04/04/2016

Operários de Gaza encontram ruínas de cerca de 1.500 anos atrás


Operários de uma construção em Gaza descobriram ruínas antigas que, segundo arqueólogos, podem ser parte de uma igreja bizantina de aproximadamente 1.500 anos de idade, informou o Ministério do Turismo e Antiguidades palestino nesta segunda-feira (4).
Entre as descobertas estão segmentos de pilares de mármore com capitéis coríntios ornamentados, um deles com quase 3 metros de comprimento, e uma pedra de fundação de 90 centímetros com um símbolo grego de Cristo. Quinze peças foram desenterradas, e as escavações continuam.
"Nossa primeira ideia é que o local é uma catedral ou igreja do período bizantino", disse Jamal Abu Rida, diretor-geral do ministério. "Durante aquela era, havia um grande interesse dos governantes bizantinos em construir igrejas na Faixa de Gaza".

Antes do islamismo
Gaza foi um porto marítimo próspero durante o período romano, com uma população diversificada de gregos, romanos, judeus, egípcios e persas. Templos pagãos foram destruídos nos séculos 4 e 5 d.C., e a construção de igrejas era uma prática generalizada.
Isso continuou até o general muçulmano Amr ibn al-As conquistar Gaza em 637 d.C., data após a qual a maioria da população adotou o islamismo e locais de culto cristão foram abandonados.
"Ouso dizer que o local tem valor histórico", afirmou Abu Rida, estimando que as ruínas datam de um período entre o ano 395 d.C. e o final dos anos 600 d.C.
A descoberta ocorreu no sábado, quando operários preparavam o terreno para um shopping center. O Ministério do Turismo e Antiguidades foi chamado e imediatamente descobriu três grandes peças. Mais tarde outras doze foram recuperadas.   

Fonte: Reuters
Foto: Mohammed Salem/Reuters

Como a bioinformática está ajudando no tratamento da esquizofrenia, autismo e câncer.

Ferramentas de bioinformática têm sido usadas por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP) para modelar redes de interação entre genes, desvendar relações funcionais e, dessa forma, identificar potenciais alvos para o tratamento de doenças complexas, como esquizofrenia, autismo e câncer.
Avanços nessa área foram apresentados pelo professor do Centro de Matemática, Computação e Cognição (CMCC) da UFABC David Corrêa Martins Junior, no dia 31 de março, em Columbus, Estados Unidos, durante a programação da FAPESP Week Michigan-Ohio. O evento, que terminou na sexta-feira (1º/4), teve o objetivo de fomentar a colaboração entre pesquisadores paulistas e norte-americanos.
Parte dos resultados também foi publicada em artigos nos periódicos Information Sciences BMC Bioinformatics.
"Uma mesma doença complexa pode se manifestar de formas muito diferentes em cada paciente, com diversos graus de gravidade. O objetivo desse tipo de estudo é poder oferecer um tratamento individualizado, considerando essas particularidades", explicou Martins Junior em entrevista à Agência FAPESP.
Os estudos são baseados tanto em dados clínicos – de expressão gênica, interação entre proteínas e metilação de DNA – depositados em bancos públicos, como em dados de pacientes atendidos por colaboradores, como, por exemplo, a professora Helena Brentani, do Instituto de Psiquiatria da USP, que trabalha com portadores de autismo.
Conceitos da teoria de grafos e de redes complexas, aliados a ferramentas de bioinformática, permitem, por exemplo, comparar em portadores de uma determinada doença e em indivíduos controle a expressão dos genes e sua centralidade nas redes gênicas. Também é possível comparar dados de pacientes com a mesma doença, mas com diferentes graus de gravidade, ou, ainda, avaliar como a expressão dos genes e a estrutura de uma rede gênica em uma mesma pessoa se modifica em diferentes contextos e momentos. A ideia é tentar desvendar como os genes estão conectados e como esse circuito controla as diversas funções celulares.
"Quando não sabemos a função de um gene, podemos tentar comparar a expressão dele ou a estrutura de sua vizinhança na rede gênica com outros que apresentam um sinal parecido e cuja função é conhecida e, assim, formular hipóteses. Se temos um gene-alvo e queremos saber em que medida a sua expressão depende do sinal de outros genes, podemos usar ferramentas como inferência de redes gênicas ou priorização gênica", contou Martins Junior
Segundo o pesquisador da UFABC, genes que já foram associados a doenças em estudos anteriores podem servir como ponto de partida para as análises. "Podemos avaliar quais outros genes estão mais associados a eles em termos de expressão e em termos da estrutura conectiva. Provavelmente eles também estarão envolvidos na doença em questão", disse.
Em um trabalho desenvolvido durante o doutorado de Sergio Nery Simões no programa de pós-graduação em Bioinformática da USP, foi desenvolvida uma ferramenta chamada NERI (NEtwork Medicine Relative Importance), que integra dados de expressão gênica, redes de interação entre proteínas e dados de estudos de associação (genes sabidamente associados a uma determinada doença) para identificar novos genes que também podem estar associados à enfermidade em análise.
"Fizemos um estudo de caso usando bancos de dados públicos de esquizofrenia e vimos que muitos dos genes obtidos pela ferramenta NERI estavam associados à chamada via glutamatérgica, responsável pela transmissão e recepção de neurotransmissores durante as sinapses neuronais. Tal via é bastante citada na literatura como associada à doença. Isso sugere que outros genes identificados pela ferramenta também têm potencial para estar relacionados com a esquizofrenia", explicou Martins Junior.
As pesquisas do grupo são apoiadas pela FAPESP por meio de dois Projetos Temáticos – um coordenado por João Eduardo Ferreira no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e outro por Roberto Marcondes Cesar Junior, também no IME-USP. Há ainda um Auxílio à Pesquisa – Regular coordenado por Raphael Yokoingawa de Camargo no CMCC-UFABC.
Análise de redes sociais
No mesmo painel dedicado ao tema "Bioinformática e Análise de Dados", o professor de Ciência da Computação e Engenharia da The Ohio State University Srinivasan Parthasarathy falou sobre como informações coletadas em redes sociais, como o Twitter ou o WhatsApp, podem ser usadas para ajudar a prever ou mitigar problemas relacionados a desastres naturais e epidemias.
Em parceria com pesquisadores de diversos países, inclusive brasileiros vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Parthasarathy coleta e analisa informações de mensagens curtas enviadas durante eventos climáticos extremos, como furacões e enchentes, ou durante surtos epidêmicos e usa o conteúdo para alimentar modelos computacionais. O objetivo é identificar problemas antes que eles se tornem críticos e fornecer informações que possam auxiliar as equipes que prestam socorro no local a planejar estratégias de controle.
"Se eu tenho 5 mil pessoas disponíveis para prestar socorro, preciso identificar as áreas mais afetadas e que precisam ser priorizadas. Para isso, usamos essas informações coletadas nas mídias sociais em conjunto com dados físicos que tradicionalmente alimentam os modelos de prevenção de furacão ou de enchentes, como velocidade do vento e pressão atmosférica, que são uma forma mais tradicional de sensoriamento", contou o pesquisador.
O grande desafio, segundo Parthasarathy, é conseguir filtrar as mensagens que realmente são relacionadas com o problema em questão. "Há muito ruído nas redes sociais. Por exemplo, se nosso objetivo é monitorar uma epidemia de dengue em uma determinada cidade, temos de ser capazes de isolar os tuítes que foram originados naquela região e incluir aquela informação em nosso modelo. Essa integração de sensores sociais e físicos pode produzir melhores resultados", comentou o pesquisador.
Também participaram do painel realizado durante a FAPESP Week Álvaro Montenegro, professor do Departamento de Geografia da The Ohio State University, e João Luiz Filgueiras de Azevedo, do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Fonte: Karina Toledo, de Columbus (EUA) | Agência FAPESP

Novo dispositivo pode detectar câncer de mama pela saliva


A detecção do câncer de mama cedo favorece seu tratamento, por isso que uma equipe do Centro Tecnológico de Monterrey (México) desenvolve um dispositivo para facilitar este processo através da saliva.
Através do sensor incorporado em um filme ultrafino -de cerca de dois mícrons de espessura e dez milímetros de comprimento-, o dispositivo é capaz de detectar uma proteína conhecida como Cerb-b2.
Esta proteína, que se localiza na saliva, é desenvolvida por "um grupo muito amplo de mulheres" que apresentam câncer de mama nos períodos iniciais, explica à Agência Efe o responsável da pesquisa, o médico Joaquín Esteban Oseguera Peña.
A grande vantagem deste método é que antecipa a detecção da doença mesmo em mulheres que realizam auto-exame, já que a prova funciona quando o tumor é medido em mícrons -com um tamanho mil vezes menor do que quando pode ser detectado manualmente.
A Cerb-b2 aparece em, aproximadamente, 98% das mulheres com câncer de mama.
Com este aparelho "imediatamente poderia ser decidido se há esta proteína e, em consequência, quais são as probabilidades de que a pessoa esteja desenvolvendo câncer de mama", afirmou Oseguera, que lidera um grupo de pesquisa de oito pessoas no campus do Estado do México da instituição universitária.
"A ideia fundamental -continua o médico- é que o dispositivo possa ser acessível a todo o público, sobretudo em lugares afastados ou de difícil acesso para equipes mais sofisticadas".
Segundo o médico, é "provável" que a ideia de um dispositivo como este possa se estender a outros tipos de câncer vinculados com outras proteínas, embora seja necessitaria "fundamentá-lo com estudos".
Por enquanto, a equipe de pesquisa entrou em contato "só em nível preliminar" com alguns hospitais públicos da área, e em aproximadamente um ano terá constituído todo o desenvolvimento adicional que permitirá realizar testes com pacientes.  
Fonte: EFE
Imagem: PROFEAD

03/04/2016

Yanomamis são contaminados por mercúrio na Amazônia


Viver em um território que tenha em seu subsolo grandes reservas de ouro pode parecer uma benção e um sinônimo de riqueza. Infelizmente, para os Yanomami, esta situação tem sido a sua maior maldição. Um estudo recente conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), mostra que a contínua invasão ilegal de garimpeiros em seu território tem trazido graves consequências: algumas aldeias chegam a ter 92% das pessoas examinadas contaminadas por mercúrio.

São muitos os garimpeiros que trabalham ilegalmente em nossos rios e além do desastre ambiental e social que causam, nós desconfiamos que nosso povo está sendo envenenado com o mercúrio utilizado pelos garimpeiros (Davi Kopenawa Yanomami, março de 2013).

Atendendo ao pedido da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e da Associação do Povo Ye’kwana do Brasil (Apyb), uma equipe de pesquisa visitou 19 aldeias, em novembro de 2014. Foram coletadas 239 amostras de cabelo, priorizando os grupos mais vulneráveis à contaminação: crianças, mulheres em idade reprodutiva e adultos com algum histórico de contato direto com a atividade garimpeira. Também foram coletadas 35 amostras de peixes que são parte fundamental da dieta alimentar destes índios. O estudo foi realizado nas regiões de Papiú e Waikás, onde residem as etnias Yanomami e Ye’kwana.

O caso mais alarmante foi o da comunidade Yanomami de Aracaçá, na região de Waikás, onde 92% do total das amostras apresentaram alto índice de contaminação. Esta comunidade, entre todas as pesquisadas, é a que tem o garimpo mais próximo. Já na região do Papiú, onde foram registrados os menores índices de contaminação — 6,7% das amostras analisadas — a presença garimpeira é menos acentuada.

Garimpo na Terra Indígena Yanomami

O garimpo já deixou marcas profundas no povo e no território Yanomami. Entre 1986 e 1990, estima-se que 20% da população (1.800 pessoas) morreu em função de doenças e violências causadas por 45 mil garimpeiros que invadiram suas terras.

A invasão e a tensão crescente do garimpo culminaram, nos anos de 1990, em um episódio de grande repercussão mundial por sua barbárie. Em julho de 1993, garimpeiros invadiram uma aldeia Yanomami e assassinaram a tiros e golpes de facão 16 indígenas, entre eles idosos, mulheres e crianças. Conhecido como o Massacre de Haximu, foi o primeiro caso julgado pela Justiça brasileira no qual os réus foram condenados por genocídio.

Assista abaixo ao vídeo “Davi contra Golias”, produzido pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi), no qual Davi Kopenawa fala do Massacre do Haximu.

O garimpo continua sendo uma ameaça à vida dos Yanomami e Ye’kwana. Desde 2014, a invasão de seus territórios por garimpeiros cresce assustadoramente. Hoje, estima-se que cinco mil garimpeiros atuam ilegalmente na Terra Indígena Yanomami. As diversas denúncias feitas pelos índios não têm resultado em ações efetivas dos órgãos governamentais responsáveis. Se nada for feito de concreto, um novo Haximu pode estar a caminho.

Para acabar com o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é preciso que se descubra os seus financiadores, que são os que realmente lucram e sustentam esta atividade. É preciso descobrir a rota do ouro, ou seja, por onde passa e qual seu destino final.

Neste sentido, a Polícia Federal realizou duas operações que levantaram apenas a beira do manto que encobre esta atividade ilegal: a operação Xawara, em 2012, e a operação Warari Koxi, em 2015. Além de descobrirem alguns comerciantes e donos de avião em Roraima, também descobriram que o ouro chega a uma Distribuidora de Valores e Títulos Imobiliários (DTVM), na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Fica o alerta: o ouro comercializado nos grandes centros financeiros do Brasil pode carregar com ele o sofrimento do povo Yanomami.

Aspectos éticos da pesquisa

As coletas feitas em novembro de 2014 foram precedidas por consultas aos indígenas, que autorizaram a retirada de amostras de seus cabelos, com a condição de que após a análise elas seriam devolvidas. Este pedido se deve à obrigação de que, para os Yanomami, todos os pertences e partes corporais devem ser cremados após a morte. É também uma precaução adotada depois que tiveram conhecimento do caso de roubo de seu sangue por pesquisadores norte-americanos na década de 1970.

As coletas feitas em novembro de 2014 foram precedidas por consultas aos indígenas, que autorizaram a retirada de amostras de seus cabelos, com a condição de que após a análise elas seriam devolvidas. Este pedido se deve à obrigação de que, para os Yanomami, todos os pertences e partes corporais devem ser cremados após a morte. É também uma precaução adotada depois que tiveram conhecimento do caso de roubo de seu sangue por pesquisadores norte-americanos na década de 1970.

Tanto as consultas para autorização quanto a apresentação dos resultados foram feitas em língua indígena, com o auxílio de intérpretes e material explicativo bilíngue, visando garantir a compreensão por parte de todos os envolvidos na pesquisa.

Entrega para o poder público

Uma comitiva formada por lideranças Yanomami e Ye'kwana, e representantes da Fiocruz e do ISA, foram à Brasília, em março de 2016, para divulgar o diagnóstico junto aos órgãos responsáveis. A comitiva entregou cópias às Presidências da Funai e do Ibama, ao coordenador da Secretaria Especial de Saúde Indígena, ao Ministério Público Federal e à Relatora Especial sobre Direitos Indígenas da ONU, que estava em visita ao Brasil. As lideranças indígenas também exigiram a retirada imediata dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami e um atendimento especial em saúde para as pessoas que estão contaminadas.

Fonte: Portal Amazônia
Foto: Reprodução/Marcos Wesley/ISA

Pós-Doutorado em Neurociências na USP

Agência FAPESP – O Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) oferece uma oportunidade de Pós-Doutorado em Neurociências com bolsa da FAPESP. O prazo de inscrição encerra em 8 de abril.
O projeto tem como objetivos investigar o efeito de drogas anti-inflamatórias e a expressão de proteínas, mediadores lipídicos e citocinas relacionadas ao processo inflamatório no estriado com depleção de dopamina de animais Parkinsonianos (lesão unilateral de neurônios dopaminérgicos com a neurotoxina 6-OHDA) e/ou com discinesia induzida por L-DOPA e respectivos controles.
Em pacientes será avaliada a presença de mediadores do processo inflamatório no líquido cefalorraquidiano e/ou no soro. Como os pacientes em regra estão sob tratamento, serão avaliados pacientes com ou sem discinesia.
Os candidatos interessados devem ter título de doutor obtido há menos de sete anos em Ciências, Farmacologia, Neurociências ou áreas relacionadas; experiência comprovada nas áreas de biologia celular, análises de expressão gênica e expressão/atividade de proteínas western blotting; e em experimentação com comportamento animal, cirurgia estereotáxica, imuno-histoquímica, imunofluorescência e silenciamento gênico.
Os interessados devem enviar carta de apresentação e curriculum vitae com lista de publicações para a pesquisadora principal do projeto, Elaine Del-Bel, no endereço eadelbel@forp.usp.br.
A oportunidade está publicada em: http://www.fapesp.br/oportunidades/1080/.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais (novo valor vigorando a partir de 1º de abril) e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação.
Foto: Léo Ramos

Terceiro voo de foguete reutilizável da Blue Origin é lançado com sucesso


A empresa americana Blue Origin lançou com sucesso o terceiro voo de seu foguete reutilizável, ao conseguir que a nave não tripulada aterrissasse sem problemas após ter descido cem quilômetros, anunciou neste sábado (2) seu fundador, Jeff Bezos.
"Decolagem sem problemas do BE-3 e perfeita aterrissagem do booster", um foguete reutilizável, tuitou em tempo real Jeff Bezos, também fundador da Amazon.
O foguete reutilizável tinha feito seu primeiro voo no fim de novembro, o que pôs a Blue Origin em vantagem com relação à concorrente SpaceX, a primeira empresa a tentar uma experiência do tipo, mas de forma infrutífera.
Em janeiro passado, o segundo lançamento também resultou em voo e pouso bem sucedidos.
O lançador da Blue Origin chega até 100 km de altitude, considerada a fronteira entre a atmosfera terrestre e o espaço, antes de começar uma descida vertical, que realiza cada vez mais lentamente, ajudado por um paraquedas, até chegar a uma velocidade de 5 km/h antes de pousar no local de lançamento da empresa, no Texas (sul).
Conseguir que lançadores possam ser reutilizados, sobretudo os mais pesados, é um objetivo prioritário da indústria aeroespacial, fundamentalmente de operadores de satélites, com a finalidade de reduzir os custos.
"A recuperação plena do lançador muda as coisas", disse Bezos em novembro.
Fonte: AFP
Foto: Reuters/Blue Origin/Handout via Reuters

02/04/2016

Sala Multissensorial abre novos horizontes para crianças deficientes


Audição, olfato, tato, paladar e visão. Estimular os sentidos para potencializar a capacidade de aprendizado de crianças com necessidades especiais é o objetivo da Organização Não-governamental (ONG) Lumen et Fides com seu novo projeto que foi inaugurado nesta sexta-feira (1º), às 8h: a Sala Multissensorial.

Composta por várias cores, formas, tamanhos e ações, tudo ali é voltado para estimular os alunos com qualquer tipo de deficiência múltipla, disfunções neuromotoras ou autismo. Atualmente, 150 pessoas, entre crianças, adolescentes e jovens, são atendidas pela entidade e, a partir da segunda quinzena de abril, os alunos já poderão utilizá-la normalmente.

A construção de um sonho
O sonho de ver todo o projeto construído surgiu durante uma visita a uma entidade de Curitiba (PR), que atende ao mesmo público, feita pelo professor de educação física da Lumen. “O professor João foi para lá atrás de um projeto, porém, ele conheceu essa sala e me trouxe a proposta. Eu fiquei encantada na hora e ali começou o sonho de construir tudo isso”, explica a diretora pedagógica da entidade, Perlla Cristina Roel.

Para que se tornasse realidade, o projeto entrou numa espécie de concurso organizado por um banco, que iria contemplar a melhor proposta. A concorrência era de cerca de 330 entidades de todo o Brasil, mas a instituição filantrópica de Presidente Prudente foi escolhida e os R$ 70 mil necessários para a construção da sala vieram. “Sem esse apoio, teria sido difícil arrecadar todo esse dinheiro. No final, deu tudo certo e o sonho está realizado”, conta Roel.

A coordenadora pedagógica da Lumen, Ana Paula Bianque, relatou que durante um dos testes realizados com a sala o resultado foi surpreendente. “Trouxemos um aluno com déficit de atenção para a ‘torre borbulhante’ e, depois de um tempo, o levamos para fazer uma atividade num brinquedo de encaixe, que exigia concentração. E ele conseguiu”, explica Ana Paula.
'Superou minhas expectativas'

A dona de casa Tatilaine Figueirado é mãe do pequeno Lorenzo, de dois anos, que está há oito meses na Lumen e aprovou a sala ao conhecê-la. “Quando fizeram a reunião com os pais e nos apresentaram o projeto da sala, eu achei que seria algo totalmente tecnológico. Agora que conheci a sala, achei muito bonita e superou minhas expectativas. Acredito que esses equipamentos e atividades proporcionarão um bom desenvolvimento para os alunos”, enfatiza.

O neurologista Antônio Ferrari explica que terapias como essa podem, sim, surtir efeito em pessoas com deficiência. “Os estímulos que chegam ao sistema nervoso central provocam a formação de novas sinapses, que são uma espécie de caminhos entre os neurônios cerebrais e possibilitam o aprendizado de novas ações”, afirma.

Serviço – Quem desejar conhecer a Lumen et Fides, basta entrar em contato com a entidade pelo telefone (18) 3908-1076 e agendar um horário para visita.

Fonte: G1
Foto: Fábio Reis/TV Fronteira