Pesquisadores
do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG)
descobriram duas novas espécies raras de plantas em Serranópolis, Mineiros,
Jataí, e Chapadão do Céu, região sudoeste do estado. De acordo uma das
coordenadoras do projeto, a bióloga Luzia Francisca de Souza, uma delas é da
família do ipê e da catuaba e a outra é parente da carqueja.
Segundo a
pesquisadora, ambas as espécies podem ter propriedades medicinais e até mesmo
afrodisíacas. “As plantas da família dos ipês apresentam usos medicinais em
determinadas comunidades. O ipê rosa tem compostos químicos que são usados para
combater alguns tipos de câncer. A catuaba é reconhecidamente afrodisíaca.
A outra planta é prima da carqueja, usada pra muita coisa. Velas vão ser estudadas
para analisar qual o fim”, afirmou ao G1.
A primeira
amostra da prima do ipê, nomeada Neojobertia alboaurantiaca, foi colhida
em 2015, em Serranópolis, mas só recentemente foi identificada como uma espécie
inédita. Trata-se de um tipo de trepadeira que gosta de locais secos e
ensolarados.
Já a parente da
carqueja, chamada pela ciência de Bacharis sp. novae, é uma erva que gosta de
áreas úmidas, porém ensolaradas.
A descoberta
foi feita durante um trabalho que tem por objetivo identificar as espécies de
vegetação presentes nas regiões sudoeste e oeste do estado. A bióloga afirma
que, ao recolher a amostra das duas plantas, não foi possível identificar a
espécie. A partir daí começaram a desenvolver a pesquisa e análise das plantas.
De acordo com
Luzia Francisca, o processo de identificação da espécie foi longo porque reuniu
outras amostras de plantas recolhidas, por exemplo, no Jalapão.
“A gente
recolheu a amostra de várias espécies, as que ficaram sem identificação nós
encaminhamos para especialistas analisarem. Eles cruzaram todas as
características genéticas do material e concluiu que tratava-se de tipos
inéditos, com diferenças morfológicas em relação a outras plantas da família”,
afirmou.
Além da
identificação das duas espécies novas, o trabalho também identificou quatro
plantas que nunca haviam sido encontradas em Goiás, chamadas pela ciência de Thismia panamensis, Bacopa scabra, Ocotea notata e
Cereus bicolor. A primeira delas, segundo a pesquisadora, nunca
havia sido vista no Brasil.
Ameaça
A pesquisadora alerta que as plantas, apesar de recém-descobertas, já podem ser consideradas ameaçadas de extinção. Para resguardar a existência delas, exemplares da vegetação foram depositados no Herbário Jataiense.
Ameaça
A pesquisadora alerta que as plantas, apesar de recém-descobertas, já podem ser consideradas ameaçadas de extinção. Para resguardar a existência delas, exemplares da vegetação foram depositados no Herbário Jataiense.
“De acordo com os critérios da UICN [União Internacional
para a Conservação da Natureza], a Neojobertia já está na lista de espécies
ameaçadas. A Bacharis ainda vai ser submetida à avaliação sobre os mesmos
critérios e provavelmente estará também. Para se ter uma ideia eu consegui
encontrar e colher apenas um exemplar durante todos estes anos de
estudo”, revelou a pesquisadora.
Fonte: G1