos compartilhados por diferentes culturas, para verificar até onde poderiam ser identificados no passado.
Segundo Tehrani, o conto João e o Pé de Feijão (Jack and the Beanstalk, em inglês) foi classificado em um grupo de histórias nomeado como "O menino que roubou o tesouro do ogro", e teve a origem identificada no período da divisão leste-oeste das línguas da família indo-europeia, há mais de 5 mil anos.

A análise também mostrou que A Bela e a Fera e O Anão Saltador têm cerca de 4 mil anos de idade.
E a origem de uma história de folclore chamada O Ferreiro e o Diabo (The Smith And The Devil, em inglês), sobre um ferreiro que vende a alma em um pacto para ganhar superpoderes, foi estimada em 6 mil anos, na Idade do Bronze.

"É notável que essas histórias tenham sobrevivido sem ter sido escritas. Elas têm sido contadas antes de o inglês, francês ou italiano existirem, e provavelmente eram narradas em uma língua indo-europeia extinta", disse Tehrani.

08/01/2016

Universidade do Texas digitalizará arquivo de García Márquez

Edgard Garrido/Reuters

A Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos) começará em junho a digitalização do arquivo pessoal completo do escritor colombiano Gabriel García Márquez para torná-lo público depois, informou nesta terça-feira a instituição.

A digitalização, um projeto de 18 meses chamado "Compartilhando Gabo com o mundo", será realizada graças a uma doação de US$ 126.730 da organização sem fins lucrativos Council on Library and Information Resources, com sede em Washington.

A intenção é que, até o final de 2018, o legado do vencedor do Nobel de Literatura seja acessível para todo o mundo: 24.000 páginas em documentos (manuscritos, livretas, fotografias, roteiros, cadernos e cartas) que atualmente estão guardados em 78 caixas no Centro Harry Ransom, em Austin.

O diretor desse centro, Stephen Enniss, qualificou o projeto como "extremamente relevante", ao destacar que existem "poucas oportunidades para os pesquisadores de acessar arquivos digitalizados de autores contemporâneos".

A Universidade do Texas adquiriu o arquivo por US$ 2,2 milhões da família do escritor em novembro de 2014, sete meses após sua morte na Cidade do México.

Em outubro de 2015 o arquivo foi aberto à pesquisa e já foi colocada à disposição do público uma pequena seleção de documentos digitalizados através do site do Centro Harry Ransom. 

Publicado em EXAME

06/01/2016

Carolina Maria de Jesus é homenageada no Museu Afro Brasil

Foto: Audálio Dantas

A escritora, poetisa e sambista brasileira Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) ganha homenagem em exposição no Museu Afro Brasil. Ela já dá nome à biblioteca do museu e agora é tema do projeto “Carolina em Nós”, idealizado pelo grupo Ilú Obá de Min, que há dez anos ocupa as ruas de São Paulo com atividades para promover a cultura afro-brasileira. Com curadoria de Roberto Okinaka, a exposição é gratuita, vai até o dia 31 de janeiro de 2016 e conta com extensa programação.

“Nossa intenção é reconhecer e dar a devida importância à figura de Carolina como escritora, não apenas por ela ser negra e catadora de material reciclável, mas por sua preciosa contribuição para a literatura brasileira”, destaca a produtora Tâmara David que coordena a exposição lado de Ester Dias. O projeto foi selecionado por meio do Programa CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2015/2016.

Carolina Maria de Jesus é conhecida principalmente pela obra “Quarto de Despejo”, que teve a primeira edição publicada em 1960 e já foi traduzido para 13 idiomas. O que poucos sabem, porém, é que apesar de todas as dificuldades, ela escreveu ainda outros livros, alguns que sequer foram publicados, além de centenas de textos, entre poesias, peças de teatro e marchas carnavalescas.

Com realização do grupo Ilú Obá de Min e Museu Afro Brasil, a exposição “Carolina em Nós”, vai contextualizar a vida e obra da escritora em painéis, fotos e cenários montados na lateral do prédio. Não é preciso entrar no museu para conferir a mostra, por isso o acesso é totalmente gratuito. “Essa exposição é uma extensão do trabalho que começamos no Carnaval desse ano, quando o grupo Ilú Obá de Min teve Carolina Maria de Jesus como tema do bloco que todos os anos desfila pelas ruas de São Paulo com cerca de 250 ritmistas, todas participantes das oficinas de percussão afro brasileiras”, revela a produtora Ester Dias.

Ao homenagear mulheres negras desde sua criação, o grupo Ilú Obá de Min pretende estimular o empoderamento feminino, o enfrentamento ao sexismo, racismo e à intolerância religiosa por meio das oficinas do toque dos orixás, tradicionalmente mantidos pelas casas de candomblé, e percussão afro-brasileira. Nesta exposição, a reciclagem também vai ser ressaltada, já que Carolina Maria de Jesus era catadora de papel. O programa da mostra vai contar com um informativo sobre o tempo de decomposição dos produtos e, entre as oficinas que vão ser oferecidas, está a de confecção de cadernos a partir de material de reuso.

SERVIÇO:
EXPOSIÇÃO “CAROLINA EM NÓS”
Encerramento: 31/01
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - 04094 050
Fone: 55 11 3320-8900

Publicado em SISEM-SP