Mostrando postagens com marcador biotecnologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador biotecnologia. Mostrar todas as postagens

20/05/2016

Do ebola ao zika: IBM cria molécula para "matar" todos os vírus


São pequenos, muito diferentes uns dos outros e mudam com grande facilidade: é a sua capacidade de adaptação que torna os vírus tão difíceis de destruir. É por isso que todos os anos há uma nova vacina da gripe, por exemplo. Uma possível estratégia para os vírus, do ebola ao zika, vem de uma gigante a informática, a IBM.

Um grupo de pesquisadores da IBM e do Instituto de Bioengenharia de Singapura focou-se no que os vírus têm em comum e desenvolveram uma macromolécula que pode ser uma ameaça para muitos destes vírus.

Esta macromolécula ataca as glicoproteínas, as estruturas que os vírus usam para infetar se agarrar às células. Resumindo e simplificando, a macromolécula atrai os vírus, agarra-se a eles e impede que estes se infetem células saudáveis. Depois, neutraliza os níveis de acidez do vírus, tornando mais difícil a sua replicação.

Os primeiros testes em animais, em laboratório, mostraram que esta estratégia teve sucesso em vírus como o Ebola e o dengue. No entanto, é necessária mais investigação antes de esta estratégia poder ser considerada viável.

Fonte: Diário de Notícias
Imagem: Freepik

15/05/2016

Coração e pulmão artificiais salvam vidas de gestante com gripe H1N1 e seu bebê


Na América do Sul, esta foi a primeira vez que a chamada Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês) conseguiu evitar a interrupção da gravidez numa paciente com insuficiência respiratória aguda.
"Comecei a tossir e a ter febre baixa, de 38 graus. Tentei resolver em casa, chupando pastilhas. Após três dias procurei os médicos: a tosse piorou tanto e tão rápido que parei de respirar", conta a moça, que desenvolveu pneumonia.
Segundo o Ministério da Saúde, gestantes integram o grupo prioritário para receber vacinas nos postos de saúde durante as campanhas de imunização contra a gripe, como a que está em vigor até o próximo dia 20. Grávidas são quatro vezes mais suscetíveis do que a população em geral a terem complicações severas causadas pelo vírus H1N1.
Na madrugada de 16 de abril, Isabella foi internada no Hospital e Maternidade Santa Lúcia, na Zona Sul da cidade, onde permaneceu por três semanas – uma das quais em coma induzido, submetida à ECMO.
"O sangue circula todo pela máquina e volta 100% oxigenado ao paciente. Além disso, o doente é entubado, para respirar. Estes coração e pulmão 'auxiliares' permitem que o organismo funcione num ritmo mais lento e ganhe força para receber os medicamentos e lutar contra a infecção", explica a médica intensivista Celina Acra, coordenadora do CTI de adultos do hospital.

Leia mais em BBC

Fonte:/

13/05/2016

USP abre inscrições para pós em biotecnologia


O Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia da Universidade de São Paulo abriu processo de seleção com 25 vagas para mestrado e 20 vagas para doutorado e/ou doutorado direto, com início de atividades no segundo semestre de 2016.

O Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia é formado por quatro unidades da USP – Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), Instituto de Biociências, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e Escola Politécnica –, juntamente com o Instituto Butantan e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Em 2016, o Programa completa 25 anos, tendo formado até o momento 760 mestres e doutores.
Para o processo seletivo haverá prova escrita, eliminatória e presencial, com duração de 2h30, no dia 10 de junho, às 9h, no ICB.

As inscrições devem ser feitas de 20 de maio a 3 de junho na Secretaria do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia, situado à avenida Prof. Lineu Prestes, 2.415, Instituto de Ciências Biomédicas III, Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, Butantã, São Paulo, CEP 05508-000. As inscrições podem ser feitas pessoalmente ou por correio.

Fonte: Agência FAPESP
Foto: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia/USP

01/05/2016

Espermatozoide humano é criado a partir de células da pele




Cientistas de Valencia (leste da Espanha) conseguiram criar espermatozoides humanos a partir de células da pele que, embora sejam incapazes de fertilização, representam um passo importante na resolução de problemas de fertilidade, explicaram nesta quarta-feira à AFP.
Cerca de 15% dos casais do mundo enfrentam este problema: não podem ter filhos e sua única opção é a doação de óvulos ou de esperma de terceiros.
"Mas todo mundo quer ter filhos geneticamente próprios", explica à AFP Carlos Simón, diretor científico do Instituto de Infertilidade de Valencia (IVI).

"O que acontece quando uma pessoa que quer uma criança carece de gametas (células reprodutivas, ovócitos ou espermatozoides)? Este é o problema que queremos resolver: criar gametas naquelas pessoas que não possuem", afirmou Simon.
O estudo, realizado pelo IVI em colaboração com a Universidade Americana de Stanford, foi publicado na terça-feira na revista Scientific Reports, do prestigioso grupo Nature.
Os pesquisadores foram inspirados pela técnica de reprogramação celular concebida pelo japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon, premiados em 2012 com o Prêmio Nobel de Medicina, para converter células adultas em células-tronco.

Em sua experiência, eles conseguiram reprogramar diretamente as células maduras da pele introduzindo-lhes um coquetel de genes essenciais para a criação de gametas.
Em um mês, a célula começa a ser modificada até obter o perfil próprio de uma célula germinal, o tipo de célula responsável pela formação de ovócitos e espermatozoides, mas ainda incapazes de fecundar.
"É um espermatozoide, mas precisa de uma fase de maior maturidade para se tornar um gameta competente. É apenas o começo", disse Simon.
Os pesquisadores ainda estão longe de atingir o êxito de alguns pesquisadores chineses, que produziram este ano ratos de espermatozoides artificialmente criados e injetados em um óvulo, que, por sua vez, foi implantado em uma fêmea.
"Com a espécie humana, teremos de fazer muitos testes porque daqui nascerá uma criança", disse ele.
Além disso, vão encontrar limitações legais: para continuar o desenvolvimento da técnica deverão criar embriões artificiais, algo que só é permitido em alguns países como a Inglaterra, onde pretendem continuar a sua pesquisa. "Estamos falando de um projeto de longo prazo", disse Simon.

Fonte: AFP
Foto: Scientific Reports

Dispositivo eletrônico detecta moléculas ligadas a câncer, Alzheimer e Parkinson

Um biosensor desenvolvido por pesquisadores do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas, mostrou-se capaz de detectar moléculas relacionadas a doenças neurodegenerativas e alguns tipos de câncer.
Trata-se de um dispositivo eletrônico manufaturado sobre uma plataforma de vidro. Nele, um transistor é formado por uma camada orgânica em escala nanométrica, contendo o peptídeo glutationa reduzida (GSH), que reage de maneira específica quando em contato com a enzima glutationa S-transferase (GST), relacionada a doenças como Parkinson, Alzheimer e câncer de mama, entre outras. A reação GSH-GST é detectada pelo transistor e pode ser utilizada no diagnóstico.
O biossensor foi desenvolvido no âmbito do Projeto Temático "Desenvolvimento de novos materiais estratégicos para dispositivos analíticos integrados", realizado com o apoio da FAPESP, que reúne pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento em torno da tecnologia dos dispositivos point of care, sistemas de teste simples executados junto ao paciente.
“Utilizando plataformas como esta, doenças complexas poderão ser diagnosticadas de forma rápida, segura e relativamente barata, uma vez que a tecnologia utiliza sistemas em escala nanométrica para identificar as moléculas de interesse no material analisado”, explica Carlos Cesar Bof Bufon, coordenador do Laboratório de Dispositivos e Sistemas Funcionais (DSF) do LNNano e pesquisador associado ao projeto coordenado pelo professor Lauro Kubota, do Instituto de Química da Unicamp. 
Além da portabilidade e do baixo custo, Bufon destaca como vantagem do biossensor em escala nanométrica a sensibilidade com que o dispositivo detecta as moléculas.
“Pela primeira vez a tecnologia de um transistor orgânico é utilizada para detecção do par GSH-GST, visando diagnosticar doenças degenerativas, por exemplo. Isso possibilitará a detecção de tais moléculas mesmo presentes em baixas concentrações no material examinado, uma vez que as reações são detectadas em escala nanométrica, ou seja, de milionésimos de milímetros.”
O sistema pode ser adaptado para detecção de outras substâncias, como moléculas relacionadas a diferentes doenças e elementos presentes em material contaminado, entre outras aplicações. Para isso, alteram-se as moléculas incorporadas no sensor, que reagirão na presença dos componentes químicos que são alvo de análise no ensaio, chamados de analitos.
“O DSF do LNNano tem desenvolvido uma variedade de plataformas para sensoriamento químico, físico e biológico voltadas a setores estratégicos nacionais e internacionais, incluindo saúde, meio ambiente e energia”, diz Bufon.
O objetivo, conta o pesquisador, é “ter em mãos uma série de soluções em dispositivos point of care para responder com agilidade a uma série de demandas”. Por exemplo, surtos de doenças ou análise de analitos contaminantes, como o chumbo e toxinas em amostras de água.
A pesquisa que levou ao desenvolvimento do biossensor para detecção de moléculas relacionadas a doenças neurodegenerativas e a alguns tipos de câncer foi relatada no artigo Water-gated phthalocyanine transistors: Operation and transduction of the peptide–enzyme interaction, publicado na revista Organic Electronics, e está disponível no endereço emwww.sciencedirect.com/science/article/pii/S1566119916300416.
O trabalho é de autoria dos pesquisadores Rafael Furlan de Oliveira, Leandro das Mercês Silva e Tatiana Parra Vello, sob a coordenação de Bufon, todos do DSF do LNNano.
Do vidro ao papel
Com o objetivo de reduzir ainda mais os custos, melhorar a portabilidade dos biossensores desenvolvidos e facilitar seu processo de manufatura e descarte, o grupo vem trabalhando em sistemas de detecção de substâncias em plataformas de papel.
“O papel, enquanto plataforma para a fabricação de dispositivos analíticos, apresenta uma série de vantagens por se tratar de um polímero natural, amplamente disponível em todo o mundo, leve, biodegradável, portátil e dobrável”, diz Bufon.
O desafio é converter um material isolante, caso do papel, em condutor. Para isso, o pesquisador desenvolveu uma técnica que possibilita impregnar nas fibras de celulose polímeros com propriedades condutoras, tornando-o capaz de conduzir eletricidade e transmitir informações de um ponto a outro e permitindo atribuir a ele a função de um sistema para sensoriamento.
“A técnica é baseada na síntese in situ de polímeros condutores. Para que esses polímeros não fiquem retidos na superfície do papel, é necessário que eles sejam sintetizados dentro dos poros da fibra de celulose e entre eles. Para isso, o processo é feito por meio de uma rota de polimerização química a vapor: um agente oxidante líquido é incorporado ao papel, que, em seguida, é exposto aos monômeros (pequenas moléculas capazes de se ligarem a outras) na fase de vapor. Ao evaporarem sob o papel, os monômeros entram na fibra em escala submicrométrica, penetrando entre os poros, onde encontram o agente oxidante e iniciam o processo de polimerização ali mesmo, impregnando todo o material”, explica.
Ainda de acordo com o pesquisador, “é como tentar encher uma sala com balões; se eles não passam pela porta cheios de ar, uma alternativa é enchê-los lá dentro”.
Uma vez impregnado pelos polímeros, o papel passa a ter as propriedades condutoras deles. Essa condutividade pode ser ajustada dependendo da aplicação que se queira dar ao papel, manipulando-se o elemento que é incorporado à fibra de celulose. Dessa forma, o dispositivo pode ser condutor de corrente elétrica, levando-a de um ponto a outro sem grandes perdas (imagine antenas de papel, por exemplo), ou semicondutor, interagindo com moléculas específicas e funcionando como sensor físico, químico ou eletroquímico.
Fonte: Diego Freire/Agência FAPESP
Foto: Divulgação

29/04/2016

Como a análise de dados na nuvem pode ajudar a vencer o câncer


Quando a atriz Angelina Jolie descobriu que carregava uma mutação defeituosa do gene BRCA1, seus médicos disseram que ela tinha 87% de chance de desenvolver câncer de mama.
Foi o suficiente para que a americana optasse por uma dupla mastectomia em 2013 e reduzisse o risco para apenas 5%.
Esse tipo de testagem genética agora pode ser feito mais rapidamente e a preços menores, dando a médicos a capacidade de planejar tratamentos com mais eficiência.
Combinado com a inteligência artificial e a computação em nuvem, o avanço tecnológico deu às companhias farmacêuticas as ferramentas para produzir drogas mais rapidamente e com maior chance de sucesso, bem como a oportunidade de médicos buscarem referência em padrões genéticos semelhantes antes de receitar tratamentos a pacientes com determinados tumores.
Genoma
Um beneficiário dessa nova abordagem é Eric Dishman, fundador do laboratório de pesquisas e inovação na área da saúde da empresa de tecnologia Intel.

Quando tinha 19 anos, Dishman foi diagnosticado com uma forma rara de câncer de rim. Ficou em tratamento por 23 anos e estava prestes a começar a fazer diálise quando uma companhia de tecnologia ofereceu-se para fazer o sequenciamento de seu genoma para ele.
Isso o ajudou a identificar o gene falho causando o câncer. E permitiu que médicos avaliassem quais drogas poderiam ser mais eficazes. Aos 47 anos e em remissão, Dishman está determinado a ajudar outros pacientes de câncer a ter acesso ao mesmo tratamento.
"Meus médicos nunca tinham feito qualquer coisa com a sequência genética antes. Descobrimos que 92% das drogas que eu estava tomando não iriam funcionar, mas eles não sabiam disso".
Levou três meses para que os médicos analisassem seu genoma e outros quatro para comparar os resultados com pacientes similares em outros hospitais nos EUA.
Dishman queria acelerar esse processo, então fundou a Nuvem Colaborativa do Câncer (CCC, em inglês), uma iniciativa lançada no ano passado pela Intel em parceria com a Universidade de Ciência e Saúde do Oregon (EUA).
A CCC possibilita a hospitais e instituições de pesquisa compartilhar de forma segura o mapeamento genético de pacientes e outros dados clínicos para ajudar em descobertas possivelmente salvadoras.
"Estamos usando a nuvem de maneira muito diferente. Se você olha ao redor do mundo, os maiores centros de estudos do câncer compartilham dados de forma que pessoas possam colaborar em pesquisas. O problema é que apenas 4% dos dados estão disponíveis".
Leia mais em G1
Fonte: Tom Jackson/Repórter de Tecnologia e Negócios da BBC
Imagem: BBC

17/04/2016

Criados em laboratório embriões humanos resistentes ao HIV



Uma equipa de cientistas da Universidade de Medicina de Cantão, sul da China, anunciou que conseguiu criar embriões humanos resistentes ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que causa a Aids, através de modificação genética.

Os testes, efetuados em 26 embriões "defeituosos e inaptos a tratamentos de fertilidade" segundo o líder da equipa de cientistas, Fan Yong, permitiram criar quatro embriões imunes ao HIV, enquanto os restantes revelaram mutações "não planeadas", informou hoje um jornal oficial.

A pesquisa foi publicada no último número do Journal on Assisted Reproduction and Genetics, e detalha que todos os embriões foram destruídos no espaço de três dias.

É a segunda vez que um grupo de médicos chineses causa controvérsia através de experiências com a modificação genética de embriões.

No ano passado, uma equipa da Universidade Zhongshan, também em Cantão, disse ter conseguido alterar pela primeira vez na história o genoma humano em embriões.

Fonte: Diário de Notícias
Foto: Filipe Amorim/Global Imagens

22/02/2016

Sirius eleva a competitividade da ciência brasileira e coloca o país na fronteira do conhecimento

Luz síncrotron de quarta geração vai permitir análises sem precedentes de materiais orgânicos e inorgânicos, explica pesquisador Antonio Roque. Considerado estruturante para o Brasil, Sirius deve ser concluído em 2018. Ministro Celso Pansera visitou as obras nesta semana.

A estrela mais brilhante do céu noturno, Sirius, foi o nome escolhido em um concurso interno do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) para batizar o maior e mais complexo projeto da ciência nacional que vai colocar o Brasil na liderança mundial de luz síncrotron de quarta geração. O Sirius foi projetado para ter o maior brilho dentre todos os equipamentos na sua classe de energia. O projeto abrirá novas perspectivas de pesquisa em áreas como nanotecnologia, biotecnologia, energias alternativas, agricultura, saúde, física e ciências ambientais.

"É um projeto competitivo para o futuro. É uma ferramenta fundamental para todas as áreas do conhecimento que demandam respostas ligadas à escala atômica e nanométrica", explica o diretor do LNLS e coordenador do projeto, Antonio Roque. "Se tudo der certo, o Sirius será o segundo a operar no mundo, atrás apenas da Suécia. O Brasil pode, de fato, sair na liderança com características mais competitivas que o síncrotron sueco, porque a gente já fez melhorias em relação a eles", acrescenta.
O Sirius está em construção numa área de 150 mil metros quadrados (m²) no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Campinas (SP). No terreno, que foi cedido pelo governo de São Paulo, o projeto ocupará um edifício de 68 mil m², e o seu acelerador principal, com energia de 3 GeV (giga eletron-volts), terá 518,4 metros de circunferência, podendo comportar até 40 linhas de luz.

"É seis vezes maior que o [acelerador de partículas] atual de segunda geração que tem  cerca de 90 m². A energia dos elétrons é mais que o dobro, e o brilho vai ser milhões de vezes maior do que temos hoje, abrindo oportunidades para mudar o patamar qualitativamente do que vai ser feito no Brasil", afirma Antonio Roque.

A estrutura em construção no CNPEM inclui um conjunto de aceleradores de elétrons e estações experimentais, chamadas de linhas de luz. Com 19% das obras concluídas, a construção de toda a estrutura deve terminar em 2018.

Na última terça-feira (16), o ministro Celso Pansera visitou as obras do projeto Sirius. Na ocasião, Pansera sobrevoou a área para visualizar melhor a construção do complexo. Ele afirmou que o Sirius coloca o país na vanguarda da pesquisa científica. "O Sirius é um projeto extraordinário que contribuirá profundamente com o desenvolvimento nacional. Fiquei muito impressionado com o que vi nas obras e no CNPEM, em especial com a qualidade dos equipamentos e da equipe técnica", disse o ministro.

Tijolos da matéria
O Sirius vai funcionar como um imenso raio X de percepção nanométrica. Dado que os materiais são compostos por átomos, é como se pudéssemos ter acesso aos "tijolos fundamentais" dos corpos, objetos, substâncias e materiais. "Para ter acesso a essa escala, precisamos de ferramentas especiais como o síncrotron. O Sirius é basicamente uma fonte de raio X brilhante que permite que se penetre a matéria e a investigue em escala atômica", diz Roque.

De acordo com ele, a luz síncrotron é a ferramenta mais universal para dar acesso a essa escala. "Universal no sentido de que, uma vez construída, ela permite que se investigue células, tecidos, moléculas biológicas, sólidos, rochas, solo, fósseis, o que você imaginar. Além disso, ele permite que se interaja com os átomos de tal forma que se possa dizer quais são, como estão distribuídos no espaço e quais são suas ligações químicas, ou seja, possibilita explorar toda a intimidade da matéria."
Dentro do acelerador de partículas de luz síncrotron do LNLS, a função será manter os elétrons numa ordem extremamente estável e desviar a trajetória dessas partículas, de tal maneira, que elas passem a emitir radiação.

Made in Brasil
Para estimular as empresas de base tecnológica do estado de São Paulo a buscarem soluções inovadoras para as demandas do Sirius, foi lançado no ano passado o segundo edital Fapesp/Finep dos 13 desafios para a construção do projeto. O resultado deverá ser divulgado em maio. "São desafios que tem que estar prontos mesmo depois que o Sirius estiver montado. O Sirius pode começar a funcionar sem o trem de monitoramento instalado, por exemplo. A natureza dos desafios é variada, têm projetos eletrônicos, mecânicos, vácuo, e movimenta as empresas de tecnologia que já existem no estado", avalia Antonio Roque.

Ele ressalta que o projeto Sirius é 100% nacional com cerca de 70% dos equipamentos fabricados no país. "Dependemos apenas da importação de alguns componentes. Trata-se de um projeto extremamente desafiador. Ficando pronto em 2018, o Sirius, já na inauguração, terá o maior brilho do mundo, e isso permite que você atraia pesquisadores brasileiros e estrangeiros. É uma ferramenta ímpar que, de fato, põe a gente num patamar de competitividade nessas análises de materiais orgânicos e inorgânicos sem precedentes", comenta.
Segurança e meio ambiente

Antonio Roque esclarece que o projeto não oferece quaisquer riscos ou danos ambientais e possui um nível altíssimo de exigência de segurança para que os profissionais possam trabalhar tranquilamente. "É emissão de raio X que desaparece quando você desliga a máquina. Não há nada permanente para o meio ambiente. E para as pessoas poderem trabalhar, os aceleradores ficam dentro de túneis de concreto com paredes de espessura entre 80 e 120 centímetros em alguns lugares. As linhas de luz de onde saem os feixes de raio X ficam dentro de uma blindagem que é uma parede de material metálico, em geral chumbo, que também garante a segurança das pessoas. Tem ainda um conjunto de sistemas de intertravamento que desligam o sistema automaticamente no caso de alguém fazer algo errado", explica.

Desafios
O coordenador do projeto Sirius acredita que assim que o laboratório entrar em funcionamento irá trazer uma série de desafios para o país e também para o mundo. "A gente entende o Sirius como um projeto estruturante para o país, não somente por prover essa ferramenta singular, mas também com grande capacidade de alavancar outras áreas como, por exemplo, a área de inovação de empresas de tecnologia brasileiras. Sendo um dos primeiros do mundo, impõe desafios em caráter mundial de encontrar soluções tecnológicas. Em várias situações estamos criando as nossas soluções."
O pesquisador vê o Sirius como uma ferramenta de fomento à criatividade dos setores acadêmico, industrial e tecnológico. "Um desafio que eu acredito que vai surgir cada vez mais é o desafio para a comunidade acadêmica, industrial e tecnológica de tirar o maior proveito possível do equipamento. Nós vamos ter na mão um equipamento que é pioneiro, é singular na fronteira do conhecimento. Então, ele abre uma janela de criatividade, de investigar coisas numa escala que não se podia antes."
Além desses aspectos, Roque ressalta que o Sirius possui um grande impacto de internacionalização da ciência brasileira. "Como é uma máquina de tecnologia sofisticada, sendo uma das pioneiras, tem um potencial enorme de atratividade de pesquisadores de ponta de todo o mundo. Isso vai trazer para o Brasil possibilidades de cooperação que podem ser muito interessantes", prevê. 

Fonte: MCTI
Imagem Freepik

26/01/2016

Butantan abre inscrições para os cursos do primeiro semestre


Estão abertas as inscrições para o primeiro semestre dos cursos de divulgação científica e extensão universitária do Instituto Butantan para 2016. Os interessados poderão escolher entre oito cursos de divulgação científica e 27 de extensão universitária.

Os cursos abordam diversas temáticas, entre elas, biotecnologia, saúde, ecologia, biologia animal, história da ciência e educação em museus. “Nosso foco é estimular o interesse pela ciência, cultura e tecnologia, considerando também a atualização de conteúdos específicos ao trabalho do instituto”, enfatiza Luciana Monaco, coordenadora do Núcleo de Difusão do Conhecimento.

Neste ano, o Butantan oferecerá seis cursos inéditos de extensão universitária: Curso básico de levantamento florístico; Aves como bioindicadores: Curso de ornitologia de campo; Aby Warburg e a representação da serpente na história ocidental; Fundamentos Teóricos e Práticos da Sistemática Filogenética; Patrimônio Imaterial e Etnobiologia em saúde: uma pesquisa na Amazônia do Oeste do Pará e Ecotoxicologia e indicadores ambientais.

As inscrições são feitas exclusivamente pelo site e as vagas são limitadas. Todas as informações referentes às inscrições estão no LINK 



Para mais informações envie e-mail para cursos.cultural@butantan.gov.br.

Fonte: Agência FAPESP