14/05/2016

Sonda experimental do Grupo Zenith leva microorganismos à estratosfera



No último sábado, dia 14, às 11 horas, aconteceu o lançamento de uma sonda experimental à estratosfera, no entorno do Hangar I do Departamento da Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

Batizado como missão Garatéa, esse evento faz parte de um projeto do grupo Zenith – formado por estudantes de graduação da EESCque realizam trabalhos extracurriculares na área de engenharia aeroespacial –, orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Daniel Varela Magalhães, com a participação do engenheiro mecatrônico e ex-aluno da Escola, Lucas Fonseca, que participou da missão aeroespacial da sonda Rosetta. A proposta do grupo é desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao setor aeroespacial para estimular e ampliar visibilidade dessa área no Brasil.

O objetivo do lançamento da sonda – que é realizado por meio de um balão meteorológico inflado com gás hélio – é expor microrganismos extremófilos e algumas biomoléculas a condições extremas para analisar sua capacidade de sobrevivência e os danos moleculares sofridos, bem como a resiliência de moléculas candidatas a bioassinaturas, como os pigmentos biológicos.

Essa parte biológica do projeto é coordenada pelo professor do Instituto de Química (IQ) da USP, Fábio Rodrigues, em parceria com o pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Douglas Galante. O interesse em compreender a resposta desses organismos quando expostos a tais condições extremas justifica-se por eles servirem de modelos para a vida que poderia existir em ambientes diferentes da Terra, seja no Sistema Solar, seja em exoplanetas.

Durante o lançamento, a missão dos integrantes do Zenith foi assegurar que o experimento seja controladamente exposto ao ambiente severo da estratosfera, a 32 km de altitude, lidando com condições extremas muito similares às encontradas em órbita. O equipamento conta com três sensores de radiação ultravioleta e contadores de radiação ionizante, bem como sensores ordinários como barômetro, termômetro e acelerômetro. Devido à baixa pressão nessa altitude, o balão com gás hélio se romperá quando atingir o ponto esperado, e a sonda fará o retorno com segurança por meio de um paraquedas desenvolvido especialmente pelo grupo.

A missão Garatéa também fará parte do “Global Space Balloon Challenge”, um desafio organizado pela Stanford University e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) que reúne participantes do mundo inteiro, competindo em diversas categorias como: design, melhor experimento, maior altitude, maior distância horizontal viajada e melhores imagens. Para concorrerem nessa última categoria, os membros do grupo acoplarão, antes do lançamento, microcâmeras que farão o registro fotográfico durante o percurso do balão.

Fonte: Keite Marques / Assessoria de Comunicação da EESC
Foto: Divulgação