05/04/2016

STF decide que USP pode suspender fornecimento de fosfoetanolamina


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que a Universidade de São Paulo (USP) deverá fornecer a fosfoetanolamina somente "enquanto remanescer o estoque" do composto.
Depois disso, o fornecimento poderá ser suspenso tendo como justificativa a ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de estudos publicados sobre os benefícios de sua utilização na cura do câncer, a falta de estudos que atestem sua segurança e o desvio de finalidade da instituição de ensino.
A decisão foi tomada depois de a USP apresentar um pedido ao STF contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que determinou o fornecimento da fosfoetanolamina para pacientes com câncer sob pena de multa.
Em sua decisão, Lewandowski afirmou que "não caberia ao Poder Judiciário respaldar a prática de uma medicina não baseada em evidências". A decisão suspende todas as decisões judiciais proferidas em âmbito nacional que tenham determinado à USP o fornecimento da substância até que elas sejam julgadas em definitivo.

Fonte: G1
Foto: Ely Venâncio/EPTV

Esponjas são fontes de compostos que podem tratar doenças, indica estudo

Esponjas são animais (do filo Porifera) sem sistemas nervoso, digestivo ou circulatório. Como não se movem, dependem da água que passa por elas para obter alimentos e oxigênio. São organismos bastante simples, mas que se destacam por certas peculiaridades.
Uma delas é o pioneirismo. Esponjas são os primeiros animais a habitar a Terra, de acordo com diversos estudos, incluindo um feito por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology e publicado na edição de março da Proceedings of the National Academy of Sciences.
Por meio de análises genéticas, o grupo confirmou a existência de esponjas há 640 milhões de anos, cerca de 100 milhões antes da explosão do Cambriano, quando os animais passaram a dominar o planeta.
Outra peculiaridade também faz com que as esponjas sejam atraentes como objeto de pesquisa: o fato de terem importante potencial medicinal. Isso se deve à presença nesses animais de compostos químicos que poderão ser usados na produção de medicamentos para combater vírus, bactérias e até mesmo tumores.
A descoberta e o desenvolvimento de produtos naturais com potencial bioativo a partir de organismos marinhos é um dos principais focos da pesquisa do grupo do professor Roberto Gomes de Souza Berlinck no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP).
“Há muitos organismos marinhos que são fontes de grande diversidade de pequenas moléculas que chamamos de metabólitos secundários, uma vez que não são essenciais para a sobrevivência desses organismos”, disse.
“Apesar de não serem muito importantes para esses animais, os metabólitos secundários são fundamentais para a sobrevivência de diversas espécies, nas quais apresentam, por exemplo, função de defesa química ou de proteção contra bactérias”, disse o pesquisador, que coordena o Projeto Temático “Componentes da biodiversidade, e seus caracteres metabólicos, de ilhas do Brasil – uma abordagem integrada”, apoiado pela FAPESP.
O grupo de Berlinck descobriu metabólitos em esponjas que resultaram na produção de compostos com atividade contra leishmania e tripanossoma, parasitas causadores, respectivamente, da leishmaniose e da doença de Chagas.
“É importante encontrar novas drogas contra essas doenças, pois as disponíveis atualmente contra a leishmaniose, por exemplo, estão sendo utilizadas há muito tempo e são bastante tóxicas”, disse.
“Estudamos detalhadamente vários dos compostos antiparasitários que descobrimos, como alcaloides, e temos realizado análisesin vivo e in vitro sobre os mecanismos por meio dos quais esses compostos apresentam atividades farmacológicas”, disse Berlinck.
Metabólitos encontrados pelos pesquisadores na esponja da espécie Monanchora arbuscula, coletada na costa sudeste do Brasil, levaram ao isolamento de uma série de alcaloides – guanidinas e pirimidinas – com ação antiparasitária contra Trypanosoma cruzi eLeishmania infantum.
“E é importante ressaltar que esses compostos afetam especificamente esses parasitas e não o organismo humano, o que é uma vantagem no tratamento das doenças causadas por eles”, disse Berlinck.
Resultados dos estudos, feito pelo grupo do IQSC-USP em cooperação com cientistas do Instituto Adolfo Lutz, da University of British Columbia (Canadá) e de outras instituições, foram publicados no ano passado no Journal of Natural Products.
Novos materiais
Berlinck foi um dos palestrantes na FAPESP Week Michigan-Ohio, realizada nos Estados Unidos de 28 de março a 1º de abril. No painel “Materials and Manufacture”, no último dia do evento, em Columbus, Berlinck participou junto com Chris Hammel e Carlos Castro, da Ohio State University, Marcelo Knobel, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Holmer Savastano Junior, da USP.
No laboratório que coordena no Departamento de Física da Ohio State, Hammel e seu grupo desenvolvem sistemas para produção de imagens em escala nanométrica e tentam compreender as interações dinâmicas em estruturas magnéticas.
Os pesquisadores estudam, por exemplo, o comportamento em diferentes materiais da eletrônica baseada em spin (que explora a propensão quântica dos elétrons de girar) e fenômenos que ocorrem em estruturas magnéticas e microscópicas e de diversos tipos de materiais complexos.
Knobel falou sobre pesquisas que coordena, particularmente sobre propriedades magnéticas de nanocristais. Em estudo publicado na Scientific Reports, do grupo Nature, Knobel e colegas da Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) descreveram um novo método com aplicação potencial na área de saúde.
Os pesquisadores descobriram como interromper o processo de decomposição térmica do ferro com a presença de partículas de prata, que resultou na formação de um tipo de nanopartícula com propriedades interessantes.
Segundo Knobel, o método é relativamente fácil de implementar e poderá contribuir para o desenvolvimento de nanopartículas que poderão ser usadas para o transporte de medicamentos.
Castro, nascido em El Salvador, apresentou trabalhos que conduz no Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Ohio State para o desenvolvimento de dispositivos nanométricos com base em DNA.
O objetivo é produzir sistemas capazes de se montar sozinhos de acordo com a estrutura do DNA e que possam ser programados e controlados para aplicações diversas, como transportar medicamentos.
Savastano, professor na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Materiais para Biossistemas da USP, falou sobre o uso de materiais sustentáveis no setor industrial.
O pesquisador coordena o Projeto Temático Agrowaste, apoiado pela FAPESP, que investiga o uso de resíduos agroindustriais em materiais para a construção civil e de infraestrutura (estradas, por exemplo).
Savastano destacou em sua palestra o estudo feito com o curauá (Ananas erectifolius), cujas fibras demonstraram propriedades mecânicas superiores às de outras plantas e podem se mostrar uma alternativa importante na construção civil, como reforço em compostos à base de cimento.
estudo foi conduzido em colaboração com Victor Li, do Departamento de Ciência de Materiais e Engenharia da University of Michigan, e foi financiado pela universidade norte-americana em conjunto com a FAPESP.
Fonte: Heitor Shimizu, de Columbus (EUA)  |  Agência FAPESP
Foto: Mauricio Handler/Nat Geo Creative/Caters News

Guia ilustrado reúne as serpentes do cerrado brasileiro


Desinteressante, monótono, com fauna pobre e homogênea. Essa era visão sobre o Cerrado brasileiro até pouco tempo atrás. “Infelizmente, estamos conhecendo esse bioma à medida em que o destruímos. A ciência está chegando atrasada”, lamenta o biólogo Cristiano de Campos Nogueira.

Pesquisador da área de ecologia no Instituto de Biociências (IB) da USP, Nogueira é um dos organizadores do livro Serpentes do Cerrado – Guia Ilustrado (Holos Editora), iniciativa que registra em imagens todas as cobras identificadas até hoje na ‘savana brasileira’. “Precisamos fazer isso agora. Alguns lugares onde recolhemos amostras já estão devastados e é difícil resgatar informação sobre a fauna de áreas assim”, afirma.

O guia foi produzido com os colegas Otavio Augusto Vuolo Marques, do Instituto Butantan; André Eterovic, da Universidade Federal do ABC; e Ivan Sazima, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e dá sequência à série que já retratou as serpentes do Pantanal e da Mata Atlântica.

Foram reunidas 185 fotografias de 135 serpentes, muitas delas difíceis de serem encontradas e algumas até mesmo na lista de espécies ameaçadas de extinção. É o caso da Philodryas livida, popularmente conhecida como corre-campo. Registrada pelo próprio pesquisador no Parque Nacional das Emas, em Goiás, o animal vive em área de campo, onde não há água, apenas gramíneas. “Essas áreas são as primeiras a desaparecer com a agricultura mecanizada. Para produção de milho e soja, por exemplo, procura-se essas chapadas porque são áreas planas, altas e fáceis de operar as máquinas”, explica.


Identificação

Nogueira conta que em um mês em campo se veem em geral de cinco a dez bichos. “Com muito trabalho e sorte, você vê vinte”. O guia, assim, é resultado de um trabalho de longo prazo. As imagens são acompanhadas de ícones que ajudam a descrever as principais características dos animais, como hábitos, tamanho do corpo e da cauda, dentição, estratégias de defesa e reprodução.

A iniciativa não é estritamente científica ou taxonômica: a intenção também é orientar pessoas que encontrem esses bichos na natureza, para que consigam identificá-los. “Nos trabalhos de campo eu percebia que as pessoas sabiam muito pouco sobre cobras. Mesmo quem mora na região, que vive no meio do mato, pesca, colhe frutas, há um desconhecimento muito grande, um preconceito”, explica Nogueira. Como não sabem diferenciar serpentes venenosas das demais, a população acaba matando todos os animais, até mesmo alguns lagartos que, por não terem patas, são confundidos com cobras.

“Precisamos conhecer o Brasil. A diversidade biológica é muito grande e só estamos conhecendo à medida que estamos perdendo, é uma corrida contra o tempo”, afirma o biólogo. “Temos que fazer a população conhecer isso antes que desapareça”.


Conhecendo o Cerrado

Segundo Cristiano Nogueira, uma característica das serpentes e também de outros bichos do Cerrado brasileiro é a adaptação para viverem em tocas e galerias. Como a flutuação da temperatura durante o dia é alta, os animais ficam expostos a frio e calor – já viver nas cavidades é como estar sob um ar condicionado, com temperatura estável. Outra constatação relevante é a importância do fogo para a região. “O fogo ocorre naturalmente no Cerrado, faz parte do ambiente, o problema é quando há ação humana”, explica.

O pesquisador conta que, inicialmente, não se sabia nem mesmo onde procurar os bichos. E foi por acaso que descobriu-se que justamente nas áreas queimadas era mais fácil encontrá-los. “É uma fauna muito diferente do ponto de vista ecológico, muito rica e complexa, não tem nada de homogêneo. Estamos apenas começando a conhecer e é uma descoberta atrás da outra”.

A publicação do livro Serpentes do Cerrado contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da organização WWF-Brasil.


Evento de lançamento
Serpentes do Cerrado – Guia Ilustrado
Data: 7 de abril, a partir das 17h30
Local: Auditório do Museu Biológico do Instituto Butantan
Endereço: Av. Vital Brasil, 1500, Butantã, São Paulo-SP
Evento gratuito e aberto ao público

Fonte: USP
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Oportunidades de Pós-Doutorado em Biologia Celular

O Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares, resultado de parceria entre FAPESP, Glaxo-SmithKline e Instituto Butantan, oferece duas oportunidades de Pós-Doutorado em Biologia Celular no Laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto Butantan, em São Paulo, com bolsas da FAPESP.
As bolsas estão vinculadas ao projeto “Rational approach for searching molecular targets involved in inflammatory events and cell survival”, no âmbito do Programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE). Os prazos de inscrições encerram em 14 de abril.
A primeira bolsa está relacionada ao projeto Alvos terapêuticos epigenômicos: Perfil de miRNA em um modelo in vitro de osteoartrite tratado com rLosac (PD-1). O candidato selecionado irá contribuir para a identificação, elucidação e validação de novos alvos/vias envolvidos em doenças relacionadas com processos inflamatórios, tais como osteoartrite, câncer, remodelagem tecidual, artrite reumatoide, doenças metabólicas e neurodegenerativas.
O grupo de pesquisa ao qual o bolsista estará ligado emprega uma abordagem interdisciplinar, combinando o uso de compostos naturais a partir de fontes animais (veneno total, secreções animais, toxinas purificadas, peptídeos derivados de toxina e novas moléculas presentes em bibliotecas de cDNA), metodologias moleculares e celulares, técnicas de microscopia de alto rendimento, abordagens bioinformáticas, formalismos computer-aided molecular design (CAMD), proteômica e análise de expressão gênica, para criar uma abordagem racional na procura de alvos moleculares envolvidos em eventos de inflamação e sobrevivência celular.
Os candidatos devem ter doutorado em Biologia Molecular, Biotecnologia ou áreas afins, habilidade em microscopia de alto rendimento e conhecimento de bioinformática para análise de microarranjos (microarrays), PCR em tempo real, boas práticas de laboratório (BPL), análise de sequenciamento de nova geração e técnicas de imagem. Experiência com microRNA constitui uma vantagem (mas não requisito).
O candidato deve ter pelo menos um artigo científico como primeiro autor em revista internacional indexada e motivação para resolver problemas biológicos complexos no campo da descoberta de alvos.
Os interessados devem enviar seus pedidos, incluindo uma carta de apresentação, descrevendo suas realizações de pesquisa, curriculum vitae e duas cartas de recomendação para o endereço centd@butantan.gov.br com cópia para a pesquisadora principal, Ana Marisa Chudzinski Tavassi, no endereço ana.chudzinski@butantan.gov.br.
A oportunidade está publicada em http://www.fapesp.br/oportunidades/1058/.
A segunda bolsa está vinculada ao projeto que estuda ações de toxinas isoladas de diferentes venenos animais sobre a glicação de matriz extracelular no modelo de osteoartrite in vitro.
O projeto de pesquisa de pós-doutorado visa desenvolver investigação na área de toxinas no estudo de glicação de matriz extracelular, com o objetivo de agregar novos conhecimentos na área de biomateriais e bioprodutos.
É desejável que o candidato tenha experiência na área de Biologia Celular e Molecular, com experiência em técnicas de análise em glicação in vitro, matriz extracelular, cultura de célula bidimensional (2-D) e tridimensional (3-D), ensaios de migração e adesão em 3D, análise de imagens em microscopia confocal, HPLC, espectrometria de massa, Western Blotting e imunocitoquímica. É desejável que o candidato tenha facilidade de trabalhar em equipe e seja fluente em inglês.
Os interessados devem encaminhar seus pedidos, juntamente com carta de apresentação descrevendo experiência na área da pesquisa, curriculum vitae e duas cartas de recomendação para o endereço centd@butantan.gov.br com cópia paraana.chudzinski@butantan.gov.br e sandra.coccuzzo@butantan.gov.br.
O selecionado receberá bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 6.819,30 mensais e Reserva Técnica. A Reserva Técnica da bolsa de PD equivale a 15% do valor anual da bolsa e tem o objetivo de atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista resida em domicílio diferente e precise se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa, poderá ter direito a um Auxílio-Instalação.
Fonte: Agência Fapesp
Imagem: Wikimedia Commons.

Pintura de Zhang Daqian é vendida por valor recorde de US$ 34,9 milhões


Uma pintura do artista chinês Zhang Daqian (1899-1983) foi vendida por quase US$ 34,91 milhões em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa apesar do esfriamento geral do mercado.
"Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por quase US$ 35 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões.
Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu.
"As cores são absolutamente vibrantes e provavelmente [é] uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres.
Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos.
Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong.
O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões.
Zhang Daqian é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan.
A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores.
A venda global de obras de arte diminuiu 7% em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.  
Fonte: Reuters
Foto: Bobby Yip/Reuters/Arquivo

Cientistas criam sensor que detecta alimentos estragados


Um grupo de cientistas japoneses criou dispositivo que pode ser colocado em película aderente, capaz de detectar o estado de conservação da carne ou do peixe, informou hoje (5) o jornal Nikkei.

Trata-se de "material inteligente", com 1 centímetro de comprimento, que reage ao ser colocado sobre os alimentos e cuja utilização poderá evitar casos de intoxicação alimentar, de acordo com o grupo de pesquisadores da Universidade de Yamagata, no Norte do Japão.

O sensor é capaz de detectar a histamina, uma substância gerada quando as bactérias começam a decompor os aminoácidos dos alimentos e que é responsável por sintomas de intoxicação alimentar, mesmo em pequenas quantidades.

O aparelho integra um microcircuito impresso em material semicondutor, em película aderente e, no futuro, poderá ser instalado em embalagens de modo a fornecer informação automática sobre o estado de conservação dos alimentos.

Atualmente, outros sensores com a mesma finalidade estão sendo desenvolvidos, mas maiores, disseram os cientistas japoneses.

A partir dessa experiência, os pesquisadores esperam desenvolver um dispositivo para comercialização no prazo de três anos, acrescentou o diário.

A equipe da Universidade de Yamagata, dirigida pelo cientista Shizuo Tokito, desenvolve ainda um sistema para ligar essa tecnologia a celulares, de modo que os consumidores possam receber informação a distância sobre o estado dos alimentos.

Fonte: Agência Brasil
Imagem: Freepik

04/04/2016

UFU estuda ação de proteína em tratamento de infecção pulmonar


Uma pesquisa orientada pelo professor Robinson Sabino Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM) e credenciado nos programas de pós-graduação em Ciências da Saúde e em Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), pode dar uma nova esperança para quem tem diabetes e sofre com infecções respiratórias.
O trabalho, que envolve pesquisadores da UFU, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), aponta uma relação entre a proteína SGLT1 e a diminuição de glicose e líquido pulmonar. Os pesquisadores integram o Grupo de Pesquisa em Fisiologia Integrativa e Nanobiotecnologia Salivar, do ICBIM/UFU.
Segundo Silva, já eram conhecidos outros benefícios da proteína SGLT1 nas glândulas salivares e no intestino, mas ainda não havia estudos concretos da atuação nos pulmões. “Estudo essa proteína há dez anos e, agora, os resultados indicam que a SGLT1 promove a diminuição da concentração de glicose e do volume de líquido pulmonar, reduzindo o risco de infecções respiratórias”, explicou.

De acordo com Silva a pesquisa foi realizada com animais e, o próximo passo, é captar recursos para realizar testes em humanos.O grupo fez experimentos em ratos diabéticos, injetando dois tipos de fármacos: um que estimulava o efeito da proteína SGLT1 e outro que bloqueava o efeito dela.
A pesquisa concluiu que a atividade da proteína SGLT1 em células alveolares do pulmão de ratos diabéticos modula a concentração de glicose e a proliferação bacteriana no líquido de superfície das vias. “A partir desse trabalho podemos criar novos medicamentos e minimizar esse problema que gera tantos custos e filas em hospitais. Observamos a alta incidência de pneumonia em diabéticos e quisemos reverter esse quadro. O trabalho abre perspectivas para o desenvolvimento de novos fármacos”, afirmou.
Para o orientador do estudo, a descoberta reflete um sonho realizado, mesmo não tendo previsão para testes. “Com a estrutura que já temos conseguimos ter um gasto de R$ 30 mil a R$ 40 mil com a pesquisa – incluindo reagentes e materiais. Sabemos da importância desse estudo visto que de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF) existem 500 milhões de pessoas diabéticas no mundo. No Brasil a expectativa é que 10% da população tenha a doença”, acrescentou.

Fonte: G1
Foto: Divulgação