No último sábado, dia 14, às 11 horas, aconteceu o lançamento de uma sonda
experimental à estratosfera, no entorno do Hangar I do Departamento da
Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da
USP.
Batizado como missão Garatéa, esse evento faz parte de um projeto do
grupo Zenith – formado por estudantes de graduação da EESCque realizam
trabalhos extracurriculares na área de engenharia aeroespacial –,
orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Daniel
Varela Magalhães, com a participação do engenheiro mecatrônico e
ex-aluno da Escola, Lucas Fonseca, que participou da missão aeroespacial
da sonda Rosetta. A
proposta do grupo é desenvolver e difundir tecnologias aplicadas ao
setor aeroespacial para estimular e ampliar visibilidade dessa área no
Brasil.
O objetivo do lançamento da sonda – que é realizado por meio de um
balão meteorológico inflado com gás hélio – é expor microrganismos
extremófilos e algumas biomoléculas a condições extremas para analisar
sua capacidade de sobrevivência e os danos moleculares sofridos, bem
como a resiliência de moléculas candidatas a bioassinaturas, como os
pigmentos biológicos.
Essa parte biológica do projeto é coordenada pelo professor do
Instituto de Química (IQ) da USP, Fábio Rodrigues, em parceria com o
pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Douglas Galante. O
interesse em compreender a resposta desses organismos quando expostos a
tais condições extremas justifica-se por eles servirem de modelos para a
vida que poderia existir em ambientes diferentes da Terra, seja no
Sistema Solar, seja em exoplanetas.
Durante o lançamento, a missão dos integrantes do Zenith foi assegurar que o experimento seja controladamente exposto ao ambiente
severo da estratosfera, a 32 km de altitude, lidando com condições
extremas muito similares às encontradas em órbita. O equipamento conta
com três sensores de radiação ultravioleta e contadores de radiação
ionizante, bem como sensores ordinários como barômetro, termômetro e
acelerômetro. Devido à baixa pressão nessa altitude, o balão com gás
hélio se romperá quando atingir o ponto esperado, e a sonda fará o
retorno com segurança por meio de um paraquedas desenvolvido
especialmente pelo grupo.
A missão Garatéa também fará parte do “Global Space Balloon Challenge”,
um desafio organizado pela Stanford University e pelo Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) que reúne
participantes do mundo inteiro, competindo em diversas categorias como:
design, melhor experimento, maior altitude, maior distância horizontal
viajada e melhores imagens. Para concorrerem nessa última categoria, os
membros do grupo acoplarão, antes do lançamento, microcâmeras que farão o
registro fotográfico durante o percurso do balão.
Fonte: Keite Marques / Assessoria de Comunicação da EESC
Foto: Divulgação