17/06/2016

'Júpiteres quentes' são mais comuns do que se achava, revela pesquisa


Uma equipe de astrônomos do Instituto Max Planck de Garching, na Alemanha, do observatório de La Silla no Chile descobriu que, pelo menos em um aglomerado estelar denominado Messier 67, há mais planetas conhecidos como "Júpiteres quentes" que o que pensava até agora.

Os "Júpiteres quentes" são planetas que têm pelo menos um terço da superfície de Júpiter. E, além disso, têm uma órbita próxima a sua estrela e, portanto, suas temperaturas são muito elevadas. Os períodos orbitais dos "Júpiteres quentes" - seus dias - são inferiores a dez dias terrestres enquanto seu ano equivale a 12 anos nossos.

A descoberta foi o resultado do trabalho de vários anos de uma equipe de cientistas procedentes de Brasil, Chile e Europa, comandado por Roberto Saglia, do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre, em Garching, e Luca Pasquini da ESO. Essa equipe compilou medições de alta precisão de 88 estrelas situadas em Messier 67, um aglomerado estelar que tem aproximadamente a mesma idade de nosso Sol.

O estudo descobriu que os "Júpiteres quentes" são mais comuns ao redor das estrelas em Messier 67 que no caso de estrelas isoladas, fora de aglomerados. 
"Este resultado é realmente surpreendente", disse Anna Brucalassi, que realizou a análise. "Os novos resultados significam que existem "Júpiteres quentes" orbitando ao redor de 5% das estrelas estudadas no aglomerado Messier 67 - muito mais do que em estudos comparáveis de estrelas que não estão no aglomerado, onde a taxa é mais próxima de 1%", acrescentou.

Os astrônomos acreditam que é muito improvável que estes gigantes exóticos tenham se formado, na realidade, onde os encontramos atualmente, já que as condições próximas à estrela anfitriã não teriam sido propícias para a formação de planetas similares a Júpiter. Por isso acredita-se que se formaram mais longe, como provavelmente aconteceu com Júpiter, para depois se mudarem e se aproximarem da estrela anfitriã.

Os que antes foram planetas gigantes, frios e distantes, agora são muito mais quentes, deixando a pergunta sobre as causas dessa migração em direção à estrela.

Fonte: EFE