17/01/2016

FAPESP é parceira do governo estadual na recuperação da Mata Atlântica


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está firmando acordo com os governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para implementar o Projeto de Recuperação e Proteção dos Serviços Relacionados ao Clima e à Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica, apoiado pelo fundo Global Environment Facility (GEF) com parte dos recursos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O projeto tem como objetivo contribuir para a recuperação e preservação dos serviços climáticos e de biodiversidade dessa área da Mata Atlântica, por meio da preservação e do aumento do sequestro de carbono e da proteção da biodiversidade, reconectando fragmentos florestais, melhorando a resiliência dos ecossistemas e fortalecendo a capacidade de conservação.

O acordo já foi assinado pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin no dia 4 de janeiro, Estado onde o projeto tem a FAPESP e a Fundação Florestal como parceiros estratégicos.

O total de recursos investidos soma US$ 207 milhões. Desse total, US$ 31,5 milhões, não reembolsáveis, serão repassados pelo GEF para ações de recuperação e preservação dos serviços climáticos e de biodiversidade dessa área da Mata Atlântica. Outros US$ 31,9 milhões correspondem à contrapartida de parceiros estratégicos do projeto. O investimento total se completa com recursos já contratados por São Paulo no âmbito do Programa Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e Sistemas de Mosaicos da Mata Atlântica.

Gestão e monitoramento de estoque de carbono

Além de contrapartidas financeiras, o projeto prevê contribuições não financeiras. Em São Paulo, a contribuição da FAPESP equivalerá a R$ 32,8 milhões, na forma de projetos e bolsas de pesquisa.

Desse total, R$ 29 milhões se referem a projetos e bolsas de pesquisas já em andamento, a maioria deles contratada no âmbito dos Programas FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP) e Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). Outros R$ 3,85 milhões serão investidos em novos projetos selecionados em chamadas de propostas a serem lançadas nos próximos cinco anos. O cálculo do investimento da FAPESP em projetos e bolsas de pesquisa teve como base o valor do dólar na data da contratação dos projetos em andamento e o câmbio médio de R$ 3,85 por dólar, no caso dos novos projetos a serem contratados.

O apoio da FAPESP tem foco em iniciativas de pesquisa e em capacitação para gestão e monitoramento de estoques de carbono e da biodiversidade, um dos três eixos que estruturam o projeto.


“A atuação da FAPESP atende ao interesse do Estado de São Paulo de recuperar matas ciliares, preservar cursos d´água e proteger a biodiversidade”, afirmou o presidente da FAPESP, José Goldemberg, um dos signatários do acordo de São Paulo com o MCTI. 

Noutro eixo do projeto, que prevê o aumento dos estoques de carbono nas bacias hidrográficas do Paraíba do Sul, a contrapartida será da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

No terceiro eixo, relacionado ao aumento da eficácia e sustentabilidade financeira das Unidades de Conservação ao longo do Corredor da Serra do Mar e promoção de atividades econômicas sustentáveis em suas zonas intermediárias, a contrapartida será da Fundação Florestal.

Parceiros em outros Estados

Em Minas Gerais, o acordo firmado com o MCTI no âmbito do projeto envolve as secretarias de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Fundação Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Águas e o Instituto Estadual de Florestas. No Rio, são parceiros no projeto as secretarias do Ambiente e de Agricultura e Pecuária e o Instituto Estadual do Ambiente. 


Por Claudia Izique | Agência FAPESP.