08/02/2016

Pau-rainha, árvore nativa de Roraima, pode fixar nitrogênio no solo

    Além de economizar na adubação, pesquisa da Embrapa indicou que a planta consegue evitar também a erosão do terreno

Nas matas do estado de Roraima, onde o bioma é a Savana, existe uma árvore que só é conhecida por lá. Não se tem registro do aparecimento dela em outras regiões brasileiras. É o Pau-rainha, uma madeira de cor laranja, muito bonita e cobiçada pelos predadores do Brasil. Essa árvore poderá, em breve, servir para reflorestamento de áreas degradadas daquele estado. O trabalho inclui o desenvolvimento de protocolo para produção de mudas, etapa importante, já que a planta poderá ser incluída em programas de recuperação de áreas desmatadas da região Norte, atendendo o novo Código Florestal Brasileiro.
A Embrapa está fazendo um belo trabalho de pesquisa com o Pau-rainha, que poderá ajudar nossos pequenos produtores daquele estado. É sobre essa árvore que o programa Nossa Terra conversou com a pesquisadora da Embrapa Roraima Krisle da Silva. Segundo a pesquisadora, existe um uso indiscriminado da madeira e, por isso, ela corre o risco de ser extinta futuramente. Um dos usos mais frequentes do Pau-rainha é para a construção de cercas em áreas agrícolas, moradias indígenas, para fazer queimas e até para a fabricação de corantes.
Além disso, a árvore é utilizada para reflorestar áreas degradadas, conforme exigência do Código Florestal Brasileiro. “De acordo com o código, a gente tem que recompor uma área com pelo menos 50% de espécies que são nativas da região”, destacou.

Krisle da Silva explicou o Pau-rainha é uma leguminosa arbórea que se beneficia do processo de FBN através da simbiose com bactérias conhecidas como rizóbios, relação que está sendo estudada por pesquisadores da Embrapa desde 2010.

“Essas leguminosas têm mais nitrogênio em sua composição, nas suas folhas. Quando essas folhas caem acabam melhorando a fertilidade daquele solo, porque há uma introdução de nitrogênio na terra, que acaba sendo essencial para o crescimento de diversas outras plantas”.
A pesquisadora ressaltou que conhecer a diversidade de bactérias associadas ao Pau-rainha facilitará a produção de mudas e a utilização dessa leguminosa em manejos sustentáveis e programas de recuperação de áreas nativas desmatadas, sem a introdução de espécies exóticas na região.

Fonte: EBC Radio – Produtora: Katia Lins
Imagem: EMBRAPA - divulgação