A sonda experimental lançada à estratosfera por alunos da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, neste sábado (14), atingiu o solo em São Sebastião da Grama (distante a 145 km), em uma mata próxima à cidade, 2h30 depois do lançamento.
Os estudantes de graduação da Escola de Engenharia da USP (EESC-USP) desenvolveram todo o projeto: os sensores, o programa de computador de bordo, o paraquedas e os motores do balão custaram R$ 5 mil, valor arrecadado por doações.
Capacidade de sobrevivência
A sonda levou biomoléculas e micro-organismos que vivem em condições extremas na Terra. Além de praticar o que aprenderam no curso, eles querem analisar a capacidade de sobrevivência desses organismos na estratosfera, onde o índice de radiação ultravioleta é altíssimo.
O interesse por esses micro-organismos é porque eles servem como modelos de formas de vida que podem existir em ambientes fora do planeta. Aos 30 quilômetros de altura, a baixa pressão rompeu o balão e o equipamento desceu com um paraquedas desenvolvido pelos estudantes.
Com os dados coletados pelos sensores, a equipe vai poder criar modelos e máquinas mais eficientes para avaliar a possibilidade de existir vida em outros planetas. O resultado da avaliação deve sair na próxima semana.
Importância do experimento
O trabalho é orientado pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica da EESC-USP Daniel Varela Magalhães. Segundo ele, é importante realizar o experimento para mostrar que existe a capacidade de construção e recuperação do módulo.
“Tudo isso tem um grande trabalho de engenharia com mérito total dos alunos. É importante que o exercício de todos os conhecimentos de engenharia adquiridos nos cursos da universidade sejam colocados em prática. Isso é um exercício fantástico da profissão que eles vão exercer no futuro”, avaliou.
Douglas Galante, pesquisador do laboratório Nacional de Luz Sincrotron no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias (CNPEM), ressaltou que a equipe montou o experimento para testar os limites físicos da vida nessas condições.
“Mandamos uma série de microorganismos extremamente resistentes a fatores de estresse, baixa pressão, baixa temperatura, alta incidência de radiação e pouca disponibilidade de água. Basicamente um ambiente extremamente agressivo á vida e nenhum organismo normal iria sobreviver nessas condições, mas eles são capazes de sobreviver”, explicou.
Fonte: G1
Foto: Carol Malandrino/G1