Quatro vegetais e cereais cultivados por um pesquisador holandês em uma terra similar à de Marte são aptos para o consumo humano, anunciou nesta quinta-feira (23) a Universidade de Wageningen.
Os futuros colonizadores de Marte poderiam se alimentar de rabanetes, ervilhas, cevada e tomates cultivados na superfície do Planeta Vermelho.
Segundo os resultados da pesquisa realizada em solos que imitam o marciano, estes alimentos cultivados não contém metais pesados, que podem ser mortais para o ser humano, indicou em um comunicado a Fundação Mars One, que promove um projeto de colonização do planeta e é sócia da equipe do pesquisador.
"Estes resultados notáveis são muito promissores. Podemos realmente comer rabanetes, ervilhas, cevada e tomates, e estou ansioso para descobrir o sabor que têm", declarou o ecologista Wieger Wamelink em comunicado.
Durante as experiências lançadas em 2013, o pesquisador conseguiu cultivar dez plantas em solos desenvolvidos pela Nasa, similares ao árido e pedregoso de Marte e ao empoeirado da lua.
A agência espacial americana fabrica imitações dos solos lunar e marciano a partir de terras coletadas em um deserto do Arizona, no sudoeste dos Estados Unidos, e de um vulcão no Havaí.
Os especialistas ainda não sabiam se os cultivos eram aptos para o consumo.
O solo do Planeta Vermelho, assim como ocorre às vezes na Terra, contém metais pesados que podem ser ao mesmo tempo inofensivos para o crescimento de plantas e nocivos para a saúde humana.
Quatro das dez espécies cultivadas nos viveiros da universidade, em um terceiro experimento, não contém níveis perigosos de alumínio, zinco, arsênico ou ferro, e podem ser "consumidas sem riscos".
A Nasa planeja enviar uma missão tripulada para Marte dentro de 10 ou 15 anos, e projetos similares também estão sendo desenvolvidos pela fundação holandesa Mars One, que pretende estabelecer uma colônia humana no Planeta Vermelho, e pelo milionário Elon Musk, fundador da sociedade aeroespacial californiana SpaceX.
Fonte: AFP
Foto: Joep Frissel / University of Wageningen / AFP