O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), no Acre, atende 140 indígenas de 18 comunidades do Acre. Os cursos oferecidos são de artesão indígena, agricultor agroflorestal, agente de desenvolvimento cooperativista, agricultor familiar, orgânico e piscicultura.
O indígena Jackson Marubo, de 28 anos, faz o curso de agente de desenvolvimento cooperativista em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, e conta que já fez as disciplinas de informática, cooperativismo e empreendedorismo.
"Estou gostando do curso. É bom que a gente aprende mais algumas informações. Moro na cidade há um ano e pretendo concluir o ensino médio para depois levar os conhecimentos para minha comunidade, que fica no Rio Ituí, no Amazonas", diz Jackson.
De acordo com a coordenadora geral do Pronatec, Alcilene Oliveira Alves, o maior desafio é trabalhar os conteúdos propostos nas disciplinas respeitando os aspectos culturais. "Manter um diálogo com os povos indígenas, traduzindo o conhecimento de uma forma não autoritária. É uma educação intercultural", afirma.
Ao todo, três regionais em todo o estado recebem os cursos ofertados pelo Instituto Federal do Acre (Ifac). Na regional do Vale do Jurá, são 70 indígenas em formação, no Vale do Purus são 20 em uma turma e na regional Tarauacá-Envira, 50 índios estão fazendo os cursos.
Os cursos são ministrados por professores também indígenas ou que possuem um aval com termo de orientação dado Fundação Nacional do Índio (Funai). As aulas são ministradas em português, mas quando necessário, o professor traduz o conteúdo para a linguagem da aldeia.
As aulas são presenciais e ocorrem nas aldeias, sendo apenas dois cursos ministrados na cidade, porém, são para indígenas que moram na área urbana. São cursos de 160 a 200 horas, trabalhados de um a dois meses e meio. Ao final, os índios ganham certificado.
Fonte: Iryá Rodrigues do G1 AC
Foto: Divulgação/Ifac