05/05/2016

Roteiro do Museu Oceanográfico apresenta a estudantes a ciência do mar


“O que eu mais gostei foi saber sobre a Lua. É um satélite natural e tem uma importância muito grande sobre a vida na Terra. Com a força da gravidade ela influencia as marés…” – Benjamin Pericalti, de oito anos, repetiu o que tinha acabado de aprender na visita ao Museu Oceanográfico da USP. Aproveitou o intervalo do lanche para trocar ideias com os amigos sobre atitudes para preservar a natureza. Nas últimas quarta, quinta e sexta-feira, Benjamin e os alunos do Colégio Pollux, no Butantã, participaram de uma programação especial para conhecer melhor nosso planeta no Instituto Oceanográfico (IO) da USP.
“Essas visitas estão abertas a todas as escolas públicas e privadas de São Paulo”, explica o biólogo Sérgio Teixeira de Castro, chefe do Museu Oceanográfico. “O nosso grande objetivo é difundir a oceanografia e as pesquisas realizadas pelo IO. Os estudantes do ensino fundamental e médio ficam muito curiosos porque podem compreender melhor o que aprendem na sala de aula.”
Atentos, os estudantes de 7 a 10 anos ouviram as explicações dos professores Felipe Toledo e Karen Costa do Instituto Oceanográfico, que trazem exemplos do cotidiano para ensinar sobre os fenômenos oceanográficos, atmosféricos, geológicos e ecológicos. “Vocês sabiam que se jogarem um copo de plástico aqui no chão, ele pode ir parar no mar mesmo a cem quilômetros de distância?”, indagou Karen para os alunos. “E isto gera toneladas de lixo que prejudicam o meio ambiente?”.
“Eu sei disso”, disse Letícia Ferreira Silva, de 9 anos. “Um copinho plástico demora mais de 200 anos para se dissolver. Por isso, na minha escola esses copos e tudo que não for biodegradável não podem ser utilizados”. Também Daniela Toledo, de 9 anos, concordou: “Todos têm que aprender a salvar e preservar o planeta”.
O diálogo com as crianças, segundo o professor Felipe Toledo, é um passo importante. “A iniciativa do Instituto Oceanográfico de promover a visita das crianças ajuda muito na sua formação. Quando digo para elas que a política pode fazer a diferença, já estamos alertando sobre a importância de escolher políticos atentos à preservação do planeta.”
Ciência na esfera
Neste roteiro para as escolas, os professores Felipe Toledo e Karen Costa apresentam o planeta através do sistema Science on a Sphere, que foi desenvolvido pela Agência Americana de Oceanos e Atmosfera (NOAA) como uma ferramenta educacional destinada a ilustrar a Terra e seus diferentes fenômenos para públicos de todas as idades. Instalada no centro de um auditório, a esfera reproduz, através de vídeos, fenômenos oceanográficos, atmosféricos, geológicos e ecológicos. O espectador tem a sensação de estar observando o planeta a partir do espaço.
O sistema Science on a Sphere instalado no Instituto foi o primeiro do Hemisfério Sul. “O sistema consiste em um globo de policarbonato, que recebe imagens a partir de quatro projetores sincronizados por um computador”, esclarece Toledo.
Os estudantes acompanham as imagens, fazem perguntas. Curiosidade que aumenta quando entram no Museu Oceanográfico, fundado em 1988. Observam os aquários que representam alguns ecossistemas marinhos e suas biodiversidades. E se surpreendem com a ossada da baleia resgatada em 1972 na região de Iguape e o esqueleto de golfinho, que foi encontrado em 1987, na Ilha Comprida, ambas situadas no litoral sul do Estado de São Paulo. “Os alunos das escolas desconhecem a ciência oceanográfica”, observa Sérgio Castro. “Muitos saem daqui falando que querem ser pesquisadores e cientistas do mar.”
Fonte: Leila Kiyomura/Jornal da USP
Foto: Marcos Santos/USP