31/01/2016

Refrigerantes diet realmente são a opção mais saudável?



É raro conseguir consumir algo que seja doce e ao mesmo tempo saudável. Sendo assim, é possível que bebidas de baixa caloria, os populares refrigerantes diet, sejam uma opção benéfica à saúde?
Nenhum especialista afirma que o consumo de refrigerante faz bem para a saúde, já que uma garrafa de 500 ml pode conter cerca de 200 calorias. Mas uma versão diet da mesma bebida pode ter apenas uma caloria.

Seguindo uma lógica simples, portanto, trocar a bebida com açúcar pela versão dietética diminuiria o consumo de calorias.

No entanto, os 'refrigerantes diet' têm uma reputação polêmica.

Cresce entre os consumidores a preocupação sobre os efeitos de adoçantes presentes nessas bebidas para o corpo humano.

Já um grupo de cientista argumenta que são justamente eles que podem levar ao ganho de peso, além de aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

"Muitos acreditam que (os refrigerantes diet) sejam uma opção saudável pois não são bebidas com açúcar, mas o que é muito importante que as pessoas entendam é que não temos qualquer evidência científica disso", afirma Susan Swithers, professora da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.

Pesquisas
Uma pesquisa entre adultos americanos, publicada na revista científica American Journal of Public Health, revelou que 11% dos que estavam com o peso ideal bebiam refrigerante de baixa caloria, 19% dos que estavam acima do peso consumiam bebidas dietéticas e, entre os obesos, a parcela era de 22%.

Já um estudo na revista científica Obesity, que acompanhou 3,7 mil pessoas durante oito anos, mostrou que quem consumia bebidas de baixa caloria com adoçantes engordou mais durante o período.

Mas há um problema com os estudos já feitos sobre o tema: as relações de causa e efeito são praticamente impossíveis de serem determinadas.

Além disso, cada vez mais cientistas se perguntam se as bebidas estão causando ganho de peso ou se as pessoas obesas estão apelando para refrigerantes dietéticos para tentar controlar o peso.

As experiências de Swithers, da Universidade de Purdue, em ratos sugerem que as bebidas dietéticas alteram a forma com que o corpo lida com o açúcar normal ─ o que pode acabar levando ao ganho de peso.

Isso porque, quando chega à língua, o açúcar emite um alerta ao corpo de que a comida está a caminho.

Com os adoçantes de zero caloria a mesma mensagem é enviada, mas nenhum alimento chega.
"Acreditamos que refrigerantes diet podem fazer mal à saúde porque mudam a forma como o corpo lida com o açúcar que ingere", disse Swithers.

A professora também cita outro problema: compensação. Segundo a especialista, quando sabemos que estamos retirando calorias de uma parte da dieta, tendemos a compensar essa carência comendo mais.

"É aquela velha lógica: tomei um refrigerante diet, por isso posso comer um biscoito", disse.
Polêmica
O aspartame é um dos adoçantes de baixa caloria mais conhecidos, mas também o mais polêmico.

Também conhecido como E951, é 200 vezes mais doce do que o açúcar e já foi ligado a uma série de efeitos colaterais desde que foi introduzido em alimentos na década de 1980.

Entre os supostos danos à saúde, estão alergias, nascimentos prematuros e câncer.

A Pepsi afirma que a falta de confiança dos consumidores neste adoçante é o principal motivo de as pessoas estarem desistindo do refrigerante diet nos EUA.

No entanto, o aspartame é descrito com frequência como um dos ingredientes mais testados do mundo.

Uma análise da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, feita em 2013, concluiu que "não há problemas de segurança" em relação ao adoçante, incluindo para gestantes e crianças.

Bactéria
Cientistas do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, mostrou que adoçantes de baixa caloria alteraram o equilíbrio das bactérias nos intestinos de ratos.

O corpo humano tem dez vezes mais bactérias, vírus e fungos do que células e este "microbioma" tem um impacto enorme na saúde.

O estudo, publicado na revista especializada Nature, mostrou que os adoçantes de baixa caloria alteraram o metabolismo de animais e levaram a um aumento do nível de açúcar no sangue, um dos primeiros sinais do desenvolvimento da diabetes tipo 2.

Sete voluntários humanos passaram sete dias ingerindo níveis altos de adoçantes de baixa caloria. Os resultados obtidos com metade deles foi o mesmo do que o obtido com os animais.

Peter Rogers, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, diz não estar convencido com as conclusões.

Segundo ele, a maioria das pesquisas com animais usou níveis de adoçantes que "tinham pouca relação" com a maneira como são usados na vida real.

E que também era "plausível" que os adoçantes "possam na verdade diminuir o desejo da pessoa por uma sobremesa doce".

Emagrecimento
Rogers fez parte de uma análise sobre adoçantes que incluiu pesquisadores financiados pela indústria alimentícia.

Os resultados, publicados na revista especializada International Journal of Obesity, mostrou que as pessoas emagreceram quando substituíram bebidas açucaradas por refrigerantes de baixa caloria.

O estudo mostrou que elas perderam cerca de 1,2 kg em média durante um período que variou entre quatro e 40 meses, e, em sua maior parte, o efeito foi parecido com o alcançado por pessoas que trocaram os refrigerantes comuns pela água.

"Descobrimos de forma clara que consumir adoçantes de baixa caloria no lugar do açúcar reduziu a ingestão calórica e o peso corporal", acrescentou.

Segundo os pesquisadores, quem consumiu adoçantes acabou comendo mais do que quem continuou tomando bebidas açucaradas mas, no geral, consumiu menos calorias.

"Eles (os adoçantes) não vão fazer todo o trabalho para você, mas é uma forma de ter o prazer de (consumir) algo doce sem o problema das calorias em nossa sociedade obesa", disse.

Água
Especialistas afirmam que, em um mundo ideal, a melhor alternativa seria beber água.
Um estudo publicado na revista especializada Obesity sugere, inclusive, que beber água meia hora antes das refeições ajuda na perda de peso.

Mas até uma crítica ferrenha dos adoçantes de baixa caloria como Swithers argumenta que pode eles podem ser um elemento de "transição" para quem precisa fazer dieta.

"Um refrigerante diet pode ser útil em sua dieta como (uma bebida de) transição se você está tomando refrigerante comum todo dia e acha difícil parar", disse.


Inscrições abertas para Olimpíada Brasileira de Astronomia


Estão abertas até 13 de março as inscrições para a 19ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). No ano passado, a OBA envolveu 837 mil alunos e 64 mil professores de dez mil escolas públicas e particulares. Os números mostram que a OBA ajuda a aproximar os estudantes das ciências espaciais, despertando o interesse dos jovens pela astronomia.

"A OBA é a terceira maior olimpíada do País, é a que tem o maior número de participantes no edital do CNPq e a primeira em número de distribuição de medalhas. Distribuímos 45 mil medalhas ano passado", afirma o astrônomo João Batista Canalle, coordenador nacional da OBA. "O impacto dessas medalhas na vida de um aluno ninguém mede, mas é, certamente, positivo. O estudante se sente orgulhoso junto do professor, da escola, da família. É um ciclo virtuoso em que o aluno influencia os colegas."

Professor do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Canalle lembra que o número de estudantes que participaram da OBA em 2015 subiu para 837 mil contra 800 mil dos cinco anos anteriores. São Paulo é o estado com mais escolas inscritas na OBA e maior número de medalhas. Ceará vem em segundo lugar.

"A OBA é uma forma de interagir a distância com os professores desse Brasil imenso. Capacitar, orientar e estimular alunos e professores e escolas de todo o território nacional e premiar em grande escala. A nossa expectativa é continuar crescendo nessa jornada em prol da melhoria da educação brasileira", afirma.

A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica será realizada no dia 13 de maio. A prova é dividida em quatro níveis. Os três primeiros são para alunos do ensino fundamental e o quarto, para os do ensino médio. O exame é composto por dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível.

Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica
Os melhores classificados na OBA representam o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2017. E os participantes dessa edição ainda vão concorrer a vagas nas Jornadas Espaciais, que acontecem em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

"Ao se inscrever a escola também participa simultaneamente da Mostra Brasileira de Foguetes. É uma atividade inteiramente prática para o aluno construir foguetes que voem o mais alto possível. Ano passado a atividade atingiu 87 mil alunos", lembra Canalle.

A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB). São promovidos, desde 2009, os Encontros Regionais de Ensino de Astronomia (EREAs), entre 10 e 12 por ano. O programa é realizado com parcerias locais e principalmente com recursos obtidos junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Escolas públicas ou particulares que ainda não participam já podem se cadastrar pelo site da OBA (www.oba.org.br).

Fonte: MCTI
Imagem: Designed by Freepik

Comissão de Ciência e Tecnologia quer tornar permanente o Programa Ciência sem Fronteiras


O Programa Ciência sem Fronteiras, estabelecido pelo Decreto 7642/2011, deverá ser regulamentado em lei. A iniciativa é da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que apresentou no final do ano passado o Projeto de Lei do Senado (PLS) 798/2015. O projeto é resultado da avaliação de políticas públicas desenvolvida pela CCT em 2015.

A comissão apresentou recomendações aos gestores do programa. A primeira delas é a continuidade do Ciência sem Fronteiras, apesar das dificuldades fiscais. Além disso, pediu a garantia de recursos mínimos para honrar os encargos já assumidos e conceder novas bolsas, “de forma a valorizar projetos estratégicos para o desenvolvimento do país”. A comissão também quis assegurar que o programa passe a ser uma política de Estado e não apenas de governo. Por isso sugeriu o projeto, com redação similar à do decreto.

Outra indicação da comissão foi no sentido de que o governo intensifique a busca por parcerias no setor privado para diversificar as fontes de financiamento do programa. Propôs também que, em relação às bolsas no exterior, sejam priorizadas as bolsas para pós-graduação, nas modalidades doutorado pleno, doutorado sanduíche, pós-doutorado e mestrado.

O Ciência sem Fronteiras foi criado em 2011 pelo governo federal para incentivar a formação acadêmica no exterior. Os alunos brasileiros recebem ajuda financeira para estudar em universidades de outros países. Até o final de 2014, foram concedidas 101.446 bolsas de estudo. Destas, 78% foram para graduação sanduíche (parte no Brasil e parte no exterior). O total gasto com o programa, de 2012 a novembro de 2015, foi de cerca de R$ 10,5 bilhões.

Fonte: Senado Notícias

Estudantes de Ensino Médio participam de programa de Iniciação Científica


Vivenciar o mundo da pesquisa acadêmica e aprender com profissionais de diferentes áreas são oportunidades oferecidas a quem participa do Programa de Iniciação Científica Junior (IC Junior)da PUCRS. Por meio do projeto, estudantes do 2º ano do Ensino Médio de colégios da Capital participam da rotina de grupos e laboratórios de pesquisa da PUCRS. O IC Júnior ocorre desde 2013 e por ele já passaram 64 alunos.

O primeiro passo trilhado pelos estudantes é a participação no Programa de Pré-Graduação da PUCRS (Pré-Grad), que proporciona a imersão na vida universitária. Após, os jovens passam por uma seleção para participar do IC Júnior. De acordo com a professora da Faculdade de Psicologia, integrante da equipe de Programas Especiais da Universidade (CPE) Rita Petrarca, ao serem selecionados, os estudantes dão um passo enorme na carreira profissional, que ainda está por começar. “A sensação é de que passamos a fazer a diferença tanto na vida pessoal quanto na formação acadêmica deles”, afirma.

A principal proposta do IC Júnior é a integração entre os conhecimentos e a descoberta de que se pode escolher não somente uma profissão, mas uma área de conhecimento. Rita lembra que o desempenho dos alunos se torna visível, pois saem com um perfil de estudante universitário. “Aqui eles aprendem a fazer uma revisão bibliográfica, a procurar artigos em base de dados, a vivenciar as etapas de uma pesquisa entre outros conhecimentos próprios de um pesquisador. Além disso, convivem semanalmente com professores, mestrandos, doutorandos e até pesquisadores de outros países”, comenta.

Na última edição, dos 47 alunos participantes do Pré-Grad, 29 puderam atuar em grupos de pesquisa. Segundo a professora, as áreas mais procuradas são as da saúde, em primeiro lugar; das humanas, como Filosofia e Comunicação Social e Psicologia; além das Engenharias. Um dos destaques no ano de 2015 foi o Centro de Microgravidade - PUCRS (MicroG). Aléxia Engel, 16 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, descobriu lá o gosto pela pesquisa e a vontade de seguir estudando e trabalhando na área das Biológicas. “A minha escolha profissional se encaixa muito bem na área de pesquisa do Laboratório. Aqui tive experiências maravilhosas e adquiri conhecimentos inimagináveis”, comenta a estudante.

Aléxia conta que todas suas expectativas foram superadas. Durante a passagem pela Universidade pôde conhecer e atuar em conjunto com um professor da University of South Florida, o indiano Yashwant Pathak. Segundo ela, foi gratificante e bastante incentivador. “Com Pathak pude colocar meu inglês em prática e conhecer de perto o trabalho de alguém que já atua no ramo da pesquisa e que sabe muito sobre os assuntos de meu interesse”, afirmou. A aluna, orientada pela professora da Faculdade de Farmácia e integrante do Micro G Marlise Araújo dos Santos, auxiliou no desenvolvimento da pesquisa Influência da Hipergravidade Simulada no Crescimento Vegetal.


“O contato com a realidade de uma universidade prepara um aluno diferenciado para o mundo de trabalho. Quem participa do IC Junior tem acesso às possibilidades que o conhecimento científico fornece antes mesmo de ingressar na vida acadêmica. Imaginamos que todos eles façam uma escolha profissional mais consciente, pois já tiveram a experiência prática. O aluno de ensino médio passa a saber o que determinada área de conhecimento demanda e o que ele pode fazer lá dentro. Eles aprendem a postura que se deve ter para inserção no mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente, buscando profissionais autônomos e flexíveis” - Rita Petrarca, professora da Faculdade de Psicologia e integrante da Coordenadoria de Programas Especiais da PUCRS (CPE).

Foto: Bruno Todeschini - Ascom/PUCRS
Fonte: PUCRS

30/01/2016

Temperatura já era muito sensível ao CO2 há 15 mi de anos


A temperatura também era muito sensível ao dióxido de carbono há 15 milhões de anos, segundo um estudo que constata como os gases do efeito estufa regulam o clima e como o esfriamento do planeta dos últimos 15 milhões de anos -agora truncado- foi causado por uma baixa nos níveis de CO2.

Estas são algumas conclusões de um estudo publicado na revista "Nature Communications", liderado por pesquisadores da Universidade de Oviedo (norte da Espanha) e no qual participam, além disso, cientistas de universidades e centros franceses e americanos.

Há 15 milhões de anos, a Terra estava "bem mais quente" que atualmente, entre 7 e 9 graus em latitudes médias.

Desde então, o clima foi se esfriando progressivamente até nossos dias com ligeiras oscilações, embora esta tendência "esteja sendo rompida nos últimos anos por efeito do chamado CO2 antropogênico, o atribuível à atividade dos humanos".

Segundo explica a pesquisadora principal deste trabalho, Heather M. Stoll, do departamento de Geologia, a comunidade científica se dividiu entre os que sustentavam que o CO2 não regulava o clima e os que asseguravam que a temperatura é muito sensível ao mesmo.

"Nós demonstramos que há 15 milhões de anos o CO2 elevado mantinha temperaturas mais quentes, da mesma forma como cabe esperar com os aumentos atuais em dióxido de carbono", ressalta esta pesquisadora em uma nota da Universidade de Oviedo.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores analisaram cocolitóforo, algas unicelulares que se acumulam no fundo do mar e que representam uma ferramenta muito útil porque permitem avaliar como estes organismos, a base da cadeia alimentar, responderam às mudanças do clima e do oceano.

Estes organismos são muito sensíveis ao CO2, essencial para que realizem a fotossínteses, acrescentou à Agência Efe Stoll.

Concretamente, os cientistas examinaram cerca de 10 mil exemplares destas algas e analisaram, entre outros, as gotas de gordura que ficam pegadas aos sedimentos durante milhões de anos.

Nessas gotas de gordura produzidas pelas células aparecem dois tipos de carbono -carbono 12 e carbono 13- que variam em função da acumulação de CO2.

"É esta química (carbono 12 e 13) das gorduras o que nos permite reconstruir as concentrações de CO2".

Além disso, foram medidas as mudanças na grossura das cascas das algas fósseis extraídas do oceano Atlântico e Índico - mediram a quantidade de luz que passava através delas -, após o que concluíram que sua espessura se reduziu à metade durante os últimos dez milhões de anos, coincidindo com a diminuição dos níveis de CO2.

Portanto e dito de outra maneira: quanto maiores as concentrações de CO2, maior grossura nas algas, segundo Stoll.

Trata-se de um dado "curioso" porque está demonstrado que o aumento do CO2 provoca um aumento na acidificação dos oceanos, o que sabe-se que pode contribuir à dissolução de alguns organismos, como corais e amêijoas, mas não dos cocolitóforo.

Isto é assim, segundo Stoll, porque estas algas necessitam CO2 em abundância para a fotossíntese, daí sua adaptação.

"É previsível portanto que os organismos animais que não realizam a fotossíntese, como corais e amêijoas, responderão de outra forma às mudanças de CO2".

Empresa usa nanotecnolgia para eliminar fungos e bactérias de hospitais


Antimicrobiano composto por nanopartículas de prata e zinco impede a reprodução dos microrganismos. Tecnologia pode contribuir para a diminuição das taxas de infeção hospitalar.

Uma tecnologia cem por cento nacional, desenvolvida com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), pode ajudar a eliminar fungos e bactérias em hospitais. Um antimicrobiano composto por nanopartículas de prata e zinco foi criado por uma empresa do sul do País, que surgiu da união de estudantes de Química e Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina. Em sua fase inicial, a empresa recebeu R$ 150 mil em recursos da Finep.

As nanopartículas produzidas pela empresa, que podem ser cem mil vezes menor que um fio de cabelo, entram em contato com a membrana celular das bactérias, liberando íons que afetam as funções respiratórias dos microrganismos e impedem sua reprodução. Esses aditivos antimicrobianos podem ser implantados em lençóis, macas, colchões, travesseiros e tecidos sintéticos de hospitais e clínicas. A solução também pode ser aplicada em maçanetas e corrimões desses estabelecimentos. Eliminando fungos e bactérias dos ambientes hospitalares, a expectativa é de diminuição das taxas de infecção hospitalar.

"Entregamos saúde para a população sem que ela saiba que está se beneficiando da nanotecnologia", afirma Gabriel Nunes, sócio e diretor executivo da empresa.

A empresa atua no mercado business-to-business, ou seja, suas soluções são comercializadas apenas para clientes que incorporam as funcionalidades da nanotecnologia em seus produtos finais. Instalada no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), incubadora da Fundação Certi, em Florianópolis (SC), a empresa entrou no mercado em 2013, quatro anos após a fundação.

"Sem o empurrão inicial da Finep, talvez não conseguíssemos chegar onde estamos. Obtivemos aprovações e validações em diferentes mercados a partir dos recursos injetados pela financiadora", lembra o sócio. "Geramos capital necessário para reinvestir na empresa e atingir o break-even (ponto de equilíbrio nos negócios) mais rapidamente." 

Fonte: Finep

Projeto permite descarte adequado a 17 mil eletroeletrônicos


Projeto realizado numa parceria entre o Laboratório de Sustentabilidade (LASSU) da Escola Politécnica (Poli) da USP e o Instituto GEA Ética e Meio Ambiente possibilitou que mais de 17 mil eletroeletrônicos (computadores e impressoras, entre outros) descartados e inservíveis da Caixa Econômica Federal tivessem uma destinação final adequada. A iniciativa, que recebeu o nome de Descarte Legal, é uma das repercussões do Projeto Eco-Eletro, em que catadores ligados a cooperativas de material reciclável receberam treinamento de especialistas da USP para desmontar e separar as peças de eletroeletrônicos de forma segura e rentável.

De acordo com a professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do LASSU, a iniciativa da Caixa prova que é possível incluir catadores treinados na desmontagem segura de eletroeletrônicos. “Ainda há muita resistência dos produtores e de outros setores da sociedade em incluí-los na logística reversa. Um dos questionamentos é quanto à qualidade da desmontagem. Porém, o sucesso deste projeto mostra o oposto”, observa a coordenadora do LASSU.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305, logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. A PNRS destaca o papel dos catadores e das cooperativas nesse processo.

Separar as peças dos eletroeletrônicos para vendê-las é mais rentável que a venda do equipamento bruto, como sucata. Mas a desmontagem precisa ser feita de forma segura, pois alguns componentes podem poluir as pessoas e o meio ambiente. Vale lembrar que eletroeletrônicos levam, em sua composição, elementos tóxicos, como chumbo, mercúrio e cádmio. Já outros componentes podem ser reaproveitados pela indústria, como plástico e metais. Por isso, é necessário treinamento.

Os eletroeletrônicos da Caixa foram entregues a cooperativas de São Paulo, Brasília e Salvador, tendo sido treinadas duas em cada cidade. Recife foi incluída posteriormente. Após o tratamento, as peças foram vendidas e o dinheiro obtido (cerca de R$ 200 mil) foi dividido entre os 76 cooperados.
O projeto foi realizado entre julho de 2013 e junho de 2015 e possibilitou que voltassem para a cadeia produtiva cerca de 4,67 toneladas de alumínio; 1,57 toneladas de chumbo; 59,31 toneladas de ferro; 11,66 toneladas de placas eletrônicas, e 54,43 toneladas de plástico, fechando assim o ciclo de reciclagem. O resultado foi tão positivo que a Caixa decidiu renovar o contrato para o período 2016 e 2017, e ampliar o projeto para todo o Brasil.

Além de liberar os depósitos de eletroeletrônicos inservíveis, economizando cerca de R$60 mil mensais com alugueis, o banco se adiantou à regulamentação da PNRS e recebeu laudo emitido por indústrias recicladoras certificadas, como a Umicore, atestando a destinação final correta dos equipamentos. Sediada na Bélgica, a indústria é referência mundial na extração de metais em materiais como eletroeletrônicos.

Inclusão social
A gerente executiva da Gerência Nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da Caixa, Laura Ferreira Macedo, destaca a importância das instituições contribuírem e trabalharem com as cooperativas aptas a realizarem o tratamento adequado de resíduos eletroeletrônicos. “Essa área tem atraído cada vez mais o interesse do empresariado. Apesar de terem sido os catadores que lançaram a questão da reciclagem no Brasil, eles poderão ser passados para trás neste processo”, alerta.

Para ela, a fragilidade está no fato de o catador não ter a mesma estrutura, nem tanto domínio do processo quanto os empresários. “O empresariado pode sim atuar no setor. Mas é muito importante pensar em inclusão social e criar mecanismos para que os catadores também participem disso e que as oportunidades sejam para todos.”

Ampliação
Em cada cidade houve a participação de uma Universidade local: a USP, em São Paulo; a Universidade de Brasília, na capital federal, a Fundação Joaquim Nabuco e o ITEP, em Recife e a Universa – Universidade Salgado de Oliveira, em Salvador. “Isso fez toda a diferença, pois ajudou a aumentar a autoestima dos catadores. O fato de estarem frequentando os bancos escolares de uma universidade os deixava muito felizes”, comenta Ana Maria Domingues Luz, do Instituto GEA.

Na nova etapa do projeto, além das quatro cidades, foram incluídas Belém, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Mas o foco não se restringirá a equipamentos eletroeletrônicos: os catadores irão trabalhar com mesas, cadeiras, mobiliários e geladeiras.
“Tem estopa, tecido, madeira, parafusos, plástico. Como esses materiais podem voltar para a indústria de reciclagem?”, questiona Laura. “Por isso, este projeto tem um caráter inovador, porque precisaremos desenvolver, junto com essas universidades, todo um conhecimento para criar soluções para essas e outras demandas”, finaliza.

O projeto conta recursos do Fundo Socioambiental da Caixa, que é constituído com 2% do lucro anual do banco e aplicado em projetos na área socioambiental.

Mais informações: email terezacarvalho@usp.br, com a professora Tereza Cristina Carvalho; contato@institutogea.org.br, no Instituto GEA ou imprensa@caixa.gov.br, na assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal

Por Valéria Dias/Agência USP
Foto: Designed by Freepik

29/01/2016

Maior usina de energia solar flutuante do mundo está sendo construída no Japão



Como a energia solar está se tornando uma parte cada vez maior da paisagem global da energia, os engenheiros de todo o mundo estão ocupados trabalhando para construir plantas que são grandes e eficientes o suficiente para acompanhar a demanda. Agora gigante japonesa de eletrônicos Kyocera está começando a construção no que diz será a maior usina de energia solar flutuante no mundo (em termos de capacidade global).

É o quarto projeto de planta flutuante da Kyocera, mas esse promete ser o mais impressionante de todos. A instalação será feita no reservatório Yamakuru Dam, próximo de Tóquio e vai gerar 13,7 megawatts de energia após sua conclusão em Março de 2018. Para cobrir os 180.000 metros quadrados do espaço serão construídos 51.000 painéis fotovoltaicos.

Imagem: Kyocera

Pesquisadores descobrem aditivo do urucum que bloqueia células do câncer de pele



Pesquisadores descobriram algumas propriedades especiais no aditivo natural do urucum (colorau). Propriedades que podem bloquear o desenvolvimento de certas células cancerosas em pele de ratos.

O Colorau, usado por antigas tribos como pintura corporal é agora mais utilizado como corante alimentar - contém um composto que impede a formação de células cancerosas provocadas pela radiação ultravioleta. O composto em questão se chama Bixina e foi descoberto como parte de testes à procura de moléculas para ativar Nrf2 do corpo, que ajuda a fortalecer as células humanas contra a exposição a agentes cancerígenos.

A descoberta foi feita por uma equipe da Universidade do Arizona e os testes foram iniciados em ratos de laboratório. Os animais que foram injetados com a Bixina mostraram muito menos reação à radiação UV do que aqueles que não foram expostos, o que suporta a teoria de que o composto bloqueia as células cancerosas de alguma forma. 

Georg Wondrak, que liderou o estudo, acredita que induz as células a produzir antioxidantes protetores e fatores de reparação - em primeiro lugar as células cancerosas são impedidas de formar. "Se você suprimir queimaduras solares, você pode evitar a formação do câncer. Essa é a lógica", disse Wondrak.

Teste em Humanos

O próximo passo é, naturalmente, ver se o mesmo efeito pode ser reproduzido em humanos. Isso é um processo que pode demorar algum tempo, mas considerando que o urucum já está aprovado para consumo humano pela FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos , isso significa que pode haver menos obstáculos regulatórios do que o normal.

Em última análise, o urucum poderia ser um ingrediente chave para a produção de um novo super-protetor solar, mas que funciona de dentro pra fora. Os pesquisadores acreditam que a descoberta poderia estar pronta em cerca de cinco anos.

A pesquisa foi publicada no periódico Free Radical Biology and Medicine.

Fonte: Science Alert
Foto: Juliana Lins

Cultura e Faperj abrem inscrições para projetos de criação artística


A Secretaria de Cultura e a Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio) lançaram, ontem, edital para a seleção de projetos individuais de criação, experimentação e pesquisa artística.

Com recursos de R$ 816 mil, serão concedidas 20 bolsas anuais, divididas em duas categorias. As inscrições podem ser feitas nos sites www.faperj.br e www.cultura.rj.gov.br.

Serão distribuídas até 12 bolsas nos setores de artes integradas; artes visuais; audiovisual; música; artes cênicas; literatura; culturas populares; arquitetura; memória; e patrimônio. Os projetos precisam resultar em ações, obras ou processos inéditos para apresentação ou exposição pública.

Serão contemplados trabalhos especificamente destinados à criação em formato textual, como roteiros cinematográficos, textos dramatúrgicos e literários; e reflexões das artes e da cultura. Para esta segunda categoria estão previstas até oito bolsas.

Cada projeto selecionado pela Faperj e a Secretaria de Cultura, em qualquer categoria, receberá uma bolsa mensal de R$ 3.050,00 por 12 meses. É necessário que cada bolsista tenha um orientador, vinculado à uma universidade, para participar do processo seletivo. 

Parceria

“É a primeira vez que a Fundação lança com a Cultura um edital voltado para a pesquisa e experimentação artística onde o bolsista não precisa ter, necessariamente, vínculo com à academia. Estamos ampliando, com essa chamada pública, o espaço de troca de ideias e valorizando processos contemporâneos”, explicou a secretária de Cultura, Eva Doris Rosental.

A diretora de Tecnologia da Faperj, Eliete Bouskela, considera o edital um marco.

“A concessão de bolsas nesta área nos trará novos participantes com ideias, posições e pontos de vista que vão enriquecer o cenário cultural fluminense e nacional”, disse Bouskela.

Fonte: Jornal do Brasil

Cinemateca Popular Brasileira disponibiliza 1440 filmes nacionais no Youtube.


A Cinemateca Popular Brasileira, organizada pelo Armazém Memória a partir de filmes publicados no Youtube, tem por fonte de pesquisa o Dicionário de Filmes Brasileiros de Antônio Leão da Silva Neto (1908-2002) e os catálogos da ANCINE (2002-2013). Disponibiliza à consulta filmografias de diretores e diretoras, bem como a cronologia dos filmes nacionais por ano de lançamento nos cinemas ou festivais, que podem ser consultados por gênero, direção e ano, além das mostras e coletâneas. A difusão e acesso à produção cultural e cinematográfica brasileira é fundamental para o avanço de nossa sociedade nas áreas de educação e direitos humanos.

Na Cinemateca Popular Brasileira estão reunidos 1.440 filmes nacionais dispersos em centenas de canais de usuários do Youtube, compondo 390 playlists. Uma vez por ano atualizamos o catálogo, mediante manutenção de links quebrados e varredura no Youtube, para inclusão de vídeos ainda não catalogados no Canal. Com a atualização de 2015 superamos 30% do conteúdo produzido em mais de 100 anos de cinema nacional. A última manutenção de playlists e atualização de catálogo foi realizada entre 21/12/2015 e 17/01/2015. No canal estão publicados 18 filmes de 409 que se encontram em domínio público, os demais são agregados aos catálogos de canais de terceiros disponíveis na rede.

Fonte: Cinemateca Popular Brasileira.

Emirados Árabes Unidos buscam cientistas para 'espremer' nuvens

Dubai vista do mirante do Burj Khalifa (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters)

Com apenas 100 milímetros de chuva por ano e uma grande taxa de evaporação devido às altas temperaturas, os Emirados Árabes Unidos andam sedentos de um recurso "muito mais importante que o petróleo": a água doce, que serve para abastecer seus 9,5 milhões de habitantes e quase 3 milhões de turistas.

Assim reconheceu Sultan al-Jaber, ministro de Estado dos Emirados, e enviado especial de Água e Mudança Climática em uma área do planeta onde os aquíferos não se renovam e a situação é suscetível a piorar pelo aquecimento global, segundo advertiu uma recente pesquisa publicada na revista "Nature Climate Change", que considerou que o Golfo pode se tornar inabitável no final de século.

Nesse contexto, os Emirados buscam atrair os melhores pesquisadores do mundo especialistas em técnicas para estimular as nuvens para que ajudem a aumentar a quantidade de chuva.

Para isso, foi criado o Prêmio de Pesquisa para a Melhora da Chuva, dotado de US$ 5 milhões e que em sua primeira edição serão repartidos por 3 cientistas ganhadores: Musataka Murakami, pesquisador da Universidade de Nagóia (Japão); Linda Zou, do Instituto de Ciência e Tecnologia Masdar em Abu Dhabi; e Volker Wulfmeyer, diretor do Instituto de Ciências Físicas e Meteorológicas da Universidade de Hohonheim (Alemanha).

O prêmio, entregue durante a Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi, recebeu um total de 78 propostas científicas de 25 países diferentes.

No entanto, a ciência para a melhora da chuva não é nova nos Emirados, que desde 1990 possui um Programa Nacional de Pesquisa dedicado a esta matéria, que desde 2001 conta com a colaboração da Nasa e do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos, em Boulder (Colorado).

O programa é administrado pelo Centro Nacional de Meteorologia e Sismologia, pertencente ao Ministério das Relações Exteriores.

Hoje em dia o programa conta com 60 estações meteorológicas estrategicamente distribuídas por todo o país, uma rede de acompanhamento atmosférico e seis aviões do tipo King Air C90 dotados com a última tecnologia, além de equipes especializadas em estímulo das nuvens e pesquisa atmosférica no aeroporto de Al Ain (no emirado de Abu Dhabi, próximo à fronteira com Omã).

Alya Al Mazroui, o responsável pelo programa, explicou que os processos para estimular as nuvens requerem 72 horas de preparação e condições meteorológicas apropriadas.

Uma vez dadas essas condições, os pilotos sobem cerca de 2.500 metros sobre a superfície para alcançar as nuvens, nas quais injetam labaredas que contêm uma mistura destes sais: cloreto de potássio, cloreto de sódio e cloreto de cálcio.

"Esses sais atraem vapor de água, aumentado o tamanho das gotas de água que caem sobre a terra", detalhou Al Mazroui, que insistiu que o experimento não prejudica o meio ambiente já que só são usados sais naturais e em nenhum momento recorrem a substâncias químicas perigosas.

A operação é acompanhada, coordenada e documentada em terra por outra equipe de cientistas.

A pesquisadora sustenta que seu maior índice de sucesso foi conseguir 35% a mais de chuva do que teria caído de uma nuvem de maneira natural, contra 50% conseguidos na Austrália, outro dos países pioneiros neste tipo de pesquisa.

Os Emirados já sabem, portanto, como estimular as nuvens para conseguir mais chuva, mas necessitam "espremê-las" ainda mais para encher seus aquíferos e liderar uma área de conhecimento com grande potencial de demanda em um planeta ameaçado pela crise hídrica, no qual 80% da população vivem em zonas áridas ou semiáridas.

Daí veio a ideia deste prêmio milionário para atrair o conhecimento mais avançado na matéria.

Dos três pesquisadores premiados nesta primeira edição, o professor Murakami é especialista em classificação de nuvens e identificação de quais são as ideais para serem estimuladas.

Zou é especialista no uso de nanotecnologia para acelerar a condensação de água nas nuvens, enquanto o alemão Wulfmeyer implementará seus estudos sobre quais são os solos ou coberturas terrestres mais apropriadas para estimular as nuvens sobre elas.

Fonte: G1

Brasil registra mais de 300 espécies da flora por ano, mas Amazônia ainda é desconhecida


São quase 600 cientistas brasileiros e estrangeiros trabalhando em rede para atualizar os dados com novas descobertas de espécies ou mudança de nomes de plantas.

O Brasil tem, atualmente, 46.097 espécies de plantas, fungos e algas conhecidos. De acordo com a atualização da Lista de Espécies da Flora do Brasil, publicada em dezembro do ano passado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o País registra, em média, 334 novas espécies da flora a cada ano.

“A atualização é constante, diária porque, como é online, os cientistas entram e atualizam os dados e, automaticamente, disponibilizam para o público”, disse a botânica e pesquisadora Rafaela Campostrini Forzza, coordenadora da Lista de Espécies da Flora do Brasil.

São quase 600 cientistas brasileiros e estrangeiros trabalhando em rede para atualizar os dados com novas descobertas de espécies ou mudança de nomes de plantas. As orquídeas são a família de plantas com maior número de espécies, distribuídas por quatro dos seis biomas brasileiros. “Dependendo do bioma, uma família ganha da outra devido às características de cada família de planta”, explicou a coordenadora.

Lista virtual
A primeira edição online da Lista de Espécies da Flora do Brasil foi publicada em 2010, como meta da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil é signatário. Em 2015, a lista foi atualizada.

A lista serve para consulta de pesquisadores, que analisam os dados e contribuem com artigo ou livro sobre o tema. Foram convidados especialistas em diferentes famílias de plantas para integrarem o grupo de cientistas responsável por atualizar a lista da flora brasileira, sob a coordenação do Jardim Botânico. “Na verdade, é um grande trabalho de equipe. Jamais uma instituição sozinha conseguiria fazer isso”, disse.

A lista é a base do projeto Flora do Brasil Online (FBO 2020) que integra o World Flora Online (WFO ou Flora do Mundo Online, em tradução livre), publicação virtual que reunirá informações sobre todas as plantas conhecidas do mundo até 2020.

Segundo Rafaela Forzza, os pesquisadores esperam terminar em 2019 as contribuições à lista, e fazer os ajustes finais de editoração no ano seguinte. O trabalho será lançado simultaneamente em todos os jardins botânicos do mundo que participam da rede.

Amazônia
Até o momento, o Brasil aparece como o País com o maior número de espécies da flora. Em seguida, estão China, África do Sul e Estados Unidos. A Mata Atlântica é o bioma com maior diversidade no Brasil.

A presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Samyra Crespo, destacou que, em média, são registrados 1 milhão de acessos mensais na base de dados do projeto. “Pode estar em qualquer lugar do mundo. Sendo estudante ou pesquisador, basta se logar e se identificar e pode acessar”, disse a presidente.

Outro projeto é o repatriamento de plantas brasileiras levadas por naturalistas nos séculos 18 e 19. “E elas vêm em forma virtual, em 3D, imagens de alta resolução, que podem ser consultadas por qualquer pesquisador, em qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil”, disse Samyra Crespo.

Até o final de 2015, o acervo tinha 1,250 milhão de exsicatas (amostra de planta seca e prensada numa estufa) digitalizadas de alta resolução. Segundo Rafaela Forzza, conhecer a flora da Amazônia ainda é um grande desafio e necessita de “um projeto de nação”.

“A flora é muito mal conhecida, historicamente, e a gente não vence esse problema. Esse desbalanço de conhecimento em relação aos outros biomas é muito evidente. A gente tem que acreditar que a Amazônia ainda é um buraco de conhecimento. Ainda está no século 19 de conhecimento, enquanto o resto do país já avançou muito”, lembrando que a Amazônia Legal corresponde a 50% do território nacional.

O tamanho da floresta e a dificuldade de acesso reforçam a dificuldade. “Não é meia dúzia de cientistas que vai conseguir vencer isso. É preciso um projeto de governo, de país, para conseguir melhorar esse conhecimento”.

Fonte: EBC

Airbus inicia a produção de peças de avião feitas em impressora 3D


Imagem: Freepik

As impressoras 3D ainda não são capazes de produzir aviões inteiros, mas o escritório de arquitetura The Living em conjunto com a Airbus, Autodesk e APWorks iniciaram a produção da "Partition Bionic" para proteger a área de estar e a cozinha do Airbus 320. A área é 50% mais leve e consideravelmente mais resistente que os modelos tradicionais, além de tornar as viagens mais sustentáveis ao cortar as emissões de carbono ao longo do tempo;

As partições impressas em 3D apresentam um funcional design cruzado, ainda artístico que acaba sendo mais resistente que o antecessor. Se for levar em conta o número existente de A320 é estimada uma economia de 465.000 toneladas métricas de emissões de CO2 por ano.

O Partition Bionic está atualmente passando por testes de colisão de 16G antes de ser certificada e apresentada para a atual frota de aviões A320.







28/01/2016

Oceanos terão mais plástico do que peixes em 2050, diz estudo


O uso maciço de plásticos é tamanho que os oceanos abrigarão mais detritos plásticos do que peixes em 2050 - informou nesta terça-feira (19) o Fórum Econômico Mundial de Davos.

"O sistema atual de produção, utilização e descarte de plásticos tem efeitos negativos importantes: de 80 a 120 bilhões de dólares de embalagens plásticas são perdidos anualmente. E além do custo financeiro, sem nada em troca, os oceanos terão mais plástico do que peixes (em peso) até 2050", informa um comunicado

O fórum de Davos, cujas reuniões de trabalho começam na quarta-feira, divulgou os dados de um estudo realizado com a fundação da navegadora Ellen MacArthur e a consultoria McKinsey.
Segundo o documento, a proporção de toneladas de plástico por toneladas de peixes era de uma para cinco em 2014, será de uma para três em 2025 e vai ultrapassar uma para uma em 2050.

Mudanças nas embalagens
O fórum estima necessária "uma refundação total das embalagens e dos plásticos em geral" e a busca por alternativas ao petróleo como material de base para sua produção - pois, caso nada mude, o plástico representará 20% da produção petroleira em 2050.

Por causa dos sacos de plástico de uso único, "95% do valor das embalagens de plástico, estimado entre 80 e 120 bilhões por ano, se perde", lamenta o WEF, pedindo o estabelecimento de canais de reciclagem verdadeiros e reutilização.

"Os modelos de produção e consumo lineares são cada vez mais questionados (...) e isso é especialmente verdadeiro para os setores onde existem grandes volumes de baixo valor como as embalagens de plástico", apontou em declaração a navegadora Ellen MacArthur, também solicitando a criação de uma economia circular, reutilizando os materiais.

Vários países estão tentando limitar o uso de sacos plásticos. Na França, por exemplo, os sacos de plástico de uso único devem ser proibidos em março.
No Reino Unido, a legislação impõe que os consumidores paguem pelos sacos plásticos, a fim de tentar reduzir sua utilização.

Fonte: G1
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Pesquisadores querem fundir inteligência artificial com a humana para “resolver problemas perversos”

Na luta contra os problemas perversos do mundo, os computadores podem ser os melhores aliados dos humanos. Pesquisadores do Instituto da Computação Humana e da Universidade Cornell, dos EUA, dizem que a combinação criaria uma superinteligência, e isso poderia resolver os problemas crescentes como as alterações climáticas e os conflitos geopolíticos.

Novas tecnologias utilizam crowdsourcing* e ferramentas interativas para produzir resultados que vão além de colaboração tradicional de resolução de problemas, afirmam os especialistas.

Problemas perversos são aqueles difíceis de resolver devido à complexidade das questões subjacentes. Eles envolvem muitos sistemas que interagem e que estão sempre mudando, e as soluções têm consequências imprevisíveis, de acordo com o Instituto da Computação Humana.

Ao fundir-se com a inteligência do computador, os seres humanos poderiam expandir suas próprias habilidades para criar “redes colaborativas multidimensionais”, dizem os pesquisadores. Isto poderia produzir soluções de forma mais eficaz, segundo eles.

Em sistemas de computação humana, os dados são processados ​​por um computador e também analisados ​​por seres humanos.  Os sistemas atuais deste tipo dependem da conclusão individual de “micro-tarefas”, que são depois ‘costuradas’ juntas para um resultado final. As novas tecnologias têm como objetivo abordar problemas perversos onde as micro-tarefas individuais falham, rompendo os limites tradicionais.

Enquanto os seres humanos superam máquinas em determinadas tarefas, como reconhecimento de padrões e abstração criativa, a combinação das duas inteligências poderia fazer uma abordagem sem precedentes para os problemas globais.

Um programa da Universidade Cornell, YardMap.org, usa computação humana para mapear os esforços globais de conservação. Nesta plataforma interativa, os participantes podem construir através do trabalho do outro.

*Crowdsourcing é o termo utilizado para descrever o processo de terceirizar trabalho ou financiamento para um grande grupo de pessoas, usualmente em um ambiente online. A ideia é repassar uma tarefa a ser realizada dentro da empresa para uma rede de trabalhadores, com o objetivo de obter melhores resultados com custos menores.
Publicado por O Portal N10
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Telescópio brasileiro para observação do Sol é lançado pela Nasa

Instrumento científico transportado por balão estratosférico realiza voo de circum-navegação na Antártica com o objetivo de captar a energia que emana das explosões solares em frequências inéditas (ilustração: Nasa)


Um balão estratosférico que transporta dois equipamentos científicos voltados a estudar o Sol. O lançamento foi feito em McMurdo, base dos Estados Unidos na Antártica. 

Um dos equipamentos é o Solar-T: um telescópio fotométrico duplo, projetado e construído no Brasil por pesquisadores do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em colaboração com colegas do Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O outro equipamento é o experimento de raios X e gama GRIPS (sigla em inglês de Gamma-ray Imager / Polarimeter for Solar Flares), da University of California em Berkeley, nos Estados Unidos, no qual o Solar-T foi acoplado.

Desenvolvido com apoio da FAPESP, por meio de um Projeto Temático e de um Auxílio à Pesquisa-Regular, o Solar-T é o primeiro instrumento científico do gênero construído no país, após 15 anos de pesquisa e desenvolvimento.

Além da FAPESP, o projeto contou com recursos do Fundo Mackenzie de Pesquisa (MackPesquisa), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Nasa, do AFOSR (sigla em inglês de Air Force Office of Scientific Research), dos Estados Unidos, e do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), da Argentina.

“O desenvolvimento do Solar-T representa uma oportunidade de qualificação brasileira em tecnologia espacial avançada que pode dar origem a novos projetos em satélites, por exemplo, e contribuições para a Estação Espacial Internacional”, disse Pierre Kaufmann, pesquisador do CRAAM e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

“Estamos desenvolvendo um projeto em colaboração com o Instituto Lebedev de Moscou para instalar telescópios de detecção de frequências em terahertz na Estação Espacial Internacional, e o sucesso da missão do Solar-T é uma condição necessária para qualificarmos a tecnologia que desenvolvemos”, afirmou.

O balão estratosférico transportando o Solar-T e o GRIPS – que juntos pesam mais de 3 toneladas – está voando a uma altitude de 40 mil metros e circum-navegará a Antártica por um período entre 20 e 30 dias.

Enquanto sobrevoar o continente gelado, o Solar-T deverá captar a energia que emana das explosões solares em duas frequências inéditas, de 3 e 7 terahertz (THz), que correspondem a uma fração da radiação infravermelha distante.

Situada no espectro eletromagnético entre a luz visível e as ondas de rádio, essa faixa de radiação permite observar mais facilmente a ocorrência de explosões associadas aos campos magnéticos das regiões ativas do Sol, que muitas vezes lançam em direção à Terra jatos de partículas de carga negativa (elétrons) aceleradas a grandes velocidades.

Nas proximidades do planeta, essas partículas atrapalham o funcionamento de satélites de telecomunicações e de GPS e produzem as auroras austrais e boreais.

A radiação das explosões nessa faixa do infravermelho distante também torna possível uma nova abordagem para investigar fenômenos que produzem energia em regiões ativas que ficam entre a superfície do Sol, a fotosfera, onde a temperatura não passa dos 5,7 mil graus, e as camadas superiores e mais quentes: a cromosfera, onde as temperaturas alcançam 20 mil graus, e a coroa, que está a mais de 1 milhão de graus

“Essas frequências de 3 e 7 terahertz são impossíveis de serem medidas a partir do nível do solo porque são bloqueadas pela atmosfera. É necessário ir para o espaço para medi-las”, disse Kaufmann.

Para fazer as medições, o Solar-T conta com um aparato composto por dois fotômetros (medidores de intensidade de fótons), coletores e filtros para bloquear radiações de frequências indesejáveis (infravermelho próximo e luz visível), que poderiam mascarar o fenômeno, e selecionar as frequências de 3 e 7 terahertz

Os dados coletados pelo telescópio fotométrico são armazenados em dois computadores a bordo do equipamento e transmitidos compactados à Terra, por meio de um sistema de telemetria, valendo-se da rede de satélites Iridium. Os dados transmitidos à Terra são gravados em dois computadores no CRAMM.

“A transmissão dos dados obtidos pelo Solar-T para a Terra garante a obtenção das informações coletadas caso não seja possível recuperar os computadores a bordo do equipamento, porque as chances são muito baixas”, afirmou Kaufmann. “A Antártica é maior do que o Brasil, tem pouquíssimos lugares de acesso e não há como controlar o lugar onde o balão deve cair.”

De acordo com o pesquisador, os dois fotômetros THz, os computadores de dados e o sistema de telemetria do Solar-T estão funcionando normalmente, alimentados por duas baterias carregadas com energia capturada por painéis solares.

Logo após o rastreador de explosões solares ter sido acionado, no dia seguinte ao do lançamento do balão estratosférico, o equipamento já começou a enviar dados para a Terra.

Os dados terão que ter precisão de apontamento e rastreio do Sol de mais ou menos meio grau. Esse nível de precisão deverá ser assegurado por um sistema automático de apontamento e rastreio do GRIPS, com o qual o Solar-T está alinhado.

“Por enquanto, ainda não houve nenhuma grande explosão solar captada pelo Solar-T. Mas, caso ocorra, o equipamento poderá detectá-la e enviar os dados para analisarmos”, disse Kaufmann.


Série de tentativas

O balão estratosférico foi lançado com sucesso pela equipe da Nasa após sete tentativas frustradas, iniciadas em dezembro de 2015.

As tentativas anteriores falharam porque na hora do lançamento mudaram as condições de vento no solo, na atmosfera superior e na estratosfera (a 50 quilômetros do solo).

A combinação das condições meteorológicas de solo e a média e alta altitude é crítica e muito difícil de ser determinada pelos sistemas de previsão de tempo, explicou Kaufmann.

“Como a operação de lançamento é muito cara, envolve dezenas de pessoas, veículos e, eventualmente, até aviões, a margem de risco tem que ser mínima”, disse.

“Não tivemos que pagar nada pela missão porque fomos convidados pelo grupo de pesquisadores do experimento GRIPS a participar do projeto após apresentarmos o Solar-T em uma conferência internacional. Estávamos à procura de um lançador para o telescópio e tínhamos até um projeto de ter um lançador próprio.”

Segundo o pesquisador, o custo da realização de experimentos espaciais, como o Solar-T, com balões estratosféricos é muito menor em comparação ao uso de satélites.

Algumas das razões pelas quais o balão estratosférico foi lançado agora é porque a circulação estratosférica de vento – o chamado vórtex – em volta do Polo Sul é favorável nessa época do ano. Além disso, o Sol também nunca se põe no Polo Sul nesse período do ano.

Dessa forma, é possível coletar ininterruptamente a luz emitida pelo Sol. “Mesmo agora, em que o Sol está em uma fase de queda de ciclo, a chance de detectar uma explosão razoável, observando por 24 horas diariamente e em um período entre 20 e 30 dias em que o Solar-T ficará na estratosfera, é muito boa”, avaliou Kaufmann.

Na avaliação do pesquisador, se o lançamento do Solar-T não fosse feito agora dificilmente seria possível realizá-lo no ano que vem, quando o ciclo de explosões solares deve cair ainda mais.

“Já estávamos nos aproximando da chamada ‘janela do verão’ [quando o Sol se põe no Polo Sul]. Seria muito difícil convencer a Nasa a investir em uma nova missão”, estimou.

A navegação do balão estratosférico transportando experimento GRIPS com Solar-T – denominado de voo NASA 668N – pode ser acompanhada pelo site

Mar Mediterrâneo está próximo do esgotamento, adverte ONG


O Mediterrâneo está próximo do esgotamento, com "um desenvolvimento econômico inédito" que ameaça ecossistemas "já degradados" e espécies ameaçadas de extinção, advertiu nesta terça-feira (19) a organização ambientalista WWF-França.

Este mar semi-fechado, que abriga entre 4% e 18% das espécies marinhas conhecidas, distribuídas por uma área de menos de 1% dos oceanos do mundo, está enfrentando um aumento "sem precedentes" da exploração de petróleo e gás.

Os contratos de exploração de petróleo e gás offshore "se estendem a mais de 20% do Mar Mediterrâneo e poderão expandir para duas vezes esta superfície", estima WWF em um relatório.
"Isto é muito, especialmente quando sabemos dos riscos sísmicos da região", ressalta Pascal Canfin, CEO da WWF-França. Segundo ele, "a multiplicação e crescimento das atividades econômicas nesta área" colocam o Mediterrâneo "no caminho do esgotamento".

Os projetos de exploração de hidrocarbonetos e as atividades de perfuração estão fervilhando em todo o Mediterrâneo há vários anos.

Segundo a ONG, "a produção de petróleo no mar poderia aumentar em 60% entre 2010 e 2020 na região do Mediterrâneo, passando de 0,7 milhão de barris por dia para 1,12 milhão de barris por dia".
As reservas de petróleo do Mediterrâneo são responsáveis por 4,6% das reservas mundiais, aponta o relatório.

Quanto à produção de gás no mar, "poderia quintuplicar entre 2010 e 2030, de 55 milhões de toneladas por ano para 250 milhões".

Segundo a ONG, além de exploração de petróleo e gás, todos os setores tradicionais da economia marítima, como os transportes, turismo, a aquicultura "têm crescido exponencialmente e continuarão a crescer ao longo dos próximos 20 anos com exceção da pesca profissional".

500 milhões de turistas em 2030O transporte marítimo deverá dobrar até 2030. E as "chegadas de turistas internacionais no Mediterrâneo deverão aumentar em 60% entre 2015 e 2030 para atingir os 500 milhões em 2030".

Em todo o Mediterrâneo, mais "5.000 km de litoral serão artificializados" (construção de estradas, edifícios...) até 2025, em comparação com 2005, segundo a WWF.

A ONG, que analisou a economia marítima dos oito países mediterrânicos da União Europeia (Croácia, Chipre, França, Itália, Grécia, Malta, Eslovênia, Espanha), também antecipa uma "expansão" da mineração.

"Esta evolução cria uma concorrência crescente entre os setores por uma área limitada e recursos marinhos limitados", resultando em "novos impactos nos ecossistemas já sob pressão", prevê WWF.
Enquanto "90% das populações de peixes são excessivamente exploradas", WWF também espera "uma diminuição considerável" da pesca profissional no Mediterrâneo. O desenvolvimento de atividades como a mineração dos fundos marinhos e da extração de petróleo "irá contribuir claramente para agravar" a situação.

A ONG, que se opõe a "qualquer nova exploração de petróleo e gás offshore", exige o estabelecimento de áreas marinhas protegidas fora das águas territoriais, a regulamentação do tráfego marítimo e a introdução de dispositivos anti-colisão para cetáceos.

De acordo com WWF, a UE, que tem como meta um retorno ao "bom estado ecológico" das águas marinhas europeias até 2020, tem "um papel crucial".

Ela deve defender "uma visão tendo em conta a biodiversidade e os ecossistemas a nível nacional e a nível da bacia do Mediterrâneo", assegura Isabelle Autissier, presidente da WWF-França.
"Caso contrário, será impossível alcançar os objetivos ambientais da Comissão Europeia, que já estão comprometidos."

Fonte: G1
Imagem Por O H 237 - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=38364150

Ibict firma cooperação na área de informação de pesquisa com instituição europeia


O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI) firmou Memorando de Entendimento com a organização europeia EuroCris, a fim de estabelecer e promover uma parceria estratégica e colaborativa entre as partes. A EuroCris é uma associação sem fins lucrativos sediada em Haia (Holanda), que reúne especialistas em informações de pesquisa em geral e em sistemas de informação de pesquisa – Current Research Information System (Cris), em inglês. Ela conta com mais de 200 membros, principalmente de países pertencentes à União Europeia.

O acordo inicial prevê que as instituições vão trabalhar juntas para: promover a instalação de um sistema CRIS com ótima infraestrutura no Brasil; promover a realização das boas políticas e práticas de informação de pesquisa e, a este respeito, colaborar para influenciar as políticas e os stakeholders responsáveis, tanto em nível nacional quanto internacional; conhecimento e comunicação de atividades, ações e eventos conjuntamente.

"É uma parceria muito importante porque, independentemente de muitas outras que temos na área internacional, essa vai lidar especialmente com um projeto, que é o BR-Cris [P01], que ampliará para o pesquisador e a pesquisa brasileira as possibilidades com relação à visibilidade e à cooperação com outros pesquisadores no mundo. Também nos colocará em um patamar em que, efetivamente, as grandes nações que já têm um trabalho de pesquisa desenvolvido estão", afirmou a diretora do Ibict, Cecília Leite.


Fonte: Ibict

No Inpa, pesquisador dos EUA destaca desafio de reconstruir clima de tempos passados


David Stahle, da Universidade de Arkansas, participou de encontro de especialistas de diversas áreas e países em Manaus. Ele se dedica à dendrocronologia, método científico para estabelecer a idade de uma árvore.

"O desafio é achar árvores na Amazônia que tenham um bom potencial para fazer a dendrocronologia e a reconstrução climática", disse o pesquisador da Universidade de Arkansas (Estados Unidos) David Stahle, em encontro no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em Manaus. Ele é referência mundial na área da dendrocronologia, método científico para estabelecer a idade de uma árvore baseado nos padrões dos anéis em seu tronco.

O evento em Manaus reuniu, nesta segunda-feira (25), especialistas de várias partes do mundo nas áreas de hidrologia, climatologia, dendrocronologia e análises de isótopos na Bacia Amazônica.

Stahle, pesquisador há mais de 30 anos, dedica sua vida acadêmica a construir dendrocronologia em todo o mundo, especialmente no sudoeste do EUA, em colaboração com o México. Durante a participação no encontro, o pesquisador falou sobre os trabalhos de reconstrução climática que desenvolveu no território mexicano, usando dados dos anéis de crescimento de árvores espalhados em vários pontos naquele país.

"O México é um país muito diverso, em termos de biodiversidade, culturais e climáticos. O país sofreu secas de longo prazo, causando impactos que refletiram uma certa instabilidade social", comentou Stahle. "Boa parte do México é tropical e os trabalhos que foram desenvolvidos naquele país obtiveram sucesso com a dendrocronologia."

Para o pesquisador, o trabalho desenvolvido ali serve como modelo a ser aplicado na Amazônia e tentar fazer o mesmo trabalho na reconstrução do clima. Seus trabalhos têm o financiamento da Fundação de Ciência Nacional dos Estados Unidos, em colaboração com pesquisadores de várias instituições do mundo, dentre eles o pesquisador do Inpa Jochen Schongart, integrante do grupo de pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Maua).

O evento também contou com a participação do pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Gregorio Ceccantini, que falou sobre os anéis de crescimento das árvores. Ele destacou a importância do estudo desses anéis por serem uma expressão do crescimento das árvores ano a ano. Esse crescimento depende da hidrologia anual, de quanta chuva ocorreu em cada ano e de quanta água estava disponível no solo.

O encontro prossegue até sexta-feira (29). Leia mais sobre os temas abordados e a programação.

Por por Luciete Pedrosa – Ascom do Inpa