A Universidade de São Paulo (USP) manteve a primeira posição no ranking de universidades da América Latina feito pela empresa britânica Quacquarelli Symonds (QS), um dos levantamentos mais prestigiados do mundo.
Entre as dez melhores da região, quatro são brasileiras. Completam a lista a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2º lugar, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 5º, e a Universidade de Brasília (UnB), em 9º.
A USP também foi a primeira no ranking no ano passado, quando superou a PUC do Chile. Este ano, a universidade chilena está na 3ª colocação.
A QS também publica um ranking global, que usa critérios diferentes para avaliação. No último divulgado, no ano passado, a USP ficou em 143º lugar - perdeu 11 posições em relação ao ano anterior devido a uma mudança de metodologia.
"Mas a USP também enfrenta desafios ao competir em um contexto global. Este último é mais duro, com atores de peso global que estão ficando cada vez mais sofisticados. Na Ásia, em particular, estamos vendo grandes investimentos em pesquisa, o que faz diferença", diz Simona Bizzozero, porta-voz da QS.
Como em anos anteriores, o Brasil continua dominando o ranking latinoamericano. Entre as 300 universidades que entraram no ranking, 76 são brasileiras - há mais brasileiras na lista do que qualquer outro país.
No ano passado, porém, o Brasil tinha uma a mais no "top ten": a Unesp caiu da 8ª para a 12ª opção este ano.
Segundo comunicado divulgado pela QS, o Brasil tem bons resultados porque "tem investido em pesquisa, principalmente por meio do (programa) Ciência Sem Fronteiras, e tem a maior produtividade em pesquisa na região em termos de artigos publicados."
"Mas suas universidades ainda têm impacto de pesquisa relativamente baixo, medido por citações por artigos publicados".
Isso significa que os artigos produzidos por acadêmicos no Brasil são pouco citados em outros papers.
Um dos motivos, diz Bizzozero, é que muitos artigos brasileiros ainda são publicados em português. Se houvesse mais publicação em inglês, diz, aumentariam as citações.
Além disso, afirma, uma alta produção acadêmica "nem sempre se traduz em pesquisa de qualidade".
Ela acrescenta ainda que colaborações internacionais são "chave". Segundo ela, no Brasil há algumas instituições top que fazem colaborações internacionais bem-sucedidas, mas há uma grande distância entre elas e outras universidades regionais no país.
"Mas é preciso reconhecer que universidades têm missões diferentes", diz. "Nem todas podem almejar uma posição de excelência global. Para muitas, a missão principal é servir a comunidade local e, por isso, as prioridades são diferentes."
A USP, por exemplo, tem mais alunos do que as universidades que costumam ocupar as primeiras posições no ranking global. Com menos alunos, os acadêmicos destas instituições acabam se dedicando mais à pesquisa.
Neste ano, o ranking latinoamericano passou a valorizar mais a área de pesquisa e de trocas com outras universidades.
Os outros critérios usados são: reputação acadêmica, reputação entre empregadores, taxa de professores/alunos, publicação de artigos, citação em outros artigos, proporção de professores com doutorado e impacto na internet.
Outros países
Os outros países com universidades entre as 10 melhores da América Latina são Chile, Colômbia e México.
Já no ranking mundial, divulgado no ano passado, as primeiras são Massachussets Institute of Technology (EUA), Universidade de Harvard (EUA), Universidade de Cambridge (Reino Unido), Universidade de Stanford (EUA) e Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA).
Fonte: BBC