O governo holandês anunciou que quer permitir o desenvolvimento de embriões humanos "sob condições restritas e limitadas" para uma pesquisa científica, dando esperança às famílias que se esforçam para ter filhos.
A ministra de Saúde holandesa, Edith Schippers, "quer permitir a criação de embriões para pesquisas científicas - sob condições muito restritas para dar às pessoas a possibilidade de terem filhos (saudáveis)", informou a alta funcionária em um comunicado.
"A pesquisa tem que lidar com a infertilidade, técnicas de reprodução artificiais e doenças hereditárias ou congênitas", acrescentou o comunicado.
Isso inclui, especificamente, pessoas que se tornaram inférteis após o tratamento de câncer quando ainda eram jovens.
A Holanda irá mudar suas leis a respeito de pequisas embrionárias, que até o momento apenas permitem testes feitos com embriões remanescentes de processos de fertilização in vitro.
A chamada "regra dos 14 dias" - que diz que embriões humanos não podem ser mantidos em laboratório por mais de duas semanas - também será estritamente seguida, diz o comunicado.
"Até agora, a proibição do cultivo de embriões tem impedido pesquisas que poderiam ajudar no tratamento de doenças de curto a médio/longo prazo", acrescentou.
Isso inclui diversas enfermidades hereditárias, como doenças mitocondriais, que afetam as células do corpo.
Este ano, a Grã-Bretanha concedeu a primeira licença para pesquisas com embriões humanos geneticamente modificados para um projeto que irá ajudar mulheres que lutam para engravidar.
A decisão fez do país o primeiro no mundo a dar este tipo de autorização a uma das novas fronteiras da ciência e se seguiu a meses de deliberações do regulador sobre embriologia no país.
No início do mês, cientistas baseados nos Estados Unidos reportaram ter desenvolvido embriões humanos em laboratório por quase duas semanas, desafiando, pela primeira vez, a regra de 14 dias, simplesmente porque nenhum conseguiu manter os embriões vivos por tanto tempo.
Em seguida, os cientistas destruíram os embriões a fim de evitar ultrapassar o limite de duas semanas.
Fonte: AFP
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