02/04/2016

Realismo visual em simuladores de cirurgia é foco de pesquisas no Instituto de Informática UFRGS




Uma microcâmera e instrumentos cirúrgicos são introduzidos por pequenas incisões no abdômen do paciente em um procedimento minimamente invasivo. A partir das imagens transmitidas para um monitor, o médico realiza as intervenções necessárias. Utilizada para diversos tipos de operações de órgãos intra-abdominais e para procedimentos ginecológicos e urológicos, as cirurgias laparoscópica apresentam várias vantagens em relação às convencionais, como menor tempo de cirurgia, recuperação mais rápida e cicatrizes menores.

Para que o médico possa realizar esse tipo de procedimento, entretanto, é necessário treinar. Os futuros cirurgiões praticam as operações em simuladores virtuais – uma espécie de videogame no qual podem treinar à vontade, sem medo de errar, em ambientes livres de estresse e do envolvimento do paciente ou de implicações éticas associadas ao uso de animais. Os simuladores possibilitam a realização de um maior número de laparoscopias e diminuem o risco de complicações e de infecções pós-operatórias.

Diferente dos videogames, entretanto, que contam com gráficos cada vez mais realistas, os simuladores de cirurgias atuais apresentam um baixo realismo visual e não conseguem capturar toda a riqueza de detalhes existente no interior do corpo humano. Os modelos usados hoje são semelhantes a um desenvolvido no Instituto de Informática da UFRGS há cerca de sete anos. Entre as razões para esse gap tecnológico está a dificuldade em adquirir e processar os dados de seres vivos. No entanto, a fidelidade da simulação, com imagens realistas que contemplem a diversidade de situações que o médico pode vir a experimentar, é essencial para o treinamento, potencializando o planejamento das operações e diminuindo o risco de surpresas e complicações.

Com o objetivo de tornar esses simuladores mais semelhantes à realidade, pesquisadores do Instituto de Informática estão desenvolvendo ferramentas de computação gráfica que permitirão gráficos próximos do chamado realismo fotográfico – aquele em que não conseguimos distinguir o virtual do real. A partir de vídeos de laparoscopias reais, os pesquisadores extraem dados sobre os tecidos orgânicos vivos, que são usados para aperfeiçoar as imagens sintetizadas. O trabalho envolve professores, mestrandos, doutorandos e bolsistas de iniciação científica, além da assessoria de médicos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Um exemplo é o estudo do doutorando Augusto Luengo. Orientado pelos professores Marcelo Walter e Anderson Maciel, Luengo se dedicou, durante o mestrado, a um método de renderização de imagens de órgãos vivos baseado em algoritmos matemáticos de iluminação global. A iluminação global é uma técnica utilizada na computação gráfica 3D que tem como objetivo dar mais realismo à cena. Os algoritmos não levam em conta apenas a luz direta que incide sobre o objeto – como é o caso da técnica de iluminação local, usada nos simuladores atuais –, mas também a que é refletida por outras superfícies do ambiente.

A luz que é introduzida no abdômen para auxiliar a cirurgia, por exemplo, é refletida de forma variada pelas superfícies irregulares dos diversos órgãos que existem ali. É essa interação entre a luz e o ambiente que o pesquisador buscou reproduzir. No doutorado, iniciado em 2014, Luengo pretende ampliar o trabalho para a representação das texturas dos órgãos. “No mestrado, trabalhamos somente com os reflexos, como se o material fosse homogêneo. Só que o órgão não é homogêneo; ele tem camadas, veias… E temos vontade de simular isso também”, explica. Outra ideia do pesquisador é levar as diferenças e particularidades dos pacientes para os simuladores. O fígado de um adolescente com uma alimentação balanceada, por exemplo, é bem diferente do órgão de um idoso com uma dieta rica em gordura.

Outras pesquisas vêm sendo desenvolvidas paralelamente à de Luengo, como a dissertação de mestrado de Dennis Giovani Balreira, que buscou representar a estrutura interna de um fígado humano. A expectativa, segundo Luengo, é de que em cerca de três anos o novo simulador esteja concluído.

Dissertações

Autor: Augusto Luengo Pereira Nunes
Orientador: Marcelo Walter
Coorientador: Anderson Maciel
Unidade: Programa de Pós-Graduação em Computação

Autor: Dennis Giovani Balreira
Orientador: Marcelo Walter
Coorientador: Anderson Maciel
Unidade: Programa de Pós-Graduação em Computação

Foto: Ramon Moser
Fonte: Camila Raposo/UFRGS

Especialista da UFSCar orienta como identificar o autismo em crianças


No Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo, lembrado neste sábado (2), o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Celso Goyos orienta como identificar o transtorno em crianças. O distúrbio é uma condição comportamental que alguns indivíduos apresentam, caracterizada pela presença ou ausência total de comportamentos que surgem nos primeiros anos do desenvolvimento. O diagnóstico é quase sempre feito pelo pediatra da criança.

Os comportamentos, em geral, se apresentam em duas ou três áreas, que podem estar funcionalmente relacionadas com comportamentos ligados à comunicação, linguagem ou oralidade. Sendo assim, podem se apresentar em uma ausência total de fala ou falas rebuscadas, mas sem muita funcionalidade.

“Em geral, observa-se que estes indivíduos não reagem ou reagem bastante deficitariamente à presença de outras crianças ou outros indivíduos, mesmo às pessoas de grande proximidade, como os pais e irmãos”, explicou Goyos.

Diagnóstico e tratamento
De acordo com o especialista, o transtorno do espectro autista (TEA), conhecido como autismo, é um espectro, e dentro dele há inúmeras maneiras da condição individual se manifestar. Raramente se encontra dois indivíduos com autismo que sejam idênticos.
O tratamento, no entanto, é comportamental e o mais indicado é que seja precoce e intensivo, oferecido por profissionais com formação sólida em Análise do Comportamento.
Os pais jamais devem aguardar muitos meses ou anos para ter o diagnóstico e deve estar atentos ao preparo dos profissionais. O apoio dos familiares e da escola é fundamental.

Causas
O especialista explicou que não existem causas genéticas ou ambientais conhecidas que geram o autismo. Também não há nenhum tipo de exame genético, tomografia ou qualquer outro que detecte a existência da síndrome. “O diagnóstico é feito com base nos comportamentos exibidos pela criança”, relatou Goyos.

O professor explicou que o autismo se manifesta dependendo do comportamento da criança e ocorre com mais frequência em meninos do que em meninas, na proporção de 4 para 1.

É preciso ficar atento aos sinais, como se a criança não balbucia ou não exibe os primeiros sons, imitações e palavras aproximadamente na mesma época em que outra criança na mesma faixa etária e mesma condição sócio cultural.

“Ou se a criança não olha em direção aos olhos do adulto, e fixa o olhar em objetos que movimentam, giram ou objetos luminosos, ou ainda se a criança não reage apropriadamente quando ela é chamada pelo nome pelos pais ou irmãos”, disse.

Caso na região
A fisioterapeuta Fernanda Braga Vaz da Silva, de 33 anos, contou que sofreu quando teve o segundo filho diagnosticado com autismo. “Meu filho não tem um diagnóstico completo, quando ele tinha dois meses não se movimentava, apresentava uma hipersensibilidade e não gostava do contato nos braços e nas pernas. Levei-o à pediatra porque havia alguma coisa errada”, contou.

Após passar por muitos médicos e diagnósticos desestimulantes, a fisioterapeuta encontrou na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP) uma neuropediatra que começou a cuidar do caso mais de perto. “Foram realizados muitos exames, neurológicos e genéticos e nada de anormal era encontrado. Assim, agarramos no diagnostico do autismo e então começamos a procurar um tratamento”, disse.

Terapias
Desde os sete meses, a criança passa semanalmente com profissionais de terapia ocupacional, fonoaudiologia, ecoterapia e fisioterapia. Além disso, o menino frequenta duas vezes por semana um centro particular que o ampara com terapia comportamental.

“Já vejo melhoras com contato visual e coordenação motora. Meu filho era uma criança que não sorria, era apático, acho que sempre foi feliz, mas não conseguia demonstrar”, relatou.
Rotina
Fernanda teve que deixar de trabalhar todos os dias. Agora ela atende três vezes por semana para conseguir conciliar o tempo com as necessidades do filho. Ela conta com a ajuda da sogra e do marido, que trabalha em período integral, mas também a ajuda em casa.

A criança passa por uma dieta de glúten, lactose e soja. “Existem pesquisas que demonstram que essas substâncias alteram o comportamento do autista. O glúten não deixa o organismo absorver os nutrientes necessários e a lactose agride o intestino e causa toxicidade em áreas do cérebro”, disse.

Interação
A interação entre os filhos de Fernanda no começo foi um pouco delicada. Ela contou que o menino mais velho sofreu febres psicológicas com a chegada do irmão. “Atualmente existe até um contato grande entre os dois, eles ainda não brincam juntos, mas ele imita o irmão.

Ele vê o mais velho pintando e já começa a pegar o lápis ou o carrinho, é um exemplo”.
“Ele é carinhoso, gosta de colo, já da pra perceber que está tentando se comunicar. Além disso, adora uma casa cheia e bagunça”, contou Fernanda.

Escola
Um dos problemas enfrentados pela família foi na hora de escolher uma escola para a criança de 4 anos. “O autista tem necessidade e direito por lei de ter uma cuidadora durante as aulas para auxiliar e muitas instituições não oferecem, sejam particulares ou públicas”, relatou a mãe.

Na escola pública em Araraquara, Fernanda conseguiu uma vaga, mas não tinha cuidadora. Atualmente o menino frequenta uma escola particular. “Ele não interage da forma convencional com as crianças, a forma de comunicação dele é outra, até na hora da alfabetização vai ser diferente o método de ensino”, disse.

A fisioterapeuta espera que o dia da conscientização faça com que isso deixe de ser apenas uma data e desperte dentro das pessoas uma vontade de aprender e aceitar pessoas diferentes.

Curso especial
A UFSCar formou a primeira turma do primeiro curso de especialização em comportamento autista do país. Em janeiro deste ano, 73 alunos receberam o diploma após dois anos de estudos.

Segundo professor, o curso surgiu pela alta incidência de casos de autismo e pela necessidade de tratamentos para tornar necessária a capacitação de grande número de profissionais para atuarem de forma competente com questões comportamentais associadas com autismo.

Lei
O apoio de cuidadores está previsto na legislação. A Lei 9.394/96 diz que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial”.

Já a lei nº 12.764 institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno o Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.

Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.

"A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência".

Fonte: G1
Foto: Reprodução/TV Morena

Telescópio russo será instalado no Brasil para mapeamento de detritos espaciais


Um telescópio russo será instalado no Observatório Pico dos Dias, em Brazópolis (MG), para detectar e monitorar detritos espaciais. A instalação faz parte de um acordo que será assinado na próxima quinta-feira (7) entre o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA/MCTI) e a corporação estatual russa Roscosmos. O objetivo é produzir uma base de dados com a localização e as órbitas de objetos que podem apresentar perigo de colisão com satélites artificiais ativos ou até, no caso de objetos maiores, risco de danos à superfície da Terra após a entrada na atmosfera.
De acordo com o diretor do LNA, Bruno Castilho, o novo telescópio deve entrar em operação no fim de novembro, gerando um "mapa de detritos". "Além do risco de colisão com algum satélite ou foguete que estiver em operação, esses detritos também podem cair. Tendo um mapa, o tamanho e a posição desses detritos, você também pode fazer uma previsão e uma melhor estratégia para reentrada desses detritos na atmosfera", explicou.
Castilho acrescentou que as imagens geradas pelo telescópio russo serão transmitidas para a Roscosmos pela internet, e a base de dados ficará à disposição dos pesquisadores brasileiros. Os custos do projeto serão pagos pela corporação russa, e o LNA vai contribuir com a disponibilização do espaço físico, a infraestrutura do Observatório do Pico dos Dias e apoio logístico.
Com 1.864 metros de altitude, o Observatório do Pico dos Dias já possui quatro telescópios para pesquisa astronômica.
Segundo Bruno Castilho, o Brasil já tem cooperação com a Rússia na área espacial. Um acordo para exploração pacífica do espaço é o "guarda-chuva" do termo que será assinado para construção e instalação do novo telescópio. A cerimônia será realizada na sede da LNA, em Itajubá (MG), com a presença de representantes da Roscosmos e da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Fonte: MCTI

01/04/2016

Para evitar amputação, homem ficará com mão dentro do abdômen em SC


Ao chegar ao hospital na noite de terça-feira (29), depois de sofrer um acidente em uma máquina de trabalho em Orleans, no Sul catarinense, o auxiliar de produção Carlos Mariotti, de 42 anos, ouvia de pessoas próximas que perderia a mão esquerda. Ao acordar da cirurgia, porém, soube que não só ainda tinha a mão como ela estava inserida em seu abdômen. “O médico disse: tua mão vai ficar dentro do 'bolso'”, conta Carlos, que é destro.

Nesta sexta (1), ainda hospitalizado, Carlos conseguia sorrir da situação, aliviado depois da dor indescritível que sentiu ao ter a mão puxada por uma máquina de fabricar bobinas. “Fui passar o filme, quando vi a máquina estava puxando minha mão. Gritei duas vezes, ninguém ouviu. Na terceira, eu puxei”, relembra Carlos.

Ele estava sozinho naquele momento, mas logo foi socorrido por colegas. “Uma menina que trabalha lá na frente tinha uma atadura na bolsa, eles amarraram com força, foram os primeiros socorros.” Atendido pelos bombeiros, Carlos foi levado para o hospital.

Cirurgia
“Ele sofreu uma lesão que é chamada de desenluvamento”, explica o médico ortopedista e traumatologista, Bóris Bento Brandão, que fez a cirurgia para colocar a mão de Mariotti no abdômen. O acidente removeu a pele, mas ossos e tensões foram preservados.
“É uma cirurgia clássica, mas pouca gente faz porque é uma situação especial, é um procedimento de salvação para evitar necrose, quando não há mais nada a fazer”, diz Brandão.
Esta é a primeira vez que o procedimento de salvação de mão é feito na Fundação Hospitalar Santa Otília, único hospital de Orleans. A cirurgia, realizada através do Sistema Único de Saúde (Sus), durou duas horas e o paciente recebeu anestesia no braço e no abdômen.

Leia mais em G1
Fonte: Mariana Faraco e Valéria Martins do G1 SC
Foto: Analuze Goulart

Instituto de Psiquiatria disponibiliza vagas para pacientes voluntários


O Instituto de Psiquiatria (IPq), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FMUSP) da USP, disponibiliza vagas para pacientes voluntários em diversos grupos e projetos de pesquisa.
Os tratamentos são gratuitos e incluem medicações, exames laboratoriais e de imagem, de acordo com os serviços oferecidos.
São oferecidos os seguintes tratamentos:
TDAH
Destinado às crianças entre 3 anos e 11 meses e 5 anos e 11 meses, que apresentem agitação e desatenção. Se confirmado diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), o paciente será incluído em protocolo de tratamento com duração de oito semanas. Informações e inscrições no site.
Ciúme patológico
Para pessoas maiores de 18 anos, que percebam que seu ciúme prejudica o relacionamento amoroso de alguma forma, sendo motivo de brigas ou discussões, com queixas e reclamações sobre o ciúme excessivo do/a parceiro/a. Inscrições pelo telefone: (11) 2661-7805 ou email proamiti.secretaria@gmail.com.
Gestantes e pós-parto
Podem participar gestantes de 18 a 45 anos, com quadros de depressão e ansiedade e para mulheres até o 6º mês do período pós-parto, de 18 a 45 anos, com quadro de depressão pós-parto. Agendar triagem pelo telefone (11) 2661-6440, com Irene.
Jogo patológico
Voltado para voluntários maiores de 18 anos, que apresentem compulsão por jogos de azar, a ponto de prejudicar seu trabalho, finanças ou relacionamentos. Inscrições para triagem pelos telefones. (11) 2661-7805 / 2307-7805 ou enviar email paraproamjo.secretaria@gmail.com.
Memória  
Para pessoas a partir de 60 anos, sem dificuldades de memória ou raciocínio em geral ou apenas com dificuldades leves, para estudo que pretende identificar o risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, com uso de uma nova tecnologia diagnóstica. Informações e inscrições pelo telefone (11) 94321-3537 (deixar nome e telefone de contato na caixa postal) ou pelo email pesquisamemorialim27@gmail.com.
Psicoterapia para cuidadores de pessoas com Alzheimer
Atendimento psicológico (grupo de apoio) para cuidadores de pacientes com doença de Alzheimer que apresentem sintomas depressivos e ansiosos (comuns nessa situação, em razão da sobrecarga de tarefas e responsabilidades). Critérios para participar: ser o cuidador principal ou exercer essa atividade no mínimo duas horas por dia; apresentar sintomas de sobrecarga e/ou depressivos, com perda de qualidade de vida; ter mais de 35 anos e, obrigatoriamente, ser familiar do doente. Inscrições pelo email grupopsicorpo@gmail.com.
Portadores de doença de Alzheimer e seus cuidadores
O serviço de Terapia Ocupacional procura pessoas acima de 60 anos, que apresentem demência de Alzheimer, diagnosticada há mais de 3 anos (fase moderada), bem como seu cuidador direto, maior de 18 anos, para estudo no qual os cuidadores serão ensinados a manejar pacientes que apresentem agitação, agressividade e alterações do sono, entre outros, visando melhorar esses sintomas e diminuir a sobrecarga para ambos. O paciente deverá vir ao IPq juntamente com seu cuidador, pelo período de três meses, uma vez por semana. Informações e inscrições (11) 2661-8043 ou email xandamartini@usp.br.
Transtorno bipolar em fase depressiva
Podem participar homens e mulheres de 18 a 59 anos, que apresentem transtorno bipolar e se encontrem deprimidos no momento, apresentando sintomas como tristeza profunda, desânimo, apatia, falta de energia, pensamentos negativos, cansaço e falta de concentração, entre outros. Inscrições e informações pelo telefone (11) 2661-7928 ou email pesquisaproman@gmail.com.
Estresse pós-traumático
O tratamento é destinado a voluntários de 18 a 65 anos, que tenham vivenciado ou presenciado eventos traumáticos em qualquer momento da vida e que ainda se encontrem emocionalmente abalados. Serão oferecidos tratamentos médico e psicológico. Informações e inscrições telefone (11)94990-4532; (11) 98938-9805 ou email novasestrategias.ipq@hc.fm.usp.br.
Depressão 
Para homens e mulheres de 18 a 65 anos, que apresentem depressão unipolar (aquela sem alternância no estado de humor) ou bipolar (episódios depressivos que incidem em portadores do transtorno bipolar do humor). Inscrições e informações pelo site.
Compulsão alimentar
Destinado às mulheres de 18 a 60 anos, que tenham realizado cirurgia bariátrica para perda de peso há mais de 2 anos, mas que mantenham IMC superior a 30kg/m² e apresentem episódios de compulsão alimentar. Informações e inscrições para triagem pelo email:ambulim.ipq@hc.fm.usp.br ou telefone (11) 2661-6975.
Anorexia 
Adolescentes de 12 a 17 anos, com diagnóstico de anorexia nervosa ou que tenham apresentado perda de peso em um curto período de tempo, acompanhado de medo intenso de engordar. Inscrições pelo email: protad.hc@uol.com.br (informar nome completo do adolescente, data e ano de nascimento, nome dos pais ou responsáveis, motivo da procura por atendimento e telefones de contato).
Bulimia  
Para adolescentes até 17 anos, com bulimia nervosa. Os pacientes selecionados receberão atendimento psiquiátrico, nutricional e psicológico. Inscrições pelo email:protad.hc@uol.com.br – informar nome completo do adolescente; data de nascimento; nome dos pais ou responsáveis; motivo da procura por atendimento e telefone para contato.
Transtorno ​dismórfico ​corporal​ ​
Podem participar pessoas de ambos os sexos, maiores de 18 anos, ​que apresentem transtorno ​dismórfico ​corporal​,​ distúrbio mental que se caracteriza por afetar a percepção que o paciente tem da própria imagem corporal, levando-o a ter preocupações irracionais sobre defeitos em alguma parte de seu corpo.​ ​Informações e inscrições telefone (11) 2661-6975 ou email: ambulim.ipq@hc.fm.usp.br.
Skin picking 
Para homens e mulheres maiores de 18 anos, que apresentem skin piching, síndrome que leva as pessoas a cutucarem a pele compulsivamente, provocando lesões em diferentes graus, em várias partes do corpo (especialmente áreas que podem ser “escondidas” pela roupa). Os interessados podem se inscrever para triagem pelo fone (11) 2661-7805 ou email:proamiti.secretaria@gmail.com.
Idosos com TDAH
Para pessoas a partir de 65 anos, que apresentem sintomas de transtorno de déficit atenção e hiperatividade (TDAH) desde a infância e/ou juventude (desatenção, distração, desorganização, procrastinação, agitação). Inscrições para triagem pelo email:idosotdah@gmail.com ou diretamente com a psicóloga Margarete Klein – telefone. (11) 99229-0359.
Epilepsia 
Voltado às crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, com diagnóstico de epilepsia rolândica, ou adolescentes e adultos, de 16 a 55 anos, com epilepsia mioclônica juvenil. Informações e inscrições pelo site ou telefone (11) 2661-6518.
Esquizofrenia
Para pessoas de 18 a 55 anos, com diagnóstico de esquizofrenia, para uma nova abordagem terapêutica, a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), que vem se mostrando eficaz no controle de sintomas chamados negativos, como apatia, falta de vontade e de energia, isolamento social e baixa afetividade, presentes em cerca de 60% dos portadores da doença. Informações e inscrições pelo e-mail:pesquisa.esquizofrenia@gmail.com.
Oniomania (compra compulsiva) 
Podem participar pessoas de 21 a 60 anos, que apresentem comportamento repetitivo e crônico de gastar descontroladamente – compra compulsiva ou oniomania. Esses indivíduos também podem apresentar outros transtornos associados, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar. Informações e inscrições telefone (11) 2661-7805 ou site.
Mais informações: site www.ipqhc.org.br
Fonte: USP

Estudo do Antigo Testamento revela talento literário dos escritores bíblicos


A riqueza dos gêneros literários contidos na Torá tem atraído alunos de várias áreas do conhecimento para estudar a Bíblia Hebraica na USP. A matéria ,que é oferecida no curso de Língua e Literatura Judaica do Departamento de Letras Orientais, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, tem matrículas de alunos de engenharia, direito, história, comunicação e economia, dentre outros. O curso propõe uma análise multidisciplinar das narrativas bíblicas dos cinco primeiros livros Pentateuco – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – textos centrais do judaísmo e dos profetas.
O motivo da pluralidade de público se deve, em parte, ao interesse por assuntos cósmicos e às características religiosas de formação do brasileiro. Porém, Suzana Schwartz, professora que ministra as aulas de estudos bíblicos, ressalta que o curso não tem caráter religioso algum e logo nos primeiros encontros esse viés é desconstruído. No curso, a Bíblia é objeto de estudo e a abordagem acadêmica acomoda elementos da crítica literária, antropologia e arqueologia.
Para a professora, estudar os originais da Bíblia Hebraica amplia os horizontes do conhecimento e proporciona uma melhor compreensão da formação das culturas ocidental e oriental, que se estruturaram a partir desses textos seminais. A elucidação do passado do Oriente Médio antigo fornece, ainda, subsídios para uma reflexão sobre os conflitos étnicos e religiosos que vive a região na atualidade.
Segundo Suzana, a leitura aprofundada dos textos originais em hebraico revela o talento literário dos escritores bíblicos, que já naquela época demonstravam estar na vanguarda no uso da estética da linguagem. Eles foram responsáveis, por exemplo, pela criação da prosa, o gênero literário que expressa clareza, objetividade e simplicidade, para transmitir suas mensagens ao povo judeu. A prosa permitia que a comunicação chegasse ao interlocutor direto e sem ruído.
Tanto a bíblia hebraica quanto os textos do Oriente Médio antigo são ricos na coleção de gêneros e formas literárias. Nos escritos bíblicos, é possível notar a presença de recursos polissêmicos e semânticos do hebraico bíblico – a multiplicidade dos sentidos da palavra, a interpretação do significado de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Além do uso da prosa havia o jogo do silêncio e das pausas como recursos comunicacionais.
Bíblia Hebraica ou Torá
A Torá ou Bíblia Hebraica corresponde aos cinco primeiros livros do Pentateuco – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio -, e constitui também a primeira grande parte da Bíblia Cristã, ou Antigo Testamento. Embora, não haja identificação clara do autor, a teologia atribui a escrita da Torá à Moisés, o profeta escolhido para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito, segundo a tradição.
No curso de Bíblia Hebraica, são estudados textos selecionados da Torá, escritos entre o século XVIII AEC (antes da era cristã) e o século I EC (era cristã). Os livros narram a história de população judia israelita desde sua origem como grupo familiar, passando por tribos e monarquia até chegar a escravização deles pelo Egito e posterior libertação. Os relatos tratam das crenças judaicas, sua visão de mundo e historia religiosa e devido a importância desses escritos, a Bíblia é o conjunto de livros mais lido, traduzido, copiado, interpretado e reinterpretado do mundo.
Por não conseguir abarcar todo o conteúdo que deseja na disciplina de Bíblia Hebraica do curso de graduação em Letras, Suzana criou um grupo de estudos para discutir o tema. Os integrantes do Grupo de Estudos do Judaísmo Antigo dos Períodos Persa, Grego e Romano se reúnem uma vez por semana na sala 19 do Prédio da História, na FFLCH (Cidade Universitária). A reunião é aberta ao público interessado.
Fonte: Ivanir Ferreira/USP
Foto: Cecília Bastos
Mais informações: (11) 2648-0870, no Departamento de Letras Orientais da FFLCH, email flo@usp.br

Parceria valiosa para pesquisadores

Após dois dias de apresentações e debates na University of Michigan, a FAPESP Week teve sequência nesta quinta-feira (31/03) no campus da Ohio State University, a cerca de 300 km ao sul da primeira instituição.
Uma das principais instituições públicas de ensino superior nos Estados Unidos, a Ohio State University (OSU) foi fundada em 1870 e conta com 15 faculdades que ocupam 570 prédios e oferecem mais de 450 cursos de graduação e de pós-graduação, frequentados por cerca de 58 mil estudantes. A OSU investe anualmente cerca de US$ 1 bilhão em pesquisa.
FAPESP e Ohio State assinaram, em 2013, um acordo de cooperação, no âmbito do qual já foram lançadas duas chamadas de propostas e selecionados 43 projetos que reúnem pesquisadores de Ohio e do Estado de São Paulo.
Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, conta que, historicamente, a Fundação tem apoiado principalmente bolsistas brasileiros que vão para a universidade norte-americana e pesquisadores da Ohio State que vão para instituições no Estado de São Paulo. “Mas, desde 2013, aumentamos muito a nossa colaboração com o lançamento de chamadas de propostas”, disse.
“O resultado desse trabalho em conjunto pode ser constatado pelo elevado número de artigos produzidos nos últimos anos por pesquisadores do Estado de São Paulo em conjunto com colegas da Ohio State. Esse número saltou de 40 artigos por ano em 2009 para cerca de 300 em 2015”, disse.
“O número de citações por artigo também tem crescido muito, passando da média de 35, o que é bastante elevado, evidenciando que se trata de artigos de muita visibilidade em suas respectivas áreas”, disse.
Caroline Whitacre, vice-presidente para Pesquisa da Ohio State University, ressaltou que os projetos selecionados nas chamadas conjuntas com a FAPESP envolvem trabalhos nas mais diversas áreas do conhecimento.
Um exemplo citado por Whitacre de projeto selecionado na primeira chamada foi o conduzido por Sergio Schenkman, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Bradford S. McGwire, da Ohio State, sobre doença de Chagas.
projeto reforçou a colaboração entre os laboratórios coordenados pelos dois pesquisadores em estudos sobre mecanismos por meio dos quais o protozoário parasita Trypanosoma cruzi sobrevive e se torna capaz de provocar infecção após passar pelo intestino do inseto triatomíneo.
Da segunda chamada, cujo resultado foi divulgado em dezembro de 2015, Whitacre mencionou projetos como “Metagenomics and proteomic analysis of individuals with generalized aggressive periodontitis and their descendants”, conduzido por Purnima Kumar, da Ohio State, e Renato Correa Viana Casarin, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Pelo nosso acordo, Ohio State e FAPESP se dispõem a despender aproximadamente US$ 1,4 milhão para financiar os projetos colaborativos selecionados por meio de chamadas”, disse Whitacre. O acordo tem duração inicial de cinco anos, “mas definitivamente queremos continuar a parceria com a FAPESP”, disse.
Brito Cruz mencionou ainda que a relação próxima com a Ohio State está presente também no Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, cujo diretor administrativo, Joaquim José de Camargo Engler, é PhD em Economia Agrícola pela Ohio State e recebeu, em 1994, o International Alumni Award 1994 da universidade norte-americana.
Colaborações crescentes
Brito Cruz fez o discurso de abertura do evento, no qual falou sobre ciência e tecnologia em São Paulo e o papel da FAPESP no desenvolvimento da pesquisa no estado.
O diretor científico contou que o Estado de São Paulo – onde 1,7% do PIB é destinado à pesquisa e desenvolvimento, valor muito superior ao restante do Brasil – responde por cerca de 45% da ciência produzida no país, de acordo com o número de artigos científicos publicados em periódicos internacionais.
O diretor científico falou sobre alguns dos programas de pesquisa mantidos pela FAPESP – como os programas de bolsas e de auxílios à pesquisa – e sobre a sistemática de análise de solicitações de propostas da Fundação.
Brito Cruz falou da importância para a Fundação dos acordos de cooperação que mantém com universidades, empresas e organizações do Brasil e de dezenas de outros países.
“Temos, por exemplo, um programa de centros de pesquisas que reúne universidade e indústria. Um deles é o Centro de Biologia Química de Proteínas Quinases, instalado na Universidade Estadual de Campinas (SGC-Unicamp). É uma parceria entre a University of Oxford, a University of Toronto e a Unicamp”, disse.
“No SGC-Unicamp, os pesquisadores trabalham em conjunto com colegas dessas duas outras universidades e de diversas grandes indústrias farmacêuticas, com o objetivo de descobrir quinases [grupos de enzimas] e processos relacionados a quinases que possam ser usadas pela indústria no estudo de proteínas ou no desenvolvimento de novos medicamentos”, disse.
“E estamos felizes em anunciar a primeira companhia farmacêutica brasileira parte do SGC-Unicamp, a Aché. Acabamos de concluir os termos do contrato e como eles participarão e agora temos uma empresa brasileira como parte desse grande esforço em ciência, pesquisa e tecnologia”, disse.
Apoiado por meio do Programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP, o centro faz parte do Structural Genomics Consortium, que reúne pesquisadores de universidades, indústrias farmacêuticas e outras organizações (leia mais sobre o SGC-Unicamp em http://agencia.fapesp.br/pesquisa/#SGC)
“Outro tipo crescente de colaboração é aquela em que a FAPESP e a universidade parceira oferecem seed funding aos pesquisadores para que eles possam interagir de modo a, posteriormente, preparar propostas que serão submetidas a agências de fomento em seus países e no Brasil”, disse Brito Cruz.
Whitacre falou em seguida e destacou o Discovery Themes Initiative, programa de longo prazo da Ohio State que reúne estudantes e professores da universidade com representantes de outras instituições.
Segundo Whitacre, o programa tem como proposta “encontrar soluções duráveis para necessidades sociais críticas” e está dividido em áreas e temas de pesquisa como “Materiais e Manufatura para Sustentabilidade”, “Doenças Infecciosas”, “Alimentos e Saúde”, “Humanidades e Artes”, “Economia Sustentável e Resiliente” e “Análise de Dados”.
“O Discovery Themes é um modelo de inter e transdisciplinaridade que promove e amplia as colaborações da Ohio State e representa uma oportunidade excelente para abordar os principais problemas globais”, disse Whitacre.
Foto: Heitor Shimizu
Fonte: Heitor Shimizu, de Columbus (EUA) | Agência FAPESP