31/05/2016

Novas tecnologias podem reduzir desnutrição e oferecer maior segurança alimentar


Reduzir a desnutrição, oferecendo maior segurança alimentar a partir da elevação de teores de ferro, zinco e vitamina A de certos alimentos, que integram a dieta da população mais carente. Para alcançar este objetivo, pesquisadores do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), selecionaram materiais de embalagens economicamente viáveis que, ao mesmo tempo, são capazes de preservar os carotenoides de alimentos processados, produzidos a partir da batata doce e da mandioca.

Após a fase de pesquisas, os cientistas do Instituto – vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) – começaram a criar embalagens para produtos desenvolvidos pelo projeto BioFORT, responsável pela biofortificação de alimentos no País, sob a coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Um dos propósitos deste estudo foi comparar o efeito do tipo de embalagem e do sistema de acondicionamento do alimento, na preservação de carotenoides de farinha de batata doce e mandioca biofortificadas. Segundo o Ital, a farinha de batata doce, por exemplo, produzida a partir de raízes com elevado teor de β-caroteno, é fonte de pró-vitamina A, que traz vários benefícios para a saúde humana.

Ainda conforme o Instituto, por meio de pesquisas e cruzamentos de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas, esta rede de pesquisadores brasileiros e outras do exterior também estão investindo em pesquisas para obter alimentos básicos mais nutritivos, tais como abóbora, arroz, batata doce, feijão, feijão caupi, mandioca, milho e trigo.

Produtos embalados

Segundo o documento “Estabilidade de farinha de batata doce biofortificada”, publicado pelos pesquisadores Rosa Maria Vercelino Alves (Ital), Danielle Ito (Ital), José Luiz Viana de Carvalho (Embrapa Agroindústria de Alimentos – RJ) e Werito Fernandes de Melo (Embrapa Hortaliças – DF), “as informações sobre as perdas de carotenoides em produtos embalados durante a estocagem (de batata de doce) são escassas e, às vezes, conflitantes, embora basicamente influam os seguintes aspectos: o tempo e a temperatura de estocagem; a transmissão de luz; a permeabilidade ao oxigênio; e o teor de oxigênio do espaço livre da embalagem, o qual pode ser minimizado pelo acondicionamento a vácuo ou com atmosferas inertes”.
A partir desta avaliação, será possível definir o tipo de embalagem e o sistema de acondicionamento mais adequados, sob o ponto de vista de preservação das vitaminas da farinha de batata doce, desde que economicamente viável. A escolha dos tipos de embalagens que poderiam ser analisadas para o acondicionamento da farinha baseou-se nas embalagens em uso no mercado para produtos similares. 

Fome oculta

Produtos biofortificados vêm sendo desenvolvidos no País e em nações da América Central, África e Ásia para combater a chamada “fome oculta”, que se caracteriza pela carência de micronutrientes (vitamina A, ferro e zinco), essenciais para a saúde do corpo humano.

Segundo os pesquisadores do Ital e da Embrapa, embora a população carente, principalmente de zonas rurais, consuma alimentos à base de milho, mandioca e batata-doce, “se esses produtos não forem biofortificados, não haverá ingestão suficiente de micronutrientes essenciais; haverá carência de micronutrientes se também não forem ingeridos em quantidades suficientes alimentos mais nutritivos, como vegetais, frutas, carnes e produtos lácteos”.

Projeto biofort

A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), seu trabalho tem como objetivo reduzir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar à mesa do brasileiro.

Em território nacional, a biofortificação envolve o melhoramento genético convencional, ou seja, por meio de seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas, excluindo as ações transgênicas.

De acordo com a Rede BioFORT, no campo, as cultivares são selecionadas e as mais promissoras seguem para a etapa de melhoramento. Nesta fase, a proposta é obter cultivares mais nutritivas, que tenham boas qualidades agronômicas (produtividade, resistência à seca, pragas e doenças), além de boa aceitação de mercado.

Imagem: Freepik

Ave brasileira é redescoberta 75 anos após o último registro


Um grupo de pesquisadores anunciou a redescoberta de uma ave da qual não havia registro comprovado havia 75 anos. Trata-se da rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis), uma espécie exclusiva do Brasil, ameaçada principalmente pela destruição do Cerrado brasileiro, onde vive. Suas principais características são olhos azuis claros e manchas azuis escuras nas asas, que se destacam da plumagem castanho-avermelhada. Até o momento foram encontrados 12 exemplares do pássaro.
Segundo nota divulgada pelo Instituto Butantan, que sediou um encontro de ornitólogos em que a novidade foi anunciada, os cientistas agora têm trabalhado ao mesmo tempo no registro científico da redescoberta e num plano de conservação para assegurar a sobrevivência em longo prazo.
Os ornitólogos ainda realizam expedições a alguns lugares com geografia e características similares às do primeiro ponto de incidência em busca de novos indivíduos. Segundo o Butantan, os locais de busca são identificados por imagens de satélite associadas a uma técnica chamada modelagem ecológica em que um software indica áreas com as características ambientais semelhantes com as das áreas onde a espécie ocorre.
O ornitólogo independente Rafael Bessa foi quem primeiro reencontrou o animal no cerrado mineiro, em junho de 2015. Ele passou a trabalhar na redescoberta numa equipe com os ornitólogos Luciano Lima, do Observatório de Aves do Instituto Butantan, em São Paulo, e Wagner Nogueira, Marco Rego e Glaucia Del-Rio, os dois últimos associados ao Museu de História Natural da Universidade Estadual de Louisiana, nos Estados Unidos. Eles têm o apoio do Intitututo Butantan da SAVE Brasil, representante no Brasil da organização BirdLife International.
Fonte: G1
Foto: Rafael Bessa/Divulgação

Maré vermelha no sul do Chile está recuando, dizem cientistas


A maré vermelha que há dois meses contamina a costa do sul do Chile e que provocou a morte de milhares de animais de diferentes espécies marinhas está desaparecendo - de acordo com um estudo realizado por um grupo de cientistas e divulgado pela Marinha chilena nesta segunda-feira (30).

A pesquisa começou na quinta-feira passada a bordo de um barco da Marinha chilena, no qual os cientistas percorreram a costa da região de Los Lagos e da ilha de Chiloé, mais de 1.000 km ao sul de Santiago.

"Podemos concluir, a meu ver, que o fenômeno da maré vermelha está recuando, após as primeiras análises das amostras retiradas do mar na zona de Chiloé", afirmou Laura Farías, membro da equipe de 14 cientistas formada pelo governo para pesquisar o fenômeno.

Os pesquisadores coletaram amostras em 15 pontos do litoral para estimar a abundância e distribuição das algas.

A maré vermelha é um fenômeno natural que consiste na proliferação de microalgas tóxicas que são consumidas por moluscos. Sua redução atual estaria relacionada ao recuo do fenômeno El Niño, que já foi associado por estudos ao encalhe de peixes no litoral chileno, segundo Farías.

Diante da maré vermelha, o governo emitiu um alerta sanitário em duas regiões do sul do país, por meio do qual proibiu a extração e o consumo de frutos do mar. A medida gerou protestos de pescadores locais, que bloquearam as rotas de acesso à ilha de Chiloé por quase três semanas
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Os pescadores alegam que a maré vermelha ocorreu devido à inserção de salmões contaminados no mar, teoria que foi rejeitada pela indústria local.

Reflexo no Brasil
A morte de milhões de peixes na costa chilena, entre fevereiro e março, foi a grande causa da elevação dos preços no Brasil e da queda na oferta mundial do produto. O Chile é o principal fornecedor para o país e não há opções viáveis para substituir o importador, segundo o presidente da Andip (Associação Nacional dos Distribuidores e Importadores de Pescados), Ivan Lásaro.

“O mercado de salmão no Brasil tem uma dependência do Chile pela proximidade e pelo custo no transporte e tributos. O outro fornecedor possível, a Noruega, tem um imposto de 10% de importação, além de frete aéreo, que torna o processo praticamente inviável”, explica Lásaro.

Fonte: France Presse
Foto: AP Photo/Felix Marquez

Conheça o manual sobre alergias alimentares na restauração


A Direção-Geral de Saúde de Portugal (DGS) lançou o manual “Alergia Alimentar para a Restauração” no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. O manual pretende “informar, educar e ajudar os setores da restauração, hotelaria e turismo a lidar com a alergia alimentar e com disposições europeias previstas para esta área”, lê-se no comunicado da DGS.

O manual foi preparado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação e pela Faculdade de Medicina, ambas da Universidade do Porto, e pretende dar a “possibilidade de um doente com alergia alimentar poder desfrutar de uma refeição ‘fora de casa’ em segurança e com qualidade de vida”, refere comunicado.

A alergia alimentar é a reação do sistema imunitário quando exposto a um determinado alimento. O sistema imunitário reconhece o alimento como um agressor e pode manifestar-se com uma reação alérgica grave – com possibilidade de asfixia

Fonte: Observador
Foto: Freepik

30/05/2016

Startup chinesa quer ser a primeira a lançar um smartphone flexível



Depois de inúmeros protótipos de smartphones flexíveis que nunca chegaram a ser desenvolvidos ou comercializados, uma startup chinesa vai lançar este ano o primeiro dispositivo do gênero, em competição com a Samsung, que tem previsto fazer o mesmo também em 2016.

A notícia foi revelada esta semana pela Bloomberg, que confirma o lançamento do smartphone flexível desenvolvido pelo Moxi Group. O protótipo está criado e a estratégia de vendas já estará definida.

O dispositivo é comparado a uma espécie de Kindle, o leitor de livros eletrônicos desenvolvido pela Amazon. Tem um ecrã tátil e pode transformar-se numa bracelete sempre que necessário.

A primeira versão será a preto e branco, devido aos gastos de energia que implica o recurso à cor. O modelo a cores será lançado mais tarde, se os resultados forem favoráveis, referiu o vice-presidente do Moxi Group, Chongsheng Yumuito. E também porque desta forma a startup conseguirá ultrapassar a Samsung e ser a primeira a colocar o smartphone flexível no mercado.

Segundo a empresa, deverão estar em circulação na China cerca de 100 mil unidades até ao final do ano. Cada smartphone será vendido por cerca de 680 euros. Para já, a China será o único país onde este modelo será comercializado.

Fonte: Diário de Notícias
Foto: DR

29/05/2016

USP de Ribeirão cria 'rato virtual' para substituir cobaias vivas em testes


Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (SP) criou um sistema que dispensa a utilização de ratos de verdade em testes comportamentais.

Desenvolvida pelo departamento de computação e matemática, a plataforma dispõe de animais virtuais e é inspirada nas ligações cerebrais de um roedor real para detectar alterações ligadas à ansiedade e ao medo.

"Essa rede neural artificial é inspirada nos neurônios, no sistema nervoso, simula o cérebro de um rato real. Com base nisso, temos o controle do nosso rato virtual. Esses ratos são postos no labirinto virtual para andarem e serem testados assim como um rato real em um labirinto real", diz a pesquisadora Ariadne de Andrade Costa.

Mais rápido
O método convencional difundido em todo o mundo consiste da utilização de ratos de verdade, cujas reações são detectadas dentro de uma estrutura chamada de labirinto de cruz. Depois do teste, o roedor é sacrificado, pois, para cada novo procedimento, é necessário utilizar um animal diferente, explica o psicólogo Rafael Bonuti.

"Nós só usamos o rato uma vez. Se a gente reexpor o animal ao teste, ele se acostuma e o comportamento dele vai mudar", afirma.

Além do potencial de acabar com o sacrifício de ratos, o sistema computadorizado tende a ser mais rápido que o método convencional, que demora em média cinco minutos por procedimento para apresentar resultados.

O modelo virtual simula os efeitos das drogas que diminuem e aumentam respectivamente os níveis de ansiedade em um mesmo animal virtual e em questão de segundos.

O resultado dos testes é dado em números e códigos que representam a reação dos animais.

"A gente consegue reproduzir o comportamento de ratos não apenas sem drogas, mas também de ratos em que foram inseridas drogas, mudando apenas um parâmetro", explica Ariadne.

Coordenador do projeto, Renato Tinós explica que o sistema representa uma evolução para a área da psicobiologia e também para teorias sobre a inteligência artificia
l.
"Possibilita que se reduza o número de experimentos com os ratos reais, que têm que ser sacrificados no final. A segunda contribuição é para área de computação, porque esses modelos possibilitam testar teorias de inteligência artificial. Com isso, pesquisadores da área podem desenvolver novos programas e testar novas teorias."

Fonte: G1 Ribeirão e Franca
Foto: Valdinei Malaguti/EPTV

Bienal de Veneza sugere cópias para preservar patrimônios da humanidade


O museu londrino Victoria and Albert (V&A) e a Bienal de Arquitetura de Veneza apresentaram nesta sexta-feira (27) um projeto especial para impedir que mudança climática, das guerras, do turismo em massa e desastres naturais destruam o patrimônio mundial.

Esta é a primeira vez que o museu britânico participa deste evento, o mais importante do mundo no âmbito da arquitetura, que ressalta o papel que a cópia pode desempenhar na conservação de qualquer tipo de patrimônio.

Este é um dos projetos especiais incluídos na 15ª edição da Bienal. O curador, o chileno Alejandro Aravena, pediu aos participantes que apresentem ideias com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos seres humanos.

Os objetos principais nesta mostra são tanto os mais 800 lugares Patrimônio da Humanidade que a Unesco considera em perigo como outros bens em risco, como por exemplo os arquivos digitais físicos ou na internet, que podem desaparecer para sempre.

A exposição da Bienal de Veneza exibe algumas das cópias em gesso de fragmentos de monumentos clássicos pelos quais o V&A é conhecido, assim como outros objetos mais recentes.

É o caso da reprodução em pedra sintética em escala 1:1 de um dos refúgios do acampamento de Calais, na França, nos quais milhares de pessoas esperam a oportunidade para atravessar o canal da Mancha.

A exposição mostra que a cópia de uma construção tão efêmera e frágil como esse refúgio pode ser a única maneira de, no futuro, se saber com detalhes precisos sobre a atual crise de refugiados que a União Europeia atravessa.

"Não dizemos que uma cópia é o mesmo que um original, reconhecemos que a cópia tem limitações. Mas, do ponto de vista do estudo e da conservação do patrimônio, uma cópia é melhor que nada de muitos pontos de vista", disse uma da curadoras da exposição, Danielle Thom.

Responsável pela pesquisa realizada para montar a exposição, Danielle Thom disse que o objetivo não é "ter todas as respostas desse ponto de vista, mas fazendo uma cópia há a opção de reconstruir".
O ponto de partida dos organizadores da mostra é que a mudança climática, inundações, terremotos, a urbanização descontrolada e o turismo em massa colocaram em evidência a necessidade de discutir formas de conservar o patrimônio.

As perguntas são: o que copiamos e como? Qual é a relação entre a cópia e o original em uma sociedade que avalia o autêntico? Como fazer com que esse esforço seja coordenado em escala global e inclusiva?

A participação do V&A ganha relevância como exemplo da produção de cópias, atividade na qual o museu londrino tem experiência desde o século XIX.

A exposição "Um mundo de partes frágeis" relata a atividade da cópia durante os últimos 200 anos, desde que em 1867 o primeiro diretor do museu estabeleceu um convênio sobre a troca internacional de cópias.

A mostra exibe parte do Arco do Triunfo da cidade de Palmira, na Síria, destruído parcialmente pelos integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico que ocupou o sítio arqueológico, reproduzido em mármore com a ajuda de um cortador de pedra computadorizado pelo Instituto de Arqueologia Digital (IDA) e recentemente montado na Trafalgar Square, em Londres.

A cópia foi possível a partir de um modelo digital que utilizou a técnica da fotogrametria, que consiste em utilizar centenas de imagens para gerar um arquivo em 3D que depois foi usado para talhar o mármore.

Outro exemplo da utilidade da cópia é a reprodução em gesso de um busto criado por volta do ano 1470 pelo escultor renascentista Francesco Laurana e cujo original foi destruído em 1945: só a existência de um molde permitiu que seu volume e seus detalhes voltassem a ser apreciados.
A mostra exibe outro tipo de cópia, a dos arquivos digitais, cuja durabilidade parece não importar até pensarmos em sites na internet que não existem mais.

Do artista Andreas Angelidakis se exibe em Veneza a reprodução, em material sintético esponjoso, de "ruínas falsas" que procedem de um objeto que tinha sido criado para o jogo Second Life, de realidade virtual.

Os organizadores da mostra acreditam que os esforços para proteger a herança cultural "não têm limites, que sua natureza global reconfigura nossa avaliação do que merece ser copiado, seja um edifício, um objeto, um refúgio para imigrantes ou sons da natureza".

De acordo com outro dos curadores, Brendan Cormier, a crescente disponibilidade de scanners e impressoras 3D chega no melhor momento "no contexto da proteção da cultura, enquanto aumenta a ameaça da destruição de nosso patrimônio material mundial".

Fonte: EFE
Imagem: Freepik

Poli tem projeto de veículo urbano com 1,25 metros de largura e 500 quilos



Apesar de não ser a solução final para o problema do trânsito, mudanças no transporte individual motorizado são alternativas para minorar o problema. E como o número e a largura das ruas e avenidas não pode ser aumentado indefinidamente, diminuir o tamanho dos veículos é uma saída.

Com esta proposta, o engenheiro Anderson de Lima, doutorando da Escola Politécnica (Poli) da USP, desenvolveu o projeto estrutural em 3D de um carro elétrico, cujas dimensões e peso são menores do que qualquer veículo existente no mercado e que atende aos mais exigentes requisitos de segurança veicular.

Com apenas 1,25 metro de largura, 2,60 metro de comprimento e 1,65 metro de altura, o carro é tão compacto que, em uma rua padrão, ocuparia metade do espaço, ou até menos, em comparação a um veículo compacto pequeno. Daria, portanto, para dois deles transitar lado a lado num mesmo espaço que um carro comum. Seu peso também é reduzido, apenas 500 quilos, mas isso não implicou em perda de segurança.

“O projeto conseguiu atender os requisitos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas [ONU], algo que nem mesmo veículos vendidos no Brasil são obrigados a cumprir”, destaca o orientador da pesquisa, o professor Marcílio Alves, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli.

Segundo Lima, a pesquisa foi fortemente centrada nos estudos estruturais e biomecânicos. “Isso era necessário porque testes internacionais mostram que em uma colisão, a uma velocidade de 56 km/h, a segurança seria crítica em um veículo tão compacto”, explica. Como o carro foi projetado para viagens curtas (locomoção até o trabalho, para levar filhos à escola, fazer compras), Lima realizou simulações computacionais de impacto frontal, considerando a velocidade de 56 km/h.“Também foram analisadosos requisitos estruturais e biomecânicos de proteção dos ocupantes em caso de colisões laterais, traseiras e de capotamento”, acrescenta.

Metamodelos
A pesquisa foi baseada na metodologia de otimização usando metamodelos, o que possibilitou reduzir a quantidade de simulações numéricas computacionais, que levariam meses para serem feitas. Foram feitas otimizações no projeto para minimizar a massa e cumprir os requisitos estruturais e biomecânicos. Lima precisou projetar toda a estrutura do veículo, partindo apenas do design, feito por Marcus Brito, aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP),com dimensões pré-estabelecidas. Com base nesse modelo inicial, ele fez simulações para verificar quais parâmetros contribuiriam para minimizar a deformação da estrutura e maximizar a absorção da energia decorrente de diferentes condições de colisão.

Este trabalho possibilitou, por exemplo, cumprir o requisito de compressão máxima no peito a ser sofrida pelos ocupantes do veículo, no caso de impacto frontal. Do contrário, as chances de lesões torácicas seriam grandes. Também foi otimizado, para o caso de colisão frontal, o sistema de retenção, composto pelos cintos de segurança e airbags frontais. “Nas simulações, foram trabalhados cenários diversos, como ter cintos com ou sem limitador de carga e equipados ou não com o pré-tensionador.”

No final, Lima, conseguiu cumprir os rigorosos requisitos de segurança veicular estabelecidos pelas Nações Unidas para os casos de impacto frontal, lateral e traseiro, e ainda assim manter o peso do veículo em 500 quilos, considerando as baterias. Em razão do peso, o veículo poderia ser considerado um quadriciclo,ou seja, não precisaria atender, necessariamente, os requisitos de segurança dos ocupantes. “Provamos que é possível ter um carro leve que atenda as mais abrangentes normas internacionais”, ressalta.

Com informações da Assessoria de imprensa da Poli
Foto: Divulgação POLI/USP

Nasa tenta inflar protótipo de estação espacial pela 2ª vez


Os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional inflaram lentamente neste sábado um módulo experimental de tecido que pode fornecer uma opção mais barata e mais segura de habitação para as equipes durante longas estadias no espaço, mostrou a TV Nasa.

Uma primeira tentativa de desfraldar o módulo na quinta-feira falhou, provavelmente por causa do atrito nas camadas de tecido, espuma e revestimento externo reforçado do módulo, segundo a Nasa.

"É um processo de aprendizagem", disse o comentarista da missão da Nasa Dan Huot.

"Tudo vai influenciar a concepção e operação de habitações expansíveis no futuro." O protótipo, que foi levado à estação no mês passado, é a primeira habitação expansível que será testada por astronautas no espaço.

Projetado e construído pela empresa privada Bigelow Aerospace, o Módulo Atividade Bigelow expansível é muito menos dispendioso para o lançamento de que as habitações tradicionais de metal e pode também fornecer aos astronautas uma melhor proteção contra radiação.

Fonte: Reuters
Foto: AFP

27/05/2016

Nova bactéria ultrarresistente pode dar fim ao antibiótico


Estados Unidos divulgou informações sobre o primeiro caso identificado de infecção por uma bactéria resistente a todos os tipos de antibióticos disponíveis para tratamento. Uma mulher da Pensilvânia, com 49 anos, recebeu atendimento médico com uma infecção urinária causada por uma cepa da bactéria Escherichia coli, ou E.coli, eliminada através das fezes. Por isso, é mais conhecida como coliforme fecal.

Segundo o diretor do CDC, Thomas Frieden, a bactéria é resistente até mesmo a antibióticos reservados para “superbactérias" como a Colistina. A substância faz parte de um grupo de antibióticos usados somente nos casos de tratamentos nos quais os medicamentos disponíveis no mercado não são capazes de combater a bactéria.

A resistência aos antibióticos é considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando causa milhares de mortes em diferentes regiões do mundo.

A presença de superbactérias em ambientes hospitalares pode colocar em risco procedimentos simples em hospitais, de acordo com a OMS. Uma pequena cirurgia pode colocar o paciente em risco de vida, caso haja contaminação.

Algumas companhias farmacêuticas pesquisam novos medicamentos contra cepas resistentes que têm surgido, mas ainda não há estudos definitivos. O aparecimento de bactérias superresistentes está relacionado, segundo especialistas, ao uso indiscriminado de antibióticos.

Em maio do ano passado, a OMS definiu um plano de ação para combater a resistência aos antimicrobianos, o que incluiu antifúngicos e antibióticos.

Fonte: Agência Brasil

Cinema debaixo de ponte leva distração a pobres de Nova Déli


Uma sala de cinema improvisada montada debaixo de uma ponte de 140 anos na capital da Índia está dando aos pobres puxadores de riquixá e aos trabalhadores imigrantes uma fuga da penúria diária e do calor sufocante para o mundo de canto, dança e romance de Bollywood, a vibrante indústria cinematográfica do país.

Tendo o chão de ferro enferrujado da ponte como teto e alguns trapos velhos comprados barato de um crematório próximo como cortinas e tapetes, o cinema exibe quatro filmes por dia.

Seus organizadores juntaram as economias para alugar um aparelho de televisão velho e um tocador de DVD, e cobram dez rúpias, o equivalente a 16 centavos de dólar norte-americano, de entrada – um centésimo do preço de um ingresso em um dos cinemas chiques de Nova Délhi.

Mohammad Noor Islam, um negociador de sucata e frequentador do cinema da ponte sobre o rio Yamuna, disse que as exibições ajudam a mantê-los longe de vícios como drogas e jogos ilegais.
"Os filmes são muito melhores. Muitos homens se viciam em jogos, drogas e álcool e passam o tempo bebendo ou fumando", afirmou à TV Reuters.

"Quando assistimos filmes, eles nos ajudam a esquecer nossos problemas. Eu estava tenso antes, mas quando me sentei para ver o filme senti minha tensão diminuindo", contou Manoj Kumar, um puxador de riquixá.

Fonte: Reuters
Foto: Cathal McNaughton/Reuters

Cientistas detectam em cometa dois ingredientes-chave para a vida


Cientistas conseguiram detectar em um cometa a presença de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina - um aminoácido - e o fósforo, segundo estudo de pesquisadores europeus, divulgado nesta sexta-feira (27).

O achado foi realizado no 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou simplesmente 'Chury'), um cometa descoberto no fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos, e que é investigado pela sonda europeia Rosetta.

Ainda que tenha sido detectada a presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira vez que são encontrados "com total certeza" estes elementos, essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.

Traços de glicina, necessários para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004.

Mas naquele momento, os cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras terem se contaminado de alguma maneira durante a análise feita na Terra.

O achado agora permite confirmar a existência de glicina e fósforo nos cometas. Os resultados desta investigação, obtidos graças a Rosina, espectrômetro da sonda Rosetta, foram publicados na revista americana Science Advances.

"Trata-se da primeira detecção com total certeza de glicina na atmosfera de um cometa", assinalou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna (Suíça), chefe do projeto Rosina e autora do trabalho.

Reservatórios
É muito difícil detectar a glicina, pois ela passa do estado sólido ao gasoso abaixo dos 150 graus Celsius, o que significa que este aminoácido se decompõe na forma gasosa na fria superfície do cometa.

Diferentemente de outros aminoácidos, a glicina é a única que pode se formar sem a necessidade da presença de água em estado líquido, assinalaram os cientistas.

A origem do fósforo detectado na fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada, acrescentou a investigação.

"Demonstrar que os cometas são reservatórios de materiais primitivos do sistema solar e que eles podem transportar esses ingredientes-chave para a vida na Terra é um dos principais objetivos da Rosetta", assinalou o cientista encarregado desta missão da Agência Espacial Europeia, Matt Taylor.

Fonte: AFP
Foto: ESA/Rosetta/MPS

26/05/2016

Estudo mostra que Marte está saindo de uma era glacial


Marte está saindo de uma era glacial, após atravessar múltiplas fases de mudança climática, segundo medições de radar feitas em suas camadas de gelo polar para um estudo publicado nesta quinta-feira (26) pela revista "Science".

A análise dos dados assinala que o planeta viveu uma era do gelo da qual começou a sair há cerca de 370.000 anos.

Entender o clima marciano ajudará a determinar quando o planeta foi habitável no passado e como mudou esse estado, além de servir para os estudos sobre a mudança climática na Terra.

Os modelos sugeriam que o seco e poeirento planeta vermelho passou por épocas glaciais no passado, mas os dados empíricos para confirmá-lo eram poucos.

No estudo, o pesquisador Isaac Smith, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste em Boulder (Estados Unidos), e sua equipe usaram um radar para estudar as camadas de gelo dentro das calotas polares de Marte, para o que empregaram o equipamento da sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, lançada em 2005 e destinada a aumentar o conhecimento desse planeta.

À medida que o gelo derrete, o vento pode criar canais em forma de espiral e outros traços identificáveis, razão pela qual rastrear essas marcas dentro da camada gelada pode revelar as mudanças no fluxo e no acúmulo do gelo em épocas passadas e, portanto, as mudanças no clima.

Enquanto a camada de gelo no sul é "relativamente pequena e está alterada pelo impacto de meteoritos", os pesquisadores puderam traçar as camadas dentro do gelo no norte.

Dessa forma, descobriram que as camadas e as trajetórias de migração do gelo aumentam, mudam de direção de forma brusca ou estão completamente enterradas.

Estes dados e outros analisados no estudo confirmam, segundo os pesquisadores, o final de um período glacial em Marte.

Fonte: EFE
Foto: NASA/JPL/Arizona State University, R. Luk/Handout

Congresso da Colômbia aprova uso medicinal da maconha



O Congresso da Colômbia aprovou nesta quarta-feira (25) o projeto de lei que autoriza o cultivo e o uso da maconha com objetivos medicinais e científicos, informaram fontes oficiais.

A iniciativa, promovida pelo senador liberal Juan Manuel Galán, com o apoio do governo de Juan Manuel Santos, foi aprovada em último debate pela Câmara de Representantes por 84 votos contra quatro, e segue agora para sanção presidencial.

"Estávamos esperando isto há muito tempo", disse Natalia Tangarife, cujo filho sofre de epilepsia refratária e consegue evitar as convulsões graças ao óleo de maconha.

"Hoje ganharam os pacientes", tuitou Galán, citando milhares de pessoas com epilepsia, câncer, artrite reumatoide e fibromialgia, entre muitas outras doenças, que não precisarão mais recorrer a traficantes.

Santos já havia legalizado por decreto, em dezembro passado, o uso terapêutico da maconha, regularizando o cultivo, transformação, importação e exportação da erva e seus derivados com objetivos terapêuticos.


Fonte: AFP
Imagem: Freepik

Arqueólogos encontram "receita" de cerveja produzida há cinco mil anos


Um grupo de arqueólogos que estudava recipientes de cerâmica encontrados na província de Shaanxi, na China, diz ter descoberto resíduos que indiciam a produção de cerveja há cinco mil anos. Os resíduos permitem reconstruir a primeira "receita" de cerveja da história da China - numa era conhecida como o período Yangshao, no Neolítico

Os restos de cerâmicas encontrados num sítio arqueológico - e datados de 3400 a 2900 aC - revelaram os indícios mais antigos de fabricação de cerveja na China, segundo um artigo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A bebida produzida seria sofisticada e elaborada à base de várias plantas, entre elas a cevada e um tipo de milho. A identificação dos restos de cevada no sítio de Mijiaya, no nordeste da China, "representa a presença mais antiga na China desse cereal proveniente da Europa, o que supõe que seu cultivo no país data de mil anos antes" do que se pensava, afirma o estudo.

"Isso indica que a cevada foi usada durante muito tempo para fazer cerveja antes de se converter em cultivo agrícola", acrescentam os investigadores.

Fonte: Diário de Notícias
Imagem: Freepik

Facebook amplia liderança como fonte de acesso à informação, diz estudo


O Facebook se transformou em uma importante fonte de informação para cerca da metade dos adultos americanos, aponta uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) em meio a uma crescente preocupação sobre o viés das redes sociais.

A pesquisa de The Pew Research Center assegura que 62% dos adultos americanos obtêm informação através das redes sociais e que 18% o fazem frequentemente.

Isso indica um papel cada vez mais importante do Facebook e de outras redes sociais como fontes de notícias.

Um estudo de 2012, baseado em uma pergunta ligeiramente diferente, apontava que 49% dos adultos americanos obtinham informação nas redes sociais, afirma a instituição Pew.

Segundo a pesquisa atual, 66% dos usuários do Facebook se informam por meio da rede social, assim como 59% dos usuários do Twitter e 70% do Reddit.

Considerando que o Facebook abarca cerca de dois terços dos adultos americanos, a pesquisa conclui que 44% da população total tem acesso a pelo menos algumas notícias através desta rede social.

A pesquisa ocorre no momento em que o Facebook se defende das denúncias de que suprimiu alguns tópicos conservadores dos "temas que marcam tendência".

Na semana passada, o Facebook informou que não estava em condições de avaliar nenhuma acusação concreta de que suas informações tinham um viés político. Mas anunciou que estava atualizando seus critérios editoriais para deixar claro que suas decisões não estavam baseadas em critérios políticos ou ideológicos.

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reuniu-se com um grupo de líderes políticos conservadores e lhes comunicou que a rede social era "uma plataforma para todas as ideias".


Fonte: AFP

25/05/2016

Inspirado na Amazônia, artista plástico ganha exposição no Museu do Louvre


Paixão e determinação são duas palavras constantes na vida do artista plástico Arão Pinto. Há nove anos Arão resolveu sair de Rio Branco para trabalhar fora do Brasil no mercado da beleza. Mas, é nas artes plásticas que se destacou. Neste ano, Arão ganhou o prêmio de artista do ano pelo Museu de Arte Moderna (MAMAG) no salão Fine Art Internacional de Cannes Bienal, paralelo ao Festival de Cinema de Cannes e ainda vai expor as obras no Museu do Louvre, em Paris.

Arão se especializou na pintura em óleo e acrílico. A inspiração principal do artista vem das belezas naturais da Amazônia. "A pintura transformou-se em vício. A minha principal inspiração são as cores fortes do Norte do Brasil. Na verdade, me inspiro em praticamente tudo, mas algumas coisas como os pássaros e penas de cores vivas ou as matas, trago da memória", contou o artista. 

Exposição em Paris

A inspiração funcionou e Arão, além de destacar no cenário da beleza, também ganhou notoriedade pelos quadros. Em 2015, o artista ganhou o prêmio de Artista Criativo pela mesma galeria na Áustria. A premiação em Cannes aconteceu através da categoria Souful Expression. "Nunca imaginei nem vender minhas obras, ainda mais ganhar prêmios internacionais. Isso significa que estou na direção certa. Além das premiações, consegui também uma vaga para uma exposição no Museu do Louvre em Paris, concorri com cinco mil artistas", revelou. 

As obras de Arão também estão em no livro 'Fine Art Masgters'. E, se você está de visita na Áustria, pode fazer uma excursão no Castelo de Hubertendorf, na cidade de Blindernmarkt, onde alguns quadros do artista estão expostos. O segundo semestre de 2016 ainda promete muitas emoções para o artista do Acre. Arão exibirá outro trabalho no Museu de Louvre e participará do evento internacional Arte Basel Miami em novembro. 


Foto: Reprodução/Facebook

Google planeja lançar smartphone 'para montar' em 2017


O Google planeja lançar em 2017 o smartphone "modular", batizado de "projeto Ara", que havia anunciado no início de 2015.

"No ano que vem, 'Ara' estará disponível para os consumidores", informou o Google nesta sexta-feira (20), último dia do Google I/O, sua conferência anual de programadores.

Os desenvolvedores terão acesso a uma versão específica do Ara, a partir de setembro, para que criem aplicativos.

O Ara apresenta uma estrutura básica, um "esqueleto", sobre a qual o usuário pode acrescentar blocos com diferentes funções, como câmera, sensores, alto-falantes. "O Ara estará para os smartphones como os aplicativos estiveram para o software", destacou o Google.

Quando foi apresentado o protótipo, no início de março de 2015, durante o congresso mundial de telefonia móvel em Barcelona, o Google disse que esperava criar uma verdadeira indústria em torno deste novo modelo, que oferecerá um acesso mais fácil à Internet aos habitantes dos países emergentes.

Fonte: AFP
Foto: Reprodução/Google

Estudo revela efeitos positivos da cannabis na doença de Alzheimer


A cannabis poderá melhorar o consumo de energia pelo cérebro, deficitário na doença de Alzheimer, de acordo com uma pesquisa internacional cujos autores procuram agora separar os efeitos positivos e negativos da substância.

"Alguns efeitos da cannabis poderão melhorar o consumo de energia pelo cérebro, que se encontra deficitário na doença de Alzheimer", revela um estudo liderado pelos centros de Neurociências e Biologia Celular da (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e para a Investigação Biomédica em Doenças Neurodegenerativas de Espanha (Instituto Cajal).

"O desafio futuro desta descoberta em ratinhos", já publicada na revista Neuropharmacology, reside na separação das consequências negativas e positivas da planta, sublinha a Universidade de Coimbra, numa nota hoje divulgada.

O principal ingrediente psicoativo da marijuana - tetrahidrocanabinol (THC) -, atua sobre dois receptores - CB1 e CB2 -, localizados no cérebro, que se distinguem como os "polícias maus e os polícias bons".

"Os receptores CB1 estão associados à morte neuronal, distúrbios mentais e vício em diferentes drogas ou álcool", enquanto os CB2, pelo contrário, "anulam muitas das ações negativas dos CB1, protegendo os neurônios, promovendo o consumo de glucose (energia) pelo cérebro e diminuindo a dependência de drogas", refere a UC.

Através de diversas técnicas laboratoriais, os pesquisadores concluíram que "os receptores CB2, quando estimulados por análogos do THC quimicamente modificados para interagirem apenas com os receptores CB2 sem ativar o CB1, evitando os efeitos psicotrópicos e mantendo os efeitos benéficos, promovem o aumento de captação de glucose no cérebro", explica Attila Köfalvi, primeiro autor do artigo.

Experiências adicionais com outras técnicas mostraram que este efeito do CB2 não se limita aos neurônios, mas estende-se a outras células do cérebro que ajudam ao funcionamento dos neurônios, os astrócitos.

"No futuro, esta descoberta poderá abrir caminho para uma terapia paliativa na doença de Alzheimer", admite Attila Köfalvi, citado pela UC.

Na pesquisa colaboraram os institutos espanhóis Pluridisciplinar da Universidade Complutense de Madrid e de Tecnologia de Madrid e argentino de Investigações Bioquímicas de Bahía Blanca da Universidade Nacional del Sur.

A pesquisa foi financiada pelo Prêmio Belard Santa Casa da Misericórdia, por um programa norte-americano para o desenvolvimento de tecnologias emergentes e por fundos da União Europeia, designadamente através do Programa Operacional Fatores de Competitividade (Compete), via Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Fonte: Diário de Notícias

Jovens cientistas desenvolvem prancha de stand up paddle à base de garrafas PET


A garrafa de PET (Polietileno Tereftalato) que antes era descartada no lixo se tornou artigo de luxo nas mãos dos cientistas juniores do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias no Amazonas (Pró-Engenharias) e do Programa Estratégico de Indução à Formação de Recursos Humanos em Tecnologia da Informação (RH-TI). Eles desenvolveram pranchas de Stand Up Paddle (SUP) – apropriadas para a prática do esporte, a partir das garrafas do tipo PET encontradas nas ruas.
Os programas, que são desenvolvidos na Escola Estadual Senador Petrônio Portella, zona centro-oeste de Manaus, contam com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc).
Sessenta alunos de várias escolas da rede pública de ensino, divididos entre os programas RH-TI e Pró-Engenharias, participam do programa que tem por objetivo incentivar os alunos desde o ensino médio a seguir nas carreiras nas áreas de Tecnologia da Informação e Engenharias.
Os adeptos do esporte que se tornou febre na capital amazonense podem contar com uma prancha de SUP sustentável, produzida a partir de garrafas PET, canos e CDs.
No total, mil garrafas do tipo PET foram retiradas das ruas, lixeiras de mercados e comércios de Manaus e seis pranchas ecológicas foram desenvolvidas pelos alunos.
O experimento foi testado na sexta-feira (20), na Praia da Ponta Negra, zona oeste de Manaus. O estudante Julius de Araújo, 17, que participa do Pró-Engenharias, informou que para o recolhimento das garrafas PET os estudantes se organizaram em vários grupos. Com as garrafas já em mãos, segundo ele, foi necessário fazer a limpeza de cada uma.
“Queríamos um projeto que carregasse essa bandeira sustentável mais que, ao mesmo tempo, fosse algo regional, que trouxesse lazer para a população amazonense. Apesar de ter sido uma tarefa árdua, o resultado foi muito satisfatório”, disse o estudante.
O professor de Química e idealizador do projeto, Obenesio Aguiar, disse que o projeto de pesquisa trabalha a interdisciplinaridade integrando as disciplinas de Química, Física, Matemática, com preocupações referentes ao meio ambiente.
“Nós vimos uma problemática da cidade de Manaus, que é cortada por igarapés, cercadas por rios e lagos. O descarte irregular das garrafas PET é um problema. Os alunos, dentro do programa, visam resolver problemas de todas as áreas seja ambiental, social ou tecnológica. A solução deles foi essa, do lixo virar luxo e esporte”, disse o professor.
A coordenadora do Pró-Engenharias, Cristiane Cavalcante, disse que as áreas das Engenharias visam construir, pensar, planejar em cima de determinada situação e realizar uma ação.
“O projeto da prancha ecológica é um projeto interdisciplinar que se desenvolveu a partir de uma situação problema. Eles tiveram que pensar em estratégias não muito convencionais. O fato de pensar e resolver uma situação tem tudo a ver com a área das engenharias. O apoio da Fapeam é imprescindível para podermos desenvolver o programa”, disse.
Fonte: Esterffany Martins / Agência Fapeam
Foto: Érico Xavier / Agência Fapeam



Estudo revela que bactérias “socializam” e reconhecem o que trocam entre elas


As bactérias preferem “socializar” mais com umas do que com outras e trocar entre si informação genética, que lhes dá resistência a antibióticos, através de “códigos” que lhes permitem reconhecer que informação deve ser trocada.

A conclusão consta num estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores, incluindo dois portugueses, do Instituto Pasteur, em Paris, França, e recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Para chegar a esta conclusão, a equipa analisou mais de 800 genomas (sequências completas de ADN) de bactérias, nomeadamente das que são más para os humanos, como as que causam meningite, pneumonia, infeções hospitalares e gástricas.

Pedro Oliveira, pesquisador do Grupo de Genômica Microbiana Evolutiva do Instituto Pasteur e primeiro autor do estudo, sustentou à Lusa que os resultados obtidos vão permitir, no futuro, perceber melhor como as bactérias interagem umas com as outras e com os humanos e como evoluem, a ponto de se tornarem patogênicas.

Trata-se de uma peça do “quebra cabeças” fundamental, na medida em que, assinalou, “a resistência a antibióticos é cada vez mais frequente, devido à troca de informação genética entre bactérias”.

O cientista explicou que as bactérias “adquirem de outras bactérias resistência a antibióticos, tornando-se elas próprias resistentes a antibióticos”.

A transferência de informação genética entre bactérias faz-se à custa dos chamados parasitas moleculares, que coexistem com elas.

Se estes transportadores de informação genética são úteis para as bactérias, porque possibilitam que se tornem resistentes aos medicamentos, que as eliminam, a verdade é que, muitas vezes, também podem ser maléficos para as bactérias, ao ponto de as matarem.

O grupo de investigadores do Instituto Pasteur confirmou que as bactérias, tal como as pessoas, têm um sistema imunitário que as protege de elementos invasores.

O sistema imunitário, no caso, tem o nome de sistemas de “restrição-modificação”, compostos por uma série de proteínas que funcionam como um “código” que permite às bactérias reconhecerem a “informação genética que é sua da que não é”.

Os cientistas verificaram que o número destes elementos de controlo, que regulam o que entra numa célula, tem “uma forte influência” na forma como as bactérias interagem umas contra as outras, “socializam entre si”, trocam informação genética.

Segundo Pedro Oliveira, “as bactérias têm preferências na socialização”, escolhem umas e não outras para aumentar “a variabilidade do seu ADN”.

Ora, concluiu a equipa de investigadores, isso acontece quando as bactérias têm mais elementos de controlo, de reconhecimento do “ADN invasor”.

O estudo contou com a participação dos cientistas Marie Touchon e Eduardo Rocha, que coordena o Grupo de Genômica Microbiana Evolutiva do Instituto Pasteur.

Fonte: Observador

24/05/2016

Professor explica o que leva as pessoas a omitir suas opiniões políticas e sociais



Vivemos em uma época de ampla participação política e social, mas, ainda assim, algumas pessoas se omitem ou são levadas a se omitir. Segundo o professor Ciro Marcondes Filho, a Ciência Política já se ocupou desse tema. Uma pesquisadora alemã estudou o fenômeno das pessoas serem levadas a se calar em sua teoria “Espiral do Silêncio”, na qual estudou o comportamento daqueles que preferem silenciar para não ficarem isolados e não sofrerem represálias.

Embora escrevesse sob o regime nazista, sua tese também pode ser aplicada em governos democráticos, e nesse caso ele cita um trabalho da psicóloga social Elza Pádua, a qual, no livro “Esquizofrenia Social”, publicado há cerca de dez anos, descreve a produção de um transtorno registrado em populações de sociedades democráticas. De acordo com a pesquisadora, em algumas situações, os meios de comunicação promovem um verdadeiro massacre de informações unidirecionadas, de forma a inibir as oposições.

Para ilustrar a tese, o professor Ciro cita o exemplo dos Estados Unidos, onde, no início do século passado, a imprensa, trabalhando em conjunto, conseguiu inverter a opinião das pessoas, as quais, inicialmente contrárias à guerra, passaram posteriormente a apoiá-la.

Citando o trabalho de Elza Pádua, o professor Ciro diz que esse tipo de situação cria um clima de histeria coletiva: as pessoas já não conseguem diferenciar o que é real do que é fruto da imaginação.

Ouça a reportagem em Rádio USP

Fonte: Jornal da USP
Imagem: Freepik

China constrói observatório gigante para buscar estrelas e vida extraterrestre


País está construindo o maior radiotelescópio do mundo, com antena de 500 m de diâmetro.

O maior radiotelescópio do mundo está sendo construído na China. Sua antena tem 500 metros de diâmetro e será a mais nova ferramenta dos astrônomos para procurar estrelas distantes e vida extraterrestre.

A obra vem sendo construída há cerca de 5 anos, a um custo aproximado de mais de R$ 500 milhões. Veja imagens de como foi essa construção.

Assista o vídeo em BBC
Fonte: BBC

23/05/2016

Cientista em materiais defende uso de nióbio para melhorar performance do aço


Amplamente utilizada em carroçarias para atender as exigências de redução de peso e melhoria de segurança, a conformação a quente pode gerar aços de comportamento frágil em determinadas condições, relacionadas a limpezas, processamentos e reações de corrosão em serviço.
Uma solução para a melhoria de desempenho é a aplicação de microligas de nióbio, que é um dos metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas. A sugestão é do Ph.D. em Ciência dos Materiais, Hardy Mohrbacher, sócio-diretor da NiobelCon, que participará do 9º Simpósio SAE BRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia. Com indústria, academia e governo, o encontro será realizado no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), em São Paulo, dia 7 de junho.
De acordo com Mohrbacher, a aplicação de microligas de nióbio tem resultado em melhorias significativas para o desempenho do aço, que envolvem redução da sensibilidade às condições desfavoráveis e entrega de maior maleabilidade ao produto. “Estes efeitos estão relacionados à formação de nanopartículas no aço, o que influencia positivamente a sua microestrutura”, adianta o engenheiro.
Hardy Mohrbacher é Ph.D. em Ciência dos Materiais e mestre em Engenharia Mecânica. Trabalhou em siderúrgicas europeias com foco em aplicações automotivas de aço e solda a laser. Há mais de 10 anos, dirige empresa de consultoria especializada em design de liga e otimização para aço, ferro fundido, metais duros e alumínio. Também é professor associado em universidades da Europa e da China, onde ministra cursos sobre metalurgia.
“Os simpósios da SAE BRASIL elevam o debate, aprofundam o conhecimento tecnológico e preparam os profissionais da engenharia para os desafios competitivos atuais e futuros”, aponta Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.
PROGRAMAÇÃO
08h – Abertura com Marco Colosio, chairperson do 9º Simpósio SAE BRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia.
Painel “Avanços das Tecnologias dos Materiais Ferrosos no Setor Automotivo”
08h30 – Palestra “Otimização da Conformação a Quente de Aços com Nanoprecipitados a Base de Nióbio”, com Hardy Mohrbacher, sócio-diretor da NiobelCon.
09h – Palestra “Avançados Aços de Alta Resistência – Próxima Geração”, com Alexandre Cortez, especialista em Desenvolvimento de Projetos Automotivos da ArcelorMittal.
09h20 – Palestra “Soluções Leves – Tecnologias e Tendências para o Mercado Brasileiro”, com Frederico Hirota, gerente técnico da Benteler.
09h40 – Palestra “Recentes Desenvolvimentos dos Aços AHSS e PHS para o Segmento Automotivo – Desafios e Estratégias”, com Augusto de Oliveira, coordenador da Engenharia de Aplicação de Produtos e Soluções Inovadoras da CSN.
Debate moderado por Mauro Paraiso, gerente de Materiais Metálicos da Mercedes-Benz.

Painel “Avanços das Tecnologias dos Não Ferrosos no Setor Automotivo”
10h55 – Palestra “Tecnologia em Estampagem de Alumínio para o Setor Automotivo”, com Fabio Meneghine, gerente da Área de Acabamento da Novelis.
11h15 – Palestra “FSW (Friction Stir Welding) em Aplicações Automotivas”, com Paulo Kaneji Kodama, supervisor de Contas da ALCOA.
11h35 – Palestra “Alumínio de Alta Resistência para Sistema de Absorção de Impacto em Veículos de Passeio”, com Carolina Sayuri Hattori, engenheira da Votorantim Metais.
Debate moderado por Roberto Garabosky, da Ford.

Painel “Novos Materiais na Soldagem Automotiva”
12h05 – Palestra “Sistemas de Exaustão : Soluções para Aumentar a Produtividade e Reduzir os Custos de Fabricação”, com Jay Coubrough, gerente de Produto Global da ESAB.
12h25 – Poster Session: Soldagem Automotiva.
Debate moderado por José Castillo, assessor de Engenharia do Produto da General Motors do Brasil.

Painel “Avanços das Tecnologias dos Materiais Poliméricos e Nanotecnologia no Setor Automotivo”
14h05 – Palestra “Overview da Nanotecnologia Automotiva”, com Adriano Marim, pesquisador do IPT.
14h35 – Palestra “Desenvolvimento de Aplicações de Materiais Poliméricos no Setor de Transporte”, com Gustavo Spina de Almeida, coordenador de Tecnologia do SENAI.
14h55 – Palestra “Estudo e Caracterização de um Compósito de Polipropileno e Pneu em Pó para Uso em Encapsulamento de Motor”, com Kelly Cristina Lixandrão, doutoranda em Nanociências e Materiais Avançados da UFABC (Universidade Federal do ABC).
Debate moderado por Flavio Lemos, líder técnico da EDAG.

Painel “Materiais Avançados & Engenharia de Superfície”
15h20 – Palestra “Soldagem AHSS”, com Marcelo Carboni, gerente de Desenvolvimento da CBMM.
15h40 – Palestra “Efeitos Tribológicos da Qualidade Superficial de Chapas na Vida Útil de Ferramentas de Estapagem”, com João Henrique Souza, supervisor de Pesquisa & Desenvolvimento da Brunning.
16h – Palestra “Soluções em Revestimento de Matrizes para Conformações em Aços de Alta Resistência (Cold Forming/ Hot Forming)”, com Marcos Lima, gerente de Contas da Oerlikon.
16h20 – Palestra “O Laser na Manufatura Aditiva e no Tratamento Térmico”, com Diogo Corazza, engenheiro de Aplicação da Trumpf.
16h40 – Palestra “Novos Materiais para Arames”, com Vincent Vermeersch, gerente de Mercado Global da Belgo Bekaert Arames.
Debate moderado por Jesse Paegle, sócio-diretor da JWP Engineering & Consulting.

17h – Encerramento com Plínio Cabral Jr., diretor da Seção Regional São Paulo da SAE BRASIL.
9º Simpósio SAE BRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia
Data: 7 de junho, das 8h às 17h.
Local: Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (Auditório do Prédio 50) – av. Profº Almeida Prado, 532, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações à imprensa:
Companhia de Imprensa
Maria do Socorro Diogo – msdiogo@companhiadeimprensa.com.br