Uma pintura do artista chinês Zhang Daqian (1899-1983) foi vendida por quase US$ 34,91 milhões em Hong Kong nesta terça-feira (5), o valor mais alto já obtido por qualquer uma de suas obras, enfatizando a grande procura por arte chinesa apesar do esfriamento geral do mercado.
"Peach Blossom Spring", pintura de dois metros de altura em forma de papiro, obteve mais que o triplo de seu preço estimado em um leilão de primavera da casa Sotheby's, sendo arrematada por quase US$ 35 milhões, incluindo a taxa paga pelo comprador à casa de leilões.
Kevin Ching, executivo-chefe da Sotheby's da Ásia, disse que o trabalho de 1982 é monumental e merece a avaliação que recebeu.
"As cores são absolutamente vibrantes e provavelmente [é] uma das duas ou três obras mais importantes disponíveis hoje em mão de particulares", disse Ching a repórteres.
Os interessados se envolveram em uma verdadeira batalha no salão lotado antes do martelo ser batido após 50 minutos tensos, o que fez deste um dos leilões mais demorados da Sotheby's nos últimos anos.
Trata-se também da pintura chinesa mais cara já vendida na Sotheby's de Hong Kong.
O lance vencedor foi dado pelo Museu Long de Xangai, fundado pelo magnata chinês Liu Yiqian e sua esposa, Wang Wei, e que nos últimos anos adquiriram algumas das obras de arte chinesas e ocidentais mais caras do mundo, como o "Nu deitado" de Modigliani, de 1917, por US$ 170,4 milhões.
Zhang Daqian é considerado por muitos como um dos grandes nomes da pintura chinesa, e teve uma carreira prolífica que incluiu passagens por Argentina, Brasil, Califórnia e Taiwan.
A venda da paisagem impressionista de pessegueiros e gigantescas montanhas de turquesa com uma inscrição poética ocorreu em um momento de baixa na venda de obras de arte devido ao crescimento lento da China, a segunda maior economia do mundo, e da maior seletividade dos compradores.
A venda global de obras de arte diminuiu 7% em 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior e ficou em US$ 63,8 bilhões, e as vendas de arte na China caíram 23 por cento no mesmo período, de acordo com o Relatório do Mercado de Arte da Tefaf, uma das maiores feiras de arte do mundo.
Fonte: Reuters
Foto: Bobby Yip/Reuters/Arquivo