20/04/2016

Aspirina tira dores, previne crises cardíacas e o câncer do cólon


Os egípcios conheciam o seu efeito analgésico há milhares de anos e Hipócrates usava o composto em chá, para aliviar as dores às parturientes. Nos anos 50 do século XX, foi o analgésico mais vendido do mundo e hoje continua a ser o alvo de inúmeros ensaios clínicos, mas a aspirina ainda tem espaço para novidades. A última é esta: em dose baixa, em adultos a partir dos 50 anos e com algum risco, acaba de ser recomendada como proteção contra doenças cardiovasculares e o câncer colorretal.

A recomendação chega do USPSTF (US Preventive Services Task Force), grupo norte-americano de peritos independentes e dos mais prestigiados do mundo na área da medicina preventiva e cuidados de saúde primária.

Publicação internacional

A recomendação do USPSTF surge na sequência de três revisões sistemáticas de estudos médico-científicos sobre os efeitos preventivos da aspirina na saúde, cujos resultados demonstraram a eficácia da sua toma diária em baixas doses, para ambos os sexos, como forma de prevenir ataques cardíacos e tumores malignos do cólon e reto, em adultos entre os 50 e os 59 anos que tenham pelo menos 10% de risco de doenças cardiovasculares, mesmo sem nenhum enfarte do miocárdio prévio.

A revisão dos estudos, a modelização da administração do medicamento consoante os riscos em causa e a faixa etária dos pacientes, e a recomendação final do USPSTF foram publicados esta semana, a 12 de abril, na revista científica Annals of Internal Medicine.

No mesmo artigo, os peritos confirmam também a existência de riscos de sangramento gastrointestinal causados pela aspirina, pelo que o doente deve ser sempre avaliado. Nesse sentido, para a faixa etária entre os 60 e os 69 anos de idade, e com pelo menos 10% de risco de doença cardíaca, o início deste tipo de tratamento preventivo deverá ser uma decisão conjunta do médico e do paciente, escrevem os peritos do USPSTF.

Já no que diz respeito aos adultos de idade inferior a 50 anos, ou superior a 70, os especialistas não encontraram evidência suficiente na relação custo-benefício para o doente, para se iniciar, nessas idades, a toma diária preventiva da aspirina em dose baixa contra aquelas mesmas doenças, como se lê na recomendação.

Fonte: Diário de Notícias
Imagem: Freepik