04/02/2016

Pesquisa desenvolve protetor solar capaz de durar dias na pele



Na prevenção ao câncer e a outras doenças de pele, o protetor solar é um grande aliado diário. E os avanços para tornar esse produto cada vez mais eficaz não param. Cientistas dos Estados Unidos estão investindo, agora, em um protetor ainda mais resistente à água e que permanece na superfície da pele por um dia ou mais.

Com a ajuda da nanotecnologia, os pesquisadores da Universidade Yale desenvolveram a novidade, que é capaz de bloquear os raios ultravioleta sem penetrar na pele. Os membros da equipe encapsularam um protetor solar comum, o padimato O, dentro de uma nanopartícula, estrutura minúscula normalmente usada para transportar medicamentos para dentro do organismo.

Como as nanopartículas bioadesivas contendo o protetor solar são maiores do que os poros da pele, o produto não é absorvido.

Para testar se o produto realmente era incapaz de penetrar, ele foi aplicado na pele de porcos. Além de constatar que as nanopartículas realmente não penetraram nos animais, os cientistas concluíram que o produto é resistente à água e permanece na superfície da pele por um dia ou mais.

Outros testes, feitos em camundongos, atestaram que a capacidade de bloquear os raios ultravioleta das nanopartículas com protetor era similar à capacidade do protetor aplicado diretamente na pele, fora das nanopartículas.

Em estudo. De acordo com o site da universidade, uma das grandes vantagens de o novo protetor não penetrar na pele é ele ficar fora da corrente sanguínea, evitando possíveis riscos para a saúde.

Professor de dermatologia de Yale, Michael Girardi, um dos autores do estudo, observa que há pouca pesquisa sobre os efeitos do uso de protetor solar na geração de moléculas conhecidas como “espécies reativas de oxigênio”, que são capazes de provocar danos nas células. “Protetores químicos evitam os efeitos diretos dos raios ultravioleta no DNA, mas podem não proteger contra os efeitos indiretos”, afirma.

Entretanto, a pesquisadora Jessica Tucker, do Instituto Nacional de Imagem Biomédica e Bioengenharia dos Estados Unidos, ressalta que o potencial risco para a saúde da entrada do protetor solar na corrente sanguínea é pouco conhecido.

Substância. Na hora de escolher o protetor solar nas prateleiras, o consumidor deve estar atento à composição do produto. Em um teste realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste, no Brasil há produtos que contêm benzofenona-3 (benzophenone-3 ou oxibenzona), um filtro químico, com potencial alergênico considerável. A Proteste afirma que há estudos verificando se pode causar outros danos à saúde.

Curiosidades sobre o protetor comum
O Fator de Proteção Solar (FPS) representa a eficácia do produto. Ou sejam com o FPS 30, você vai demorar 30 vezes mais para se queimar do que se não tiver aplicado o produto.

Os raios de luz solar são importantes fontes de vitamina D. Como o uso do protetor impede a absorção, uma opção é ficar poucos minutos exposto ao sol e, em seguida, passar a proteção.

A aplicação do protetor solar pode variar, dependendo de onde a pessoa estiver. Se for em um local muito ensolarado, por exemplo, deve-se aplicar um FPS maior. Além disso, o uso da proteção deve ser diário, mesmo para quem passa o dia no escritório.

É fundamental reaplicar o protetor solar após atividade física ou natação, mesmo que o produto seja à prova d'água.

O uso de chapéus e roupas também é fundamental para os cuidados com a pele.

Fonte: O Tempo
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